Da receita gerada pelas exportações do Paraná no primeiro quadrimestre deste ano, 80,3% têm origem no agronegócio do Estado. Somando cerca de US$ 4,12 bilhões, os produtos que mais participaram deste montante foram do do Complexo Soja, as carnes e os produtos florestais. Os dados são do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
De março a abril, as exportações brasileiras do agronegócio somaram US$ 31,40 bilhões, alta de 5,9% em relação ao mesmo período no ano anterior. O Paraná é terceiro estado mais expressivo neste valor, sendo responsável por 13,14% deste total, atrás apenas do Mato Grosso (18,33%) e São Paulo (15,38%).
A receita gerada pela agricultura e pecuária paranaense no período supera em US$ 160 milhões a das exportações dos produtos de janeiro a abril de 2019. Somente a soja representa quase metade (46,7%) das exportações do Agro paranaense. O setor alcançou receita de quase US$ 1,93 bilhão. As carnes participam com 23,57%, tendo gerado US$ 972,7 milhões. Os produtos florestais, que representam 16,53% do total exportado pelos produtos agropecuários, resultaram em receita de cerca de US$ 682,2 milhões. Na sequência das exportações, ainda somam-se o complexo sucroalcooleiro, café, cereais (farinhas e preparações), entre outros que, juntos, contabilizam US$ 543 milhões em receita.
O secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, avalia que o comportamento das exportações paranaenses está alinhado com o agronegócio no restante do Brasil. No cenário nacional, também houve crescimento expressivo nos embarques do Complexo Soja, que gerou aproximadamente US$ 11 bilhões em receita apenas com o grão de soja e, por outro lado, uma redução nos embarques de milho.
Segundo o secretário, a variação é natural. “No ano passado, a exportação de milho foi recorde, e nós já sabíamos que o resultado não se repetiria nesse ano, até por restrição de oferta”.
No Complexo Carne, tanto o desempenho brasileiro como o paranaense foram bastante satisfatórios no primeiro quadrimestre. “O Brasil está embarcando especialmente para a China, país que passou por dificuldades sanitárias com a peste suína africana e está importando carne para garantir o consumo”, diz o secretário. No cenário estadual, ele também destaca o desempenho do açúcar, que cresceu 103% em volume e 96% em valor nos primeiros meses do ano. “Provavelmente, o agronegócio será o único setor a registrar crescimento neste ano no Brasil. Temos uma perspectiva de um bom ano para o mercado externo, particularmente impulsionado pelas carnes, Complexo Soja e açúcar liderando esse esforço”, completa Ortigara.
SOJA EM GRÃO – Segundo o levantamento do ministério, o Paraná exportou, de janeiro a abril de 2020, aproximadamente 4,4 milhões de toneladas de soja em grão. Esse volume é 39% superior ao registrado no mesmo período do ano passado, quando haviam sido exportados aproximadamente 3,1 milhões de toneladas. Em volume financeiro, o crescimento foi de 33%.
Em 2019 o valor obtido com as exportações de soja em grão, de janeiro a abril, contabilizaram cerca de US$ 1,13 bilhão. Nos primeiros quatro meses de 2020 o valor obtido foi de US$ 1,50 bilhão. “As justificativas para esse aumento são a alta do dólar frente ao real e a maior demanda por parte dos importadores da soja brasileira”, analisa o economista do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura, Marcelo Garrido.
DESTINOS – Mais de 40% de tudo o que o Paraná exportou, da produção agropecuária, teve como destino a China. As vendas para o país asiático, totalizaram em torno de US$ 1,67 bilhão.
Países do bloco da União Europeia são o segundo principal destino das exportações do Agronegócio do Estado. Esses representam quase 13,6%, comprando US$ 560,7 milhões.
TOTAL – De acordo com os dados do Ministério da Economia, de janeiro a abril o Brasil exportou 203,9 milhões de toneladas de cargas. A receita gerada pelo País com as exportações foi de US$ 67,3 bilhões. Considerando a origem dos produtos exportados, o Paraná é o sexto, entre os estados brasileiros.
A balança comercial do Paraná fecha o quadrimestre com saldo positivo de quase US$ 1,5 bilhão. A corrente de comércio do Estado, nos primeiros quatro meses do ano, passa dos US$ 8,7 bilhões. De janeiro a abril deste ano, o Estado exportou quase 8,8 milhões de toneladas de produtos, alcançando receita de US$ 5,14 bilhões. Já as importações do Estado totalizaram um volume de pouco mais de 4,9 milhões de toneladas, contabilizando cerca de US$ 3,6 bilhões.
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75% dos produtos exportados pelo Paraná saem do Porto de Paranaguá
Das 8,8 milhões de toneladas exportadas pelo Paraná no primeiro quadrimestre do ano, 6,6 milhões, ou seja, 75% saíram pelos Portos do Paraná. A soja, em grão e farelo, teve a maior participação nesse montante.
“A logística do Paraná vem se mostrando extremamente eficiente e integrada, do campo ao porto. Isso porque o Governo do Estado vem dando condição para que se tenha um movimento ordenado. Isso faz com que os nossos produtores escolham, principalmente, exportar pelos portos paranaenses”, afirma o diretor-presidente da empresa Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.
Ele destaca que a Ferroeste bateu recorde, puxando a produção do Oeste do Estado. As rodovias, com as revisões e manutenções, vêm dando suporte ao movimento de caminhões, que também bateu recorde, além dos portos, que fizeram em abril a melhor movimentação mensal da história.
“Estamos atendendo um volume muito grande de cargas, principalmente a soja. O que estamos vendo é uma logística muito coordenada desde a chegada dos caminhões e vagões do Interior até a produtividade que vimos alcançando nos carregamentos dos navios”, completa.
Segundo os dados do Ministério da Economia (ComexStat), foram cerca de 4,2 milhões de toneladas de soja paranaense exportadas pelo Porto de Paranaguá. A receita gerada por essas exportações chegou a de pouco mais de US$1,1 bilhão.
Na sequência, respectivamente, o açúcar, o frango, a celulose e o milho também engrossam o volume das exportações do Estado, realizadas pelos terminais paranaenses. Confira tabela.