Gilson Aguiar é Professor e Jornalista – formado em História, mestre em História e Sociedade, Especialista em Gestão de Pessoas – Colunista da CBN (Maringá, Cascavel e Ponta Grossa), Rádio Verde Vale, RUC FM, Rádio UP, TVUP e Portal GMC. Professor de Graduação e Pós-Graduação.
Tema desta sexta-feira, 6:
78% da população mundial tem celular. Contudo, mais de 95% das pessoas vão nascer, viver e morrer na mesma região. Ou seja, vivemos conectados em um mundo sem sair do lugar.
No mundo “global”, a maioria não vai sair do lugar
Todo mundo com um celular na mãoSomos oito bilhões de pessoas no mundo, mais de 50% desta população vive nas cidades e, o dado mais interessante, é que 78% da população mundial com mais de dez anos tem celular. Claro que a quantidade varia de país para país, de região para região.
Nas áreas mais pobres no mundo, ter um celular não significa estar ligado a uma rede de comunicação, e especialmente a internet. O custo deste serviço ainda não chegou a grande parte da população mundial. Não por acaso se fala de inclusão digital.
No Brasil, mais de 78% da população com mais de dez anos têm celular, em países africanos esta média cai significativamente, 63%. O acesso a internet cai mais ainda. Os dados são da Organização das Nações Unidas (ONU)
Olhando para o celular e não vendo um palmo adiante do nariz.
O que é interessante, também, é que mais de 95% da população mundial tende a viver no mesmo lugar. Passar uma vida inteira sem se movimentar muito. Nascer e morrer sem ir muito longe. Lembrando que a média de vida da população mundial tem aumentado.
Enfim, estamos fadados a vivermos sem ir muito longe, mas ficarmos sabendo de coisas do outro lado do mundo. Temos uma vida local decretada, mas podemos ser pautados por temas mundiais e vivermos com os olhos em um horizonte muito além de nossa vida prática.
Isso é bom ou ruim? Acredito que nos faz ficarmos ignorantes de nossas próprias vidas e preocupados com vidas que não conhecemos de maneira profunda. Não sabemos com detalhes, porque não temos tempo ou repertório para isso, o que realmente se passa além de onde estamos.
Porém, vivemos mais com os olhos para a “janela do além” do que enxergamos “um palmo além do umbigo”. Isto pode significar uma cegueira coletiva.