Gilson Aguiar é Professor e Jornalista – formado em História, mestre em História e Sociedade, Especialista em Gestão de Pessoas – Colunista da CBN (Maringá, Cascavel e Ponta Grossa), Rádio Verde Vale, RUC FM, Rádio UP, TVUP e Portal GMC. Professor de Graduação e Pós-Graduação.
Tema de hoje:
Devemos respeitar as regras? Sim. Porém, em alguns momentos da história ela pode gerar uma insatisfação. Resta saber quantos estão insatisfeitos e até que ponto as regras são garantia mínima de uma relação, de um relacionamento.
Entre a regra e a insatisfação
O combinado não é caro.E não há nenhum problema com isso. Se temos que discutir dentro de determinados limites que acordamos, se estabelecemos um espaço onde a discussões, decisões, relações se estabelecem, ele deve ser respeitado.
Porém, existe algum momento em que as regras podem se tornar um problema?
Quando elas ameaçam aquilo que tem como princípio defender sim. Quando a permanência de uma condição necessária aos envolvidos está ameaçada nós estamos diante da dificuldade de manutenção de acordos.
Você pode pensar que estou falando de algo complexo, sim, vale para questões complexas, mas vale também para as simples.
Isso vale para as coisas do dia a dia.
Observe os nossos relacionamentos. Estabelecemos acordos com as pessoas e pretendemos cumprí-los. Devemos ter em mente que o que foi acordado deve ser respeitado pelas partes envolvidas. Até aqui, sem problemas, mas a momentos em que as regras criam situações em que o relacionamento está ameaçado, a insatisfação dos envolvidos inviabiliza a relação, aí, se questiona as regras.
Ela pode forçar uma convivência intolerável, pode gerar com isso rupturas. Veja, a Revolução Francesa (1789) foi exatamente isso. Esta foi a condição de romper a ordem, os desgastes dos acordos estabelecidos sobre relações que não se sustentavam mais.
Se rompe relacionamentos da mesma forma. Quando uma das partes busca fazer no paralelo a ilegalidade visando manter a regra e garantir a sua satisfação. O que se convencionou chamar de traição.
Contudo deve-se considerar se o rompimento é revolucionário, libertador, ou destrói o que se tem como garantia mínima de convivência. É aí que repousa o problema. Até onde as regras podem ser mantidas e até onde elas são o veneno que destrói as possibilidades.
E para isso, não há resposta definitiva, depende da maioria dos envolvidos e da satisfação que a relação dá ou não, diante das renúncias que são feitas para mantê-la.