Jailson Rodrigues Cordeiro já amarga os prejuízos na lavoura de soja e fumo, em decorrência da forte chuva acompanhada de granizo, ocorrida no fim da tarde de quarta-feira, 9. Em menos de meia hora de temporal, o morador da localidade de Rio das Antas, em Paula Freitas, já estima perda total. Além dele, outros produtores próximos também registraram danos parciais na agricultura.
Jailson mora com os pais e lembra que ninguém se feriu durante o ocorrido. Até agora, o produtor contabilizou perdas nos mais de 60 mil pés de fumo e em 12,10 hectares de soja. Segundo ele, o fumo tem seguro, já no caso da soja foi perda total. Resta agora, dessecar a matéria-prima e plantar novamente. O prejuízo em valores ainda será levantado.
A Empresa Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) iniciou as visitas técnicas pelo interior, na tarde desta quinta-feira, 10, para conferir in loco os estragos pela chuva. Até a próxima semana terão um levantamento completo.
Chuva não cai igual em todos os lugares
A pergunta que paira no ar é: porque em alguns lugares chove tanto e tudo é destruído pelas tempestades, e em outros não chove nada?
Tem uma explicação. Segundo o meteorologista do Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar), Lisandro Jacobsen, a chuva desta quarta, não caiu da mesma forma em todos os locais. “Nessa semana a gente teve situação de um forte aquecimento e sobrou um pouco de umidade na atmosfera, sendo o suficiente para formar essas nuvens de chuva. No fim da primavera e início do verão é bem clássica a formação de chuva, apenas de forma bem localizada, diferentemente de uma frente fria que quando entra no Paraná causa chuvas em várias regiões, de maneira mais igualitária. Essa semana tem sido assim; as chuvas rápidas e pontuais devem continuar nos próximos dois dias”, explica.
Em Irineópolis
A Defesa Civil recebeu informações de danos em lavouras – em razão do granizo – nas localidades de Colônia Escada, Rio Vermelho, Rio Branco e São José. Será feita uma visita técnica nas propriedades e posterior levantamento da situação pelo interior.
Segundo o prefeito Juliano Pozzi Pereira, que na tarde de quinta-feira percorreu o interior do município e conversou com agricultores, mais de 40 propriedades foram atingidas. “ Nas lavouras de fumo é mais visível os prejuízos, a maioria teve perda total. Ficou muito feio onde pegou”, comenta.
Soja é principal fonte de renda em Paula Freitas
Com área territorial de 425,546 km², a fonte de renda da cidade ganha destaque pela produção da soja em grão (54.250 ton), fumo (1.610), melancia (6.400 ton), erva-mate sombreada (32 mil ton), arroz (105 ton), feijão (3.150) e o milho (5.220 ton).
De acordo com o extensionista, João Dozorec, a cidade em 1995 ocupava uma área de 12.100 hectares. Já em 2019, os números saltaram para 27.500 hectares. A soja por exemplo ocupa 90% da produção da cidade. Em 1995, contava com 74 agricultores nessa cultura e área de 3.500 hectares, com produtividade de 2.500 kg/ha. Em 2019, saltou para 425 agricultores, com área de 16 mil hectares e uma produtividade de 3.600 kg/ha.
Paula Freitas tem hoje 540 famílias que trabalham no campo e 48 na agricultura patronal. Paula Freitas possui 2.686 habitantes no meio rural, com participação equilibrada de homens e mulheres e também de jovens, sendo a maioria do sexo masculino. Cerca de 65% do PIB Municipal é proveniente da atividade rural.