Mesmo após a chuva, nível do Rio Iguaçu se mantém baixo

Como já mostrou O Comércio em outras ocasiões, dados apontam que a mesma e até menor marcação, se repetiu em outras dezenas de ocasiões

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Atualizado há 5 anos

Nível é baixo, mas em outros anos, já foi menor ainda: até o momento, sem orientação para racionamento (Foto: Mariana Honesko).
Nível é baixo, mas em outros anos, já foi menor ainda: até o momento, sem orientação para racionamento (Foto: Mariana Honesko).

Quem está acostumado com o rio Iguaçu sempre cheio, com correntezas fáceis de identificar, volta a se surpreender com o que vê nas margens. O nível está baixo, com 1,66 metros (conforme dados da Copel na quarta-feira, 21, às 10h40), isso, mesmo com a chuva que caiu no domingo, 18 e parcialmente no começo da semana.

Acontece que o fenômeno, das réguas com marcados lá embaixo, não é raro. Na verdade, de tão baixo o nível, o rio Iguaçu – e sua secura – virou atração turística em 2017 e um pouco antes de novo, em 2006. Naqueles anos, especialmente nos finais de semana, moradores e visitantes tentam ir o mais longe possível, caminhando sem molhar os pés, no que até bem pouco tempo estava coberto com água.

Outras dezenas de vezes já registram níveis iguais ou bem parecidos com os atuais. Essa é a constatação que o jornalista e presidente da Comissão Regional Permanente de Prevenção Contra Enchentes do Rio Iguaçu (SecCorpreri), Dago Woehl, faz. Em uma recente conversa com a reportagem, o rio já esteve com menos de um metro e meio, por exemplo, outras 30 vezes pelo menos. “Quando isso acontece, significa que embaixo da ponte passam 97 metros cúbicos por segundo. É pouca água, mas já registramos isso pelo menos um pouco mais de 30 vezes”, confirma.

Para Woehl, embora o nível realmente seja baixo, a recuperação da normalidade é rápida. Por não ter mais tanta proteção ciliar, o rio enche com velocidade, desde que haja uma chuva concentrada. “Os 300 milímetros de 2014, por exemplo, elevaram a vazão para mais de três mil litros por segundo. A resposta do rio à chuva é rápida”, explica.

Racionamento é descartado

Diante da previsão de chuva para os próximos dias e de um nível do rio nem tão ainda, a equipe da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), garante que o racionamento da água ainda é dispensável. “O rio está com nível baixo, mas a gente consegue manter o abastecimento. Lógico, a gente sempre recomenda o uso consciente, mas do ponto de vista de produção, não temos uma perspectiva de racionamento”, afirma o gerente do escritório regional em União da Vitória, Bolivar Menoncin. O gerente não descarta, contudo, o aparecimento de algas no rio. Até o momento, isso ainda não ocorreu.