Em evento organizado pela Comissão Regional de Prevenção contra Enchentes do Rio Iguaçu (Sec Corpreri), realizado na manhã desta quinta-feira, 6, no auditório da Câmara de Dirigentes e Lojistas (CDL), o prefeito de União da Vitória, Pedro Ivo Ilkiv, divulgou tanto ações realizadas quanto planejadas para amenizar consequências de enchentes no município. A atividade teve participação de empresários, representantes da sociedade civil e organizada, autoridades políticas, diretores da Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel) e meteorologista do Simepar.
Em sua fala, o prefeito mencionou ações que a administração tomou, em sua gestão, para reduzir impactos das cheias do Rio Iguaçu. Entre elas a realocação de famílias de áreas de risco que somam 210 nos últimos dois anos, ligados à forte política habitacional que já entregou 624 moradias, tem 650 (em fase de assinatura de contrato e início das obras) somadas de outras 400 casas que serão oferecidas em sistema de permuta por habitações em áreas de risco. A prefeitura contabiliza, ao todo, 2.774 novas casas para os munícipes. A proposta é realocar moradores que residem em locais que estão abaixo da quota mínima de 746,75m ou 7,14m na régua de monitoramento do Rio Iguaçu (de acordo com o Plano Diretor).
“São ações combinadas de reassentamento e obras estrutural”, citou Pedro Ivo em referência a outro trabalho que busca viabilizar a construção de um canal extravasor. Com uso de mapas e fotos áreas, o prefeito detalhou em que locais seriam abertas essas grandes estruturas para facilitar a vasão das águas do Rio Iguaçu e diminuir o alagamento. Segundo ele, há interesse de empresas privadas realizem este trabalho em sistema de troca. “Estamos trabalhando isso. O custo desse projeto, de acordo com nosso estudo, pode chegar a R$ 1 bilhão, mas há interesse de empresários em explorar areia e fazer esse canal, talvez, até sem gerar custos para nós”, disse. Além disso, Pedro Ivo explicou a necessidade de realizar alargamento do rio em alguns pontos. “Existem ponto açoriados que chegam a estreitar o leito em até 20m”, relatou.
Por sua vez, o engenheiro do Setor de Estudos Hidrológicos da Copel, Anderson N. de Araújo, esclareceu que em momento algum o reservatório de Foz da Areia exerceu efeito frente à enchente ocorrida neste ano. Por meio de estudos, gráficos e estatísticas, o profissional demonstrou todo o funcionamento do sistema e a contenção realizada. Segundo ele, anterior à cheia, houve estiagem prolongada que levou a represa em atingir apenas 9,4% do seu nível normal no reservatório. Isso ocorreu duas semanas antes e, posteriormente, ocorreu a terceira maior cheia da história, após a construção da Usina. Durante o período de cheia o reservatório operou com 12 metros abaixo do nível máximo. A Usina de Foz de Areia chegou a ficar ‘inoperante’ – sem gerar energia por 30 horas – na busca de amortizar, ainda mais, esses efeitos. “O funcionamento do sistema de monitoramento do Rio Iguaçu é feito de forma constante e serviu para amortizar os efeitos das cheias de junho de 2014”, afirmou o engenheiro.
Os dados apresentados embasam o discurso de que a Copel tem trabalhado efetivamente para evitar que o reservatório exerça efeito sobre enchentes em União da Vitória. As informações atestam que a barragem tem trabalho de monitoramento constante, inclusive que opera modo de segurança, com vistas a esvaziar a represa até níveis tecnicamente considerados seguros para evitar catástrofes. “Sempre temos como meta, primeiro a segurança”, frisou. Esse sistema analisa quantidades de chuvas, ocorridas e previstas, e o nível do Rio em diversos pontos.
Ainda, a atividade cedeu espaço para o meteorologista do Simepar, Cézar Gonçalves Duquia, falar sobre os níveis pluviométricos dos dias que antecederam, e durante, as cheias do Rio Iguaçu do mês de junho deste ano. Em suas observações, o especialista salientou que o trabalho busca levantar inúmeros dados e apontam tendências, difíceis de precisar com exatidão quando ocorrem temporais, similares ao que ocorreu neste ano. Contudo, o sistema permite avaliar os quadros e tomar providências para diminuir efeitos. Todos esses dados são observados e servem para embasar os procedimentos que a Copel adota em seu trabalho de monitoramento do Rio Iguaçu.