Jânio Quadros foi o 22º presidente do Brasil – de 31 de janeiro de 1961 a 25 de agosto de 1961. Sucedeu Juscelino Kubitschek de Oliveira.
Em 1960, ainda adolescente, me lembro bem da movimentação do comício de Jânio Quadros em Porto União/União da Vitória.
A concentração da população foi na Praça Hercílio Luz e Jânio Quadros fez seu esperado discurso, estranho para mim, certamente pela pouca idade e falta de conhecimento que tinha da situação política do país, mesmo porque o discurso do candidato era sempre meio no grito…
Um detalhe que nunca esqueci: a maioria dos eleitores de Porto União defendia a candidatura do Marechal Lot e em União da Vitória a maioria defendia a candidatura de Jânio Quadros.
O Governo de Jânio Quadros
Jânio Quadros ascendeu à presidência do governo brasileiro em 1961 eleito com 5,6 milhões de votos e apoiado pela UDN (União Democrática Nacional). Este partido era de centro-direita e aliado com as políticas dos Estados Unidos.
Como vice-presidente foi eleito João Goulart, que nasceu em 1918 e faleceu em 1976, oriundo do PTB, na chapa denominada “Jan-Jan”.
O cenário do Brasil era de crise, pois o governo de Juscelino Kubitschek (1956-1960) deixou o país com a economia desestruturada, inflação e a dívida externa maior.
Para conter estes problemas, Quadros congelou salários, desvalorizou a moeda nacional e restringiu o acesso de fundos de crédito, como tentativa de equilibrar a economia.
Quanto ao cenário externo, o mundo vivia a Guerra Fria (liderada pelas duas superpotências mundiais – EUA capitalista e a URSS socialista). Deste modo, Jânio permaneceu numa posição neutra e, muitas vezes, sendo pragmático e privilegiando os interesses econômicos.
A despeito de ser considerado conservador e anticomunista, esta posição não refletiu na política externa de Jânio Quadros. Aproximou-se de nações socialistas como Cuba, China e URSS.
Em 1961, participou da entrega da “Grã-Cruz do Cruzeiro do Sul”, a mais alta condecoração do governo brasileiro a Che Guevara, líder do movimento socialista na América Latina. Este gesto provocou críticas da direita brasileira.
Foi um líder carismático das massas, tentando aproximar-se do povo usando ternos escuros, nos quais deixava cair caspa a fim parecer mais popular.
Embora possuísse certa inclinação autoritária, Jânio auxiliou na consolidação do regime democrático no país, atacando várias vezes a elite, em defesa das camadas populares.
Seguindo esta linha, suas ações foram um tanto controversas como a proibição do uso de biquínis nas praias; suspensão das rinhas de galo e a interdição do uso de lança perfume. Isso demonstrou fragilidade nas metas do plano político proposto, afastando, assim, a população e com o tempo, o presidente foi perdendo sua popularidade.
A renúncia de Jânio Quadros
Com efeito, após perder apoio dos militares e com a pressão de Carlos Lacerda, líder da UDN, Jânio renunciou no dia 25 de agosto de 1961.
O breve mandato de Jânio Quadros
Seu mandato presidencial foi um dos mais breves (quase sete meses) na história da presidência do país. O cargo posteriormente foi assumido pelo vice-presidente João Goulart.
Mas Goulart não se consolidou como presidente, com o país passando a viver momentos conturbados, ocorrendo, por imposição de milhões de brasileiros, da necessária intervenção militar.
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