O maior evento cultural e recreativo de União da Vitória, e por consequência do Vale do Iguaçu foi drasticamente reduzido, praticamente retornando à sua forma original. Retrocedemos uma década com apenas uma decisão de gabinete na prefeitura e tudo o que foi construído, passo a passo durante dez anos, três administrações diferentes e um esforço coletivo crescente; foi terminado. A Festa Nacional da Costela, voltou a ser um evento menor, descaracterizou-se e perdeu a oportunidade de colocar nossas cidades, nosso povo e nossa cultura novamente em destaque.
Em 2014, por exemplo, decretando o fim da maior enchente dos últimos tempos e em ano eleitoral, a Festa Nacional da Costela iniciou uma renovação, ampliando as entidades parceiras e os apoiadores, buscando novos recursos e reduzindo o investimento público à época, em uma clara demonstração de que é possível fazer mais com menos, quando há união. A mudança despertou paixões, acirrou ânimos, mas foi capaz de reunir no mesmo palco na abertura oficial, gente de todas as matizes, adversários e concorrentes; demonstrando a todos que existem caminhos comuns mesmo na adversidade. A Festa Nacional da Costela servira inclusive para reaquecer o espirito de um povo que tanto perdera com as chuvas e que ali tinha motivos para celebrar, renovar a esperança.
O evento seguiu se reorganizando, pesquisando os públicos e adaptando-se para oferecer sempre novidades e atrair ainda mais pessoas. A quantidade de mídia espontânea gerada pela promoção das redes sociais somado à quantidade de matérias e repercussão nos veículos de comunicação estaduais no Paraná e em Santa Catarina, assim como em redes nacionais superava diversas vezes o investimento feito pela Prefeitura Municipal; e fixava-se no calendário de eventos como uma referência turística importantíssima, atraindo novas pequenas celebrações para o núcleo de um evento cada vez mais gigantesco. Premiações e concursos passaram a ser inseridas. Apresentações artísticas regionais passaram a ser conhecidas do grande público. Na onda eleitoral, candidatos de todos os partidos participavam da festa e nesta oportunidade estreitava-se a relação com o eleitorado, mas também serviam como plataforma de promoção da cidade para todos os cantos de origem dos candidatos que por aqui passavam. Quem sabe este não seria o ano em que um presidenciável haveria de ter pisado por aqui, atraindo os olhos da nação para o Vale do Iguaçu e suas belezas?
Tudo isto se perdeu neste ano, por mesquinharia e falta de visão, em decisão unilateral da prefeitura, que ao protelar até os últimos instantes sua negativa, impossibilitou a reoganização do modelo de gestão que reconhecidamente vinha dando certo.
A ausência do fomento público ao maior evento regional, por total descaso e inércia do prefeito e seus assessores, deixam claro a falência do discurso de incentivo ao turismo e o duro golpe desferido pelo poder executivo, só não foi capaz de solapar de vez a atual edição da festa graças ao brio e a capacidade dos pioneiros que iniciaram este movimento, que heroicamente mantiveram acesas as brasas do que ainda haverá de ser novamente a Festa NACIONAL da Costela. Menos purpurina e mais ação, os prefeitos passam e o legado turístico permanece.