Neste momento complexo em que praticamente 1/3 da população mundial está em isolamento e os países contabilizam os números de mortos e contaminados avançarem, a estratégia prevalecente tem sido a do isolamento social com a manutenção dos serviços essenciais.
O novo coronavírus não é uma gripe piorada. a gripe é causada pela família do vírus influenza e todo ano são produzidas vacinas para as cepas em circulação. Os coronavírus causam síndromes importantes que atacam severamente o sistema respiratório.
A covid-19 é particularmente perigosa pois o seu vírus tem se mostrado muito mais contagioso que outros coronavírus, e vem causando pneumonias duplas, graves e resilientes, principalmente nos mais velhos. Em jovens saudáveis o que se viu até agora é que o risco de ter problemas mais sérios é menor, mas caso contraída a doença ela pode ser transmitida aos pais, avós e pessoas próximas.
Em casos graves, os pulmões entram em colapso e dependem de respiradores e intubações feitas em UTIs para funcionar. Sem isso, a pessoa não consegue respirar e morre. Não existe vacina ou tratamento reconhecido com efetividade confirmada até este momento.
Governos do mundo todo estão debatendo soluções e agindo baseados em dados pouco confiáveis, tomando decisões com informações que mudam a todo instante, aprendendo a combater a pandemia enquanto ela avança e com a ciência correndo contra o tempo.
No Brasil, o coronavírus não matará sozinho. esta praga se somará a todas as outras mortes que acontecem e seguirão acontecendo como trânsito, gripe, dengue, crime e outras doenças e infecções. Ela é uma peste adicional em nossas mazelas nacionais.
O momento é sério e exige prudência e responsabilidade. É urgente:
1) manter ao máximo o apoio e a ampliação da rede hospitalar e seus auxiliares,
2) preservar o abastecimento constante e a logística nacional,
3) socorrer a população mais pobre e sem renda,
4) dar condição de sobrevivência às empresas e a continuidade dos empregos.
Estas soluções precisam ser efetivadas mantendo nossa curva de contágio dentro da capacidade de internamento da rede hospitalar para poupar o máximo de vidas possível. Depois será necessário reativar e manter algum nível mínimo de trabalho pois não há saúde sem dinheiro ou dinheiro sem saúde.
Esta é uma crise profunda e severa que exigirá de todos nós calma, paciência, recursos financeiros e materiais, mas principalmente humanidade.
Que a ciência seja nossa bússola e não a ignorância.