Os donos de pequenos negócios voltaram a apresentar aumento de confiança e ultrapassaram os 100 pontos. De acordo com a Sondagem Econômica MPE, feita pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getulio Vargas, o Índice de Confiança de Micro e Pequenas Empresas (IC-MPE) apresentou, em agosto, um incremento de 2,7 pontos e atingiu a melhor pontuação registrada desde novembro de 2013. A marca de 100,6 pontos foi influenciada principalmente pela melhora das expectativas do Comércio.
“Em agosto, a confiança das micro e pequenas empresas retornou para a trajetória de recuperação iniciada em fevereiro. Superar a marca dos 100 pontos indica uma expectativa melhoria da economia e boas perspectivas do comércio. Ajudaram nesse resultado recursos disponibilizados pelo governo, a melhoria do mercado de trabalho e a desaceleração dos preços”, comenta o presidente do Sebrae, Carlos Melles.
O resultado do Índice de Confiança de Micro e Pequenas Empresas em agosto é reflexo de uma estabilidade das avaliações em relação à situação atual e melhora das perspectivas de curto prazo. O Índice de Expectativa das MPE (IE-MPE) avançou 3,9 pontos, para 100,6 pontos, voltando ao nível neutro, idêntico ao mesmo período do ano anterior, influenciado por uma perspectiva mais favorável de crescimento da demanda nos próximos três meses e dos negócios nos próximos seis meses. Os indicadores desses quesitos, subiram 3,6 e 3,2 pontos respectivamente, mas ainda se mantêm abaixo do nível considerado neutro (95,8 e 98,9 pontos).
Comércio puxa melhora do índice
O Índice de Confiança das micro e pequenas empresas é a compilação dos índices de confiança dos três principais setores da economia: Comércio, Serviços e Indústria de Transformação. A melhora foi concentrada no Comércio, que registrou crescimento de 5,4 pontos. O setor de Serviços, apesar do resultado positivo de 0,5 ponto no mês, tem dado sinais de perda de fôlego nos últimos meses com a confiança acomodada nos 100 pontos, mostrando uma ligeira desaceleração. Já a Indústria de Transformação, caiu pelo segundo mês consecutivo, em agosto, 1,4 ponto.
Assim como em junho deste ano, a confiança do Comércio (MPE-Comércio) foi imprescindível para a alta do IC-MPE. A melhora do setor, entretanto, precisa ser avaliada com parcimônia, já que foram alavancadas, exclusivamente, pelas expectativas, e já que a situação atual ainda se mostra reticente. A situação atual dos negócios no mês de agosto variou apenas 0,1%.
A forte alta do Índice de Expectativas das MPE do Comércio (IE-C-MPE), para os próximos 3 a 6 meses, foi a principal contribuição para o resultado favorável no Índice de Confiança: variação de 12,7 pontos, levando o patamar das “expectativas” para 96,5 pontos, o maior nível desde fevereiro de 2020 (102,8 pontos). Contudo, na percepção dos empresários do setor, a situação específica do nível de atividade de agosto não chegou a avançar. O Índice da Situação Atual das MPE do Comércio (ISA-C-MPE) recuou 2,1 pontos, para 101,9 pontos, o menor nível dos últimos 4 meses. A queda ocorre por uma menor satisfação do setor com relação ao volume de demanda atual do mês de agosto, cujo indicador caiu 7,3 pontos, para 100,8, em relação a maio deste ano (melhor mês de 2022). Esses dados revelam que a desaceleração da situação atual do comércio, verificada nos últimos 4 meses, deve ser revertida nos próximos 3 a 6 meses e o setor deve ganhar novo fôlego, graças às medidas mais recentes do governo, como por exemplo, o aumento do valor do Auxílio Brasil.
Serviços
Houve acomodação na confiança das micro e pequenas empresas do setor de Serviços (MPE-Serviços), em agosto com variação de 0,5 ponto no indicador para 100,6 pontos. As MPE seguem a mesma tendência das demais empresas do setor, cujo Índice de Confiança de Serviços (ICS), divulgado pela FGV, variou -0,2 ponto, para 100,7 pontos.