Os números de empregabilidade, que vinham sendo generosos no Brasil no começo do ano tiveram retração em março. O mercado de trabalho formal apresentou, em todo o país, saldo negativo de 43.196 empregos com carteira assinada em março. Segundo dados divulgados semana passada, em Brasília, pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), da Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia, foram registradas 1.216.177 admissões e 1.304.373 demissões no período.
No mês anterior, o saldo havia ficado positivo, com 173.139 admissões (1.453.284 admissões e 1.280.145 demissões). Com isso, no acumulado do bimestre (fevereiro/março), o saldo está em 129.943. A maior perda registrada em março foi no setor de comércio, que apresentou uma diminuição de 28.803 vagas, seguido de agropecuária (-9.545), construção civil (-7.781), indústria da transformação (-3.080) e serviços industriais de utilidade pública (-662). Três setores tiveram resultados positivos: serviços (4.572), administração pública (1.575) e extrativa mineral (528).
Retração afeta o vale do Iguaçu
Os reflexos foram sentidos também no Vale do Iguaçu. Mesmo com a forte retração, União da Vitória fechou o mês de março com saldo positivo. De acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, o Caged, o município gerou 558 novos postos de trabalho, enquanto que o mesmo período registrou 451 desligamentos dos postos de trabalho. O saldo acabou ficando com 107 carteiras assinadas a mais do que aquelas que deram baixa no sistema.
Já em Porto União, no planalto norte catarinense, os números não foram nada generosos. O mês de março segui a tendência de mais desligamentos do que contratações, conforme os números nacionais. Ao todo, no período, foram 207 novos postos de trabalho. Contudo aqueles que saíram da formalidade ou foram desligados ficou em 224, ou seja, esse é o número de pessoas que ficaram desempregadas.
Os números de março
Os estados que apresentaram os piores resultados foram Alagoas (-9.636 vagas), São Paulo (-8.007), Rio de Janeiro (-6.986), Pernambuco (-6.286) e Ceará (-4.638).
Os que anotaram saldo positivo foram Minas Gerais (5.163), Goiás (2.712), Bahia (2.569), Rio Grande do Sul (2.439), Mato Grosso do Sul (526), Amazonas (157), Roraima (76) e Amapá (48).
O salário médio das admissões registradas em março ficou em R$ 1.571,58, valor que, se comparado ao mesmo período do ano anterior, representa perda real de R$ 8,10 (-0,51%).
Já o salário médio que era pago no momento da demissão apresenta queda maior, de R$ 29,28 na comparação com março de 2018, valor que representa perda real de -1,69%.
O ministério atribuiu o resultado ruim à forte criação de postos com carteira assinada em fevereiro – foram 173.139, o melhor para o mês desde 2014. Segundo a pasta, setores que normalmente contratavam em março anteciparam as contratações, enquanto os que demitiam concentraram as dispensas de funcionários no mês passado.