Os números de empregos formais – com carteira assinada – na indústria do Paraná seguem em alta em 2021. De acordo com dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho (Caged), referentes a novembro, o estado registrou o maior saldo do país, com 2.547 novas oportunidades criadas, seguido por Rio de Janeiro (2.381) e Rio Grande do Sul (2.033).
No acumulado do ano (janeiro a novembro), das 24 atividades da indústria de transformação avaliadas pelo Caged, Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (-22 vagas); e Fabricação de produtos de fumo (-73 vagas) foram os únicos setores que apresentaram saldo negativo. Todos os demais criaram vagas em relação ao ano anterior.
Na avaliação mensal de novembro, fabricação de produtos alimentícios (1.380); fabricação de máquinas e equipamentos (345); fabricação de produtos químicos (269); fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (175), foram os segmentos que mais abriram oportunidades na indústria paranaense.
Já no acumulado do ano, o Paraná se manteve em alta, com saldo positivo de 50.890 postos de trabalho abertos. Fabricação de produtos alimentícios (8.768); confecção de artigos do vestuário e acessórios (7.081); fabricação de produtos de madeira (4.806) e fabricação de máquinas e equipamentos (3.947), foram os setores de destaque no estado, com saldo positivo entre admitidos e desligados.
Marcelo Alves, economista da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), explica que os resultados do emprego na indústria paranaense apontam para uma recuperação da atividade no estado. “No Paraná, quase todos os setores apresentam saldo positivo no acumulado do ano. A afirmação está alinhada com os resultados da produção industrial que também são positivos no ano para quase todos os setores”, avalia. “Além disso, o resultado do PIB paranaense no 3º trimestre apresenta uma boa performance da indústria, o que nos dá o indicativo de uma recuperação progressiva e consistente, gerando boas expectativas para o próximo ano, seja na geração de empregos, seja no crescimento da indústria como um todo”, ressalta Alves.
Análises complementares
Na avaliação do economista, além dos resultados do Caged, os dados da PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) também mostram uma melhora dos níveis de emprego no Paraná. “No primeiro trimestre de 2021 o estado apresentava uma desocupação de 9,4%, ou 571 mil pessoas desocupadas. No segundo trimestre 9%, já no terceiro trimestre o Paraná apresentou 8%, o que equivale a uma desocupação de 484 mil pessoas, uma redução de 87 mil pessoas. Além disso, houve redução nos percentuais de desalentados e subutilizados”, explica Alves. Segundo ele, isso mostra uma recuperação da atividade econômica no estado. “Especificamente na indústria, essa realidade pode ser percebida com os resultados de aumento no número de contratações com carteira assinada apresentados pelo Caged”, analisa.
Qualificação, gênero e grau de instrução
Os dados de novembro apontam uma preferência por jovens de 18 a 24 anos. Dos 25.486 admitidos na indústria do Paraná, 16.761 foram homens e 8.725 mulheres. Destes, 8.638 têm entre 18 e 24 anos.
Do total de admitidos, mais de 15 mil concluíram o Ensino Médio. No entanto, apenas 1.391 possuem o Ensino Superior completo. Ainda do total geral de admitidos, mais de três mil não finalizaram o Ensino Fundamental e 223 são analfabetos.