“Trabalhe conosco”. A frase curta e objetiva no site de uma empresa recém-chegada ao Estado é um convite para uma fase próspera em Santa Catarina. A vinda de novos empreendimentos e a ampliação de outros aquecem a economia catarinense.
Prova disso é que Santa Catarina tem a maior taxa de crescimento de emprego do Sul do País, com perspectivas positivas para 2019. O otimismo do empresariado, principalmente no setor do comércio, construção civil e indústrias, proporciona investimentos e abertura de novas vagas.
O secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico e Turismo de Santa Catarina (SDS), Lucas Esmeraldino, ressalta que o Estado possui um ambiente totalmente dinâmico e favorável aos negócios, com segurança jurídica, transparência e absoluto apoio às iniciativas que trazem emprego, renda e desenvolvimento econômico.
“O Governo de Santa Catarina vem fazendo seu dever de casa ao recepcionar e prestar todo apoio possível ao investidor, o que nos torna uma opção segura para investimentos”, salienta Esmeraldino.
O secretário destaca que o grande diferencial é o trabalho feito por meio de programas e ações como o Prodec, SC Bem Mais Simples e a Investe SC. Ele cita como exemplo a Agência de Atração de Investimentos, Investe SC, uma parceria entre o Governo e a Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), que busca ser um canal único de atração de investimentos, recepcionando investidores e empresários que chegam e os que querem ampliar suas atividades em Santa Catarina.
“Atualmente temos 104 projetos de ampliação e instalação no Estado que estão tramitando, gerando uma expectativa de R$ 6,9 bilhões em investimentos privados nos próximos três anos”, ressalta o diretor de Desenvolvimento Econômico da SDS e representante da Investe SC, no Estado, Antônio Slosaski.
O secretario-adjunto da SDS, Amandio Junior, avalia que a perspectiva de melhora na economia alavancou as expectativas futuras e influenciou na percepção positiva do momento atual. “A confiança dos industriais cresceu pelo quinto mês consecutivo. A indústria de Santa Catarina cresceu 4%, em 2018, enquanto o Brasil cresceu 1,1%. Da mesma forma, o fim das incertezas eleitorais e as perspectivas de mudanças estruturais na economia levaram o Índice de Confiança dos Empresários do Comércio, o ICEC-SC, à melhor posição desde 2013. O volume de vendas do comércio catarinense cresceu 10,5% em 2018, enquanto o brasileiro cresceu 5%, sendo o aumento de Santa Catarina o terceiro maior do país”, observa.
O economista da SDS Paulo Zoldan lembra que Santa Catarina tem a menor taxa de desemprego do país e está entre os estados onde a geração de emprego mais cresceu em 2018. A economia catarinense gerou 41,7 mil novos postos de trabalho em 2018. O setor de serviços liderou com a criação de 26,3 mil novos postos, seguido por comércio, indústria de transformação e a construção civil, que voltou a empregar.
Novas empresas em Santa Catarina
Há 25 anos, em São José do Rio Preto, interior de São Paulo, dois amigos vendiam camisetas pelo acostamento de uma via marginal. A ideia, que começou a partir do entusiasmo dos dois pequenos empreendedores, deu tão certo que logo o pai de um deles, Antonino Pasquini, se juntou a seu filho e deu o gás financeiro, transformando lucros em investimentos. Logo a marca “Acostamento” ganhou força.
Assim surgiu o Grupo Pasquini, empresa paulista do ramo de confecções liderada pelos empresários Antonino e Raritom Pasquini, em franca expansão. Com mais de 2 mil pontos de vendas pelo país, agora está de mudança para Santa Catarina, na cidade de Itajaí. Com uma expectativa positiva para 2019, a empresa estima gerar 400 novas vagas de emprego na região e um crescimento de 30% para 2020.
Grupo Pasquini, empresa paulista do ramo de confecções, está de mudança para Santa Catarina, na cidade de Itajaí
“Crescemos 20% ao ano, e Rio Preto não suportou nosso crescimento. Faltou mão de obra e prestadores de serviços especializados e disponibilidade de matéria prima. A região do Vale do Itajaí tem a confecção no sangue, por isso decidimos vir pra cá”, conta Miriam Santana, diretora de Operações do Grupo Pasquini.
Em Santa Catarina a empresa foi recepcionada pela Investe SC. “Tivemos um apoio logístico e técnico do Governo, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico Sustentável do Estado, e também da Prefeitura de Itajaí. Essa recepção foi o diferencial que a gente precisava para agilizar a vinda”, lembra Miriam.
“Enxergamos um Estado que quer evoluir, que é um pólo de startup. Aqui tem muita coisa de tecnologia que a gente precisa ter na indústria da confecção. Tem também uma via de escoamento fácil, e de recebimento, que é o porto, além da mão de obra”, acrescenta.
Assim como o Grupo Pasquini fez as malas e partiu para Santa Catarina, outras empresas também estão chegando, como é o caso da multinacional americana Cooper Standard, líder global em fornecimento de sistemas e componentes para a indústria automotiva e qye trabalha em importantes ações para fortalecer a sua presença no Brasil, onde sua nova fábrica, na cidade de São Bento do Sul, tem papel fundamental para atender clientes da Região Sul do Brasil.
“Conseguimos em tempo recorde obter as licenças e recebemos todo apoio logístico para a instalação rápida. Em Santa Catarina, este processo aconteceu de forma ágil e sem burocracia”, avalia diretor administrativo da Cooper Standard na América do Sul, Jürgen Kneissler.
Mais emprego
Gilmara Carpes da Silva tinha 14 anos quando começou a trabalhar na área têxtil, seguindo o exemplo de seus pais. Natural de Blumenau, importante polo têxtil de Santa Catarina, cresceu rodeada de grandes fábricas.
“Tinham várias confecções perto da minha casa e meu primeiro emprego eu comecei como manual, que é aquela pessoa que faz a distribuição para as costureiras. Sai dali e fui para outra empresa, na qual fiquei por 20 anos, e cresci como profissional”, lembra Gilmara Carpes Silva.
A região do Vale do Itajaí é conhecida por ter sido destino de imigrantes europeus no século XIX. Eles trouxeram a experiência empreendedora para uma região inóspita no início do século XX e conseguiram criar um pólo têxtil invejável.
Hoje, a região abriga tanto as grandes fábricas como pequenas facções com produção basicamente local. Experiente na função, Gilmara começa uma nova fase em sua vida profissional, sendo convidada a atuar como coordenadora têxtil no Grupo Pasquini.
Apesar do receio em começar num novo emprego, Gilmara decidiu apostar e atualmente é responsável em coordenar uma equipe de mais de 50 pessoas. “Como a empresa é nova aqui, tu vem com garra para trabalhar e a tua oportunidade de crescer na empresa é muito maior. Aqui na empresa tinham pessoas que estavam há três ou quatro meses desempregadas e você ver a alegria destas pessoas é importante. Isso faz a gente se sentir muito bem”.
Ela observa ao seu redor e percebe o desenvolvimento da região com o surgimento de novas vagas de trabalho que aquecem a economia: “É muito bom para o Estado a vinda de mais empresas, pois geram novos empregos. O trabalho muda a vida das pessoas, que passam a adquirir produtos e contribuir com impostos. Por sua vez, a empresa também vai dar seu retorno para a cidade e para o Estado”.