Os ensaios no Centro de Danças de Porto União da União da Vitória estão a todo vapor. Tudo deve estar impecável para a apresentação do espetáculo Lago dos Cisnes que acontece em novembro, no Cine Teatro Ópera, em Porto União, nos dias 23 e 24. Cerca de 100 bailarinos levarão arte e emoção ao público.
A direção do espetáculo é do professor Tadeu Ribeiro.
Lago dos Cisnes
O Lago dos Cisnes é um balé dramático em quatro atos do compositor russo Tchaikovsky e com o libreto de Vladimir Begitchev e Vasily Geltzer. A sua estreia ocorreu no Teatro Bolshoi em Moscovo no dia 20 de fevereiro de 1877, sendo um fracasso não por causa da música, mas sim pela má interpretação da orquestra e dos bailarinos, assim como a coreografia e a cenografia. O balé foi encomendado pelo Teatro Bolshoi em 1876 e o compositor começou logo a escrevê-lo.
Confira o Artigo “O Lago dos Cisnes” para 2018
* Por Tadeu Ribeiro
Com a responsabilidade de estar pela quarta vez sob a direção do espetáculo promete que esta remontagem terá um potencial tão belo e ilustre quanto as anteriores.
Anualmente o Centro de Danças remonta um espetáculo de ballet de repertório. Sempre gosto de fazer a lembrança de que o Centro de Danças Porto União da Vitoria é uma Associação sem fins lucrativos, administrada por um grupo de pessoas voluntarias que compõem a sua diretoria administrativa e em geral, eleita ou reeleita bienalmente.
O Centro de Danças concorre com o seu principal objetivo para complementar o ensino na educação regular através do ensino ballet clássico para crianças, jovens e adultos. Desde 1987, a qualidade cênica dos ballet’s que tenho remontado, tem demonstrado grande interesse por parte dos alunos e convidados. Como escola, as adaptações dos repertórios já remontados por mim são adaptados de acordo com as necessidades e condições da infraestrutura de nossas casas de espetáculos.
Igualmente, os ballets são ajustados de acordo com as necessidades técnicas da escola, e de acordo com o número de alunos que colam grau pela escola. Nesse ano de 2018, serão oito alunas que hão de celebrar seus debouts como solistas. Em geral a escolhas para que essas alunas possam interpretarem personagens em um ballet de repertorio é de difícil tarefa, já que todas têm staff semelhantes, então as observações de características pessoais são valorizadas nessas escolhas.
O Lago dos Cisnes foi contemplado com o brilho e o compromisso das alunas Andressa Aparecida Prado no papel de Odette, Maria Vitória Beckert de Freitas no papel de Odile, Bruna Christi Semianko no papel de princesa Húngara, Thuany Senn no papel de princesa Napolitana, Jaqueline Graciano Wengezyn no papel de princesa Espanhola, Gabriela dos Santos Linzmeyer no papel de princesa Russa, Bruna de Campos no papel de princesa Árabe e Beatriz Nemersky Costa no papel de princesa Indiana.
Cada uma dessas pequenas grandes artistas estão oferecendo o seu melhor durante esse ano na escola como também ao viver esses papeis no espetáculo em novembro, tenho a certeza de que esses personagens foram construídos com dedicação, respeito e muito amor pela dança de Terpsicore.
Quem ganha com essa qualidade é o público fiel a arte do ballet clássico, e especialmente aos alunos, iniciantes ou adiantados, pois ao remontar um ballet de repertório, o aluno desenvolve um estudo na história, sua origem, seus costumes, seus compositores, entre tantas outras infinidades que fazem parte de uma montagem coreográfica, e com isso, o ballet contribuem na formação de um bom cidadão, transformando o ser humano em intenso amor e respeito.
Ao desenvolver a construção do personagem vivido num espetáculo de repertório, o artista bailarino precisa colocar seu corpo a serviço da dança e a sua dança a serviço de um personagem, e essa construção só tem efeito positivo dentro de uma sala de aula, com repetições incansáveis dos mesmos movimentos para que a poesia, a harmonia e leveza possam contagiar a alma, transformando corpos físicos em almas dançantes.
O compromisso de um artista bailarino que faz parte de uma montagem de ballet de repertorio, é de estar presente às aula e aos ensaios, portanto, quando as cortinas de um palco se abrem, e surge singrando sobre o linóleo as bailarinas sobre as pontas dos pés como a um veleiro a deslizar sobre águas tranquilas, e suas vestes esvoaçando como velas que impulsionam ao veleiro, os olhos atentos da plateia vigiam cada movimento, como anjos da guarda dos artistas, grandes ou pequenos, adiantados, ou iniciantes, profissionais ou amadores, pois a liberdade poética se mostra é no palco.
Sempre tenho em memória de que esse meu trabalho só é possível porque tenho uma diretoria que dá a sua parcela de contribuição na produção dos espetáculos, as estagiárias e professoras, figurinistas, cenógrafos, iluminadores e principalmente aos alunos fiéis e dedicados. Sei que a plateia há de sentir a alma transcendendo ao corpo físico, quando as cortinas se abrirem, e os aplausos serão o alimento sagrado dos nossos grandes artistas.