Não foi uma missão das mais fáceis. Na verdade, foi mais complicado que um ensaio de uma coreografia nova, com passos sofisticados e afinados. Mas deu certo. Depois de quase meio ano de muito trabalho, os bailarinos da Companhia de Jazz Corpo e Dança, de Porto União, levantaram dinheiro suficiente para mostrar em Los Angeles o que é dançar bem. “Já está tudo comprado. A gente conseguiu”, sorri o professor e proprietário da companhia, Fábio Bianchini.
Na prática, as várias campanhas de lavação de carro, de pastelada, workshop, cantinas e as centenas de rifas vendidas, garantiram mais de R$ 30 mil para o caixa da Companhia, dinheiro suficiente para a participação do grupo no concorridíssimo Alliance Dance Word Competition. A disputa é internacional, reúne os bailarinos aprovados nas várias seletivas mundiais – inclusive a galera de Porto União – e premia os melhores com bolsas de estudo em companhias americanas.
Da Corpo e Dança, seis bailarinos carimbaram o passaporte. O Alliance ocorre entre os dias 20 e 23 de agosto, mas no dia 18, o grupo já embarca. Em solo americano, preparam três apresentações. “Solo de jazz feminino, um duo de jazz e um conjunto de jazz”, revela Bianchini. “Estamos ensaiando muito”, sorri.
Para o professor, muito mais que troféu ou a seleção de um de seus bailarinos, a participação é sinônimo de aprendizado. A viagem é a primeira internacional, logo, a inscrição em um prêmio maior, também. “Não estou esperando a premiação por ser algo mundial. Nosso objetivo é a experiência e que a partir disso, que a gente possa aprender para poder melhorar”, diz.
De brinde, a participação da Companhia garante a divulgação do nome da cidade. “A gente ganhou a seletiva e estamos indo para Los Angeles. Quem nos ajudou sabe que esse dinheiro será muito bem usado”, observa o professor.
A seletiva foi em novembro do ano passado. Em Foz do Iguaçu (PR), o Corpo e Dança fez bonito, garantiu elogios dos jurados e carimbou sua presença para a competição.
Revelando talentos
O “time” de Bianchini já mostrou que tem talento de sobra. Em agosto de 2014, matéria publicada em O Comércio contou a história do bailarino Wesley Luiz da Silva, de 16 anos. Ele foi o único homem e um dos selecionados entre 92 inscritos, aprovado na seleção da Escola Bolshoi.