Na verdade, o avião não vai voar. Mas, se dependesse apenas do empenho dos voluntários, engajados na construção da réplica do Parasol, um dos aviões usados pelo Capitão João Ricardo Kirk, bem que poderia cruzar o céu das Cidades Irmãs. Ou até ir mais longe.
No entanto, o modelo não decola, mas poderá ser apreciado por turistas e pelos moradores daqui. O Parasol é a “menina dos olhos” da Praça Capitão João Ricardo Kirk. O espaço, que fica exatamente em frente ao 5º Batalhão de Engenharia de Combate Blindado, será inaugurado no sábado, 12, com cerimonia às 10 horas.
Até lá, os voluntários da causa trabalham na arrumação dos últimos detalhes de projeto iniciado ainda em 2012. Ontem, durante boa parte do dia, o grupo trabalhou na remoção do avião dos barracões do Batalhão até a praça. Mesmo sendo um percurso curto e reto, a ação não foi tão simples assim. Já no espaço, o destino final do avião, mais trabalho. “Agora falta terminar de montar. É um processo difícil porque o nivelamento das asas é complicado. Isso demanda tempo até conseguirmos o ponto certo para colocar no pedestal”, explicou o professor Pedro Bom, um dos voluntários do projeto que nesta quarta, acertava um cabo aqui, outro ali.
Embora seja imperfeito, o modelo atende, de fato, todas as expectativas dos idealistas. Tanto que para o coordenador do campus da Universidade do Contestado (UnC), Marcelo Boldori, a colocação do avião na praça é a “coroação” do tão sonhado projeto. “Unimos esforços, foi um trabalho bacana, deu certo”, sorriu.
A construção do modelo é fruto do empenho, especialmente, de três instituições: UnC, prefeitura de Porto União e 5º Batalhão. O pilar bem construído garantiu a realização de um sonho, ao mesmo tempo em que perpetua a história do primeiro acidente aéreo brasileiro. “A nossa região tem que ter um grande respeito por este espaço já que é um marco histórico, tanto para o Brasil, como para as lideranças da aviação. Mais que um turismo, é um marco histórico para toda a nossa comunidade”, reforçou Pedro Bom.
Para o professor Aluísio Witiuk, que teve seu sonho de construção da réplica abraçado pelos amigos, a praça também é ação social, já que compartilha com a comunidade a história da guerra, do conflito aéreo e da contribuição regional para os capítulos da história de todo o Brasil. “É um momento de grande emoção. Estamos muito felizes. Nossa intenção é justamente isso: resgatar, zelar e socializar essa história”, reforça.
Se já encanta quem trabalhou de perto na causa, o movimento e a construção da réplica simboliza muito mais que puro reconhecimento às inéditas experiências no ar. “A praça representa um sopro, um alento de felicidade, já que nossa história vai ficar materializada. O projeto é tão empreendedor quanto o próprio capitão Kirk”, elogiou o General de Brigada, Aquiles Furlan Neto, comandante de aviação do Exército Brasileiro.
Um exército envolvido
A construção do avião exigiu mais de mais de mil horas de trabalho voluntário. Mas, além dos “amigos de Kirk”, toda a comunidade acabou se envolvendo já que o modelo foi construído a partir de material doado. Madeira, cabos e tinta, tudo saiu da casa ou da empresa de quem acreditou na proposta. O Parasol que vai ficar na praça é semelhante ao modelo usado por Kirk em seu primeiro acidente, registrado há um século.
A praça
Embora tenha no avião e no busto do Kirk seu grande destaque, o espaço deve atuar como uma grande sala de aula ao ar livre. Além da história do avião, a narração sobre o conflito do Contestado também deve estar presente no endereço. Na prática, a praça é uma extensão do museu do Exército Brasileiro.
Inauguração
Quando
Sábado, 12
Horário
10 horas
Onde
Em frente ao Batalhão, na Expedicionário Edmundo Arrabar, Santa Rosa, em Porto União
Entrada
Franca e aberta à comunidade