A noite desta segunda-feira, 25, ficará na memória da repórter Mariana Honesko Bortolini. Primeiro, pelo lançamento do seu primeiro livro “Zilda, o assassinato da Santinha”. Segundo, pela homenagem à protagonista da história, a Zilda Santos.
A escritora, em seu discurso, pontuou que foi a escolhida para relatar o caso de uma menina de apenas 13 anos que foi brutalmente assassinada em 1948, no Vale do Iguaçu. Sente-se honrada por ter a oportunidade de tornar-se a porta voz deste crime que chocou as cidades e que é comentado até os dias de hoje. O lançamento da obra aconteceu na Câmara de Vereadores de União da Vitória, durante Sessão Especial da Academia de Letras do Vale do Iguaçu (Alvi), em comemoração ao Aniversário de 129 anos da cidade.
Formada em Jornalismo pelo Centro Universitário de União da Vitória (Uniuv), Mariana revelou sua paixão pela profissão e pela oportunidade em contar histórias imbuída de uma ampla pesquisa de informações, que é o verdadeiro papel de um bom jornalista. É repórter do Jornal O Comércio, do Grupo Verve Vale de Comunicação, cuja carreira iniciou aos 19 anos. Hoje, comemorando seus 35 anos de idade, confirma que além da maturidade, segue com a mesma prerrogativa que é a de informar a sociedade com seriedade.
Zilda Santos
Seu túmulo é o mais visitado no Cemitério Municipal de União da Vitória. Para alguns, Zilda tornou-se uma “Santinha” e que é capaz de fazer milagres. Para outros, o local é alvo de inúmeras orações.
Zilda Santos foi brutalmente assassinada em 1948. Dados dão conta que ela ficou presa em uma casa por sete dias sendo violentada e torturada por rapazes da classe alta da cidade de União da Vitória e Porto União. O corpo da menina foi encontrado dias depois às margens do Rio Iguaçu. O médico que atendeu Zilda no cativeiro também morreu um ano depois da morte de Zilda, cujo seu corpo também foi encontrado às margens do Rio.
O crime foi um dos mais chocantes das cidades. Na época tornou-se até uma radionovela em uma emissora local. O desfecho nunca foi contado. A história foi censurada. O caso foi arquivado e sem nenhum criminoso preso.
Homenagem
A escritora também fez questão de homenagear a Lulu Augusto, representante do protagonismo feminino no jornalismo do interior paranaense. Responsável pelo Jornal Caiçara de União da Vitória, Lulu fundou o periódico com a intenção de exatamente contar o Caso da Zilda.
Nota da redação
No lançamento do livro houve momentos de emoção quando, ao folhearmos as primeiras páginas, comprovamos tamanha dedicação da colega escritora. Mariana foi atrás. Não desistiu. Após 70 anos do crime que chocou as cidades, e com a inexistência de documentos sobre o fato Mariana não desmotivou em trazer esta história à tona. Foram noites e noites debruçada em materiais por ela coletados; conferência de dados; e com o retoque de escritos artísticos que somente ela seria capaz de fazê-lo, com tanta maestria.
Sucesso!