O Deputado Federal pelo Paraná, Zeca Dirceu, cumpriu agenda em União da Vitória na terça-feira, 03. Na oportunidade, conversou com a reportagem de O Comércio para apresentar à população alguns dos projetos que têm desenvolvido na Câmara.
Assista a entrevista:
Entre os temas abordados, destaque para a suspensão do edital de licitação que visava contratar empresa para realizar obras na BR-476, no trecho entre União da Vitória e São Mateus do Sul. O documento, publicado no Diário Oficial da União em 24 de julho deste ano, foi suspenso pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) na segunda-feira, 02. Segundo o superintendente regional do Dnit, Helio Gomes da Silva Júnior, o fato se deu pela necessidade de correção de planilha no documento. “Pelo menos umas duas vezes eu estive com o superintendente do Dnit aqui do Paraná, o Helio. Tratamos disso no começo do ano, em julho eles publicaram o processo licitatório e agora tiveram que suspender por uma questão de ajuste. (…) O mais difícil a gente já fez. Já tem uma identificação do problema, já tem um projeto, uma proposta para ser licitada para contratar [uma empresa] para fazer o restauro, fazer as obras. E tem o dinheiro também. Não tinha. A nossa bancada do Paraná, eu estive a frente disso junto com alguns outros deputados, a gente se dedicou muito no finalzinho do ano passado e conseguimos colocar um volume de recursos para o Paraná fazer a manutenção, a pavimentação e a conservação das suas rodovias. (…) Eu confio no trabalho do Dnit, no trabalho do Dr. Helio. Eu acho que eles vão vencer essa parte burocrática e vão tirar do papel, vão contratar uma empresa”, comentou Zeca Dirceu.
A saúde também foi pauta da entrevista. O deputado destacou a importância de oportunizar que médicos já formados comecem a atuar em regiões que possuem defasagem no número de profissionais. “Por isso a gente retomou, no ano passado, o Mais Médicos. O programa tinha sido destruído. Ele não existia mais e já está dando certo. Nós temos um exemplo aqui de União da Vitória. Havia quatro médicos em atuação pagos pelo Mais Médicos, pagos pelo governo federal, ainda de 10 anos atrás. No ano passado a gente conseguiu dobrar, são mais quatro novos médicos dessa etapa do programa Mais Médicos atendendo aqui em União da Vitória”.
Promover a ampliação da oferta de cursos de medicina no país também é, na opinião de Zeca Dirceu, uma boa medida para aumentar a capacidade de atendimento. “Um dos problemas do Brasil é que tem poucos cursos de medicina. Acaba custando muito caro cursar uma faculdade de medicina, o que acaba excluindo o filho do trabalhador, a filha da trabalhadora, das pessoas mais humildes poderem também exercer essa profissão. Em Brasília, desde 2011 eu sou o presidente de uma frente parlamentar pela ampliação dos cursos de medicina. Já no primeiro ano desse novo governo do presidente Lula nós conseguimos fazer uma grande mudança. Havia uma moratória, uma proibição de se criar novos cursos de medicina. Isso foi rompido. Não existe mais essa proibição. O Ministério da Educação está autorizando novos cursos. Acabou de ser autorizado na região de Ivaiporã. Acabou de ser autorizado um curso novo de medicina na região de Arapongas. E, dentro da lógica do Mais Médicos, tem sete regionais de saúde com cursos de medicina autorizados aqui no Paraná. As instituições de ensino estão se habilitando. O prazo é até dia 05 de outubro, a partir daí já vai ter toda a papelada, o projeto pedagógico de cada instituição de ensino. Essas sete regiões ganharão novos cursos de medicina naquela instituição de ensino que tiver o melhor projeto, que tiver a melhor capacidade de fazer um curso, é claro que com muita qualidade”.
Outro assunto muito comentado durante a semana, e que também fez parte da fala do deputado, foi a suspensão no Brasil da rede social X, o antigo Twitter. “Vou ser bem direto: eu não gosto do Elon Musk. Agora, eu não fiquei feliz com a suspensão da rede social do X, porque todo mundo usa, é uma força de expressão, é um local de comunicação. A gente precisa preservar esses espaços. Agora, eu compreendo a decisão do Supremo Tribunal Federal. As pessoas ficam tentando caracterizar que é uma coisa do Alexandre Moraes, do Xandão. Não é, porque ele não consegue fazer isso sozinho. É uma decisão de todo o Supremo Tribunal Federal. Foi à votação inclusive por outros ministros. Ele está cumprindo a Lei. O que a Lei diz? O Marco Civil da Internet, que inclusive eu ajudei a aprovar já tem acho que cinco ou seis anos, não foi feita para agora, para esse caso a lei, [ele diz] que toda a empresa que se utiliza de ferramentas de serviços de internet, de comunicação, é obrigada a ter um representante legal aqui no Brasil, porque se ela cometeu um crime alguém tem que ficar responsável. O Elon Musk, esse bilionário meio fanfarrão, ele acha que está acima da lei porque ele é bilionário, porque ele é muito rico, porque ele é poderoso, e ele não quer estabelecer um responsável legal, porque ele quer cometer crime, ele quer se utilizar de uma dita liberdade de expressão, não é para dar opinião, é para cometer crime, falar inverdades, distorcer a realidade, propagar fake news. Então, a decisão, por mais que eu não goste dela, a decisão do Supremo Tribunal Federal, que é a instância maior do juizado do país, precisa ser respeitada. Ela é correta. Eu espero que a empresa X, o antigo Twitter, estabeleça um responsável aqui no Brasil. Cumpra as decisões judiciais, que estão tentando evitar a propagação de fake news, e volte a funcionar”.