Mulheres são maioria na administração pública estadual

Atualmente são 62.702 servidoras atuando nas secretarias e autarquias, o que representa 60% do total de servidores no Estado. A maior parte dessas mulheres está na faixa dos 36 a 50 anos (48%) e já atua como servidora pública há mais de 10 anos.

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Atualizado há 2 anos

Entre os servidores públicos do Paraná na ativa, as mulheres ocupam o maior número de vagas na administração pública. Atualmente são 62.702 servidoras atuando nas secretarias de Estado e autarquias, o que representa 60% do total. A maior parte dessas mulheres está na faixa dos 36 a 50 anos (48%) e já atua como servidora pública há mais de 10 anos. O maior quadro de servidoras está na Educação, com 68% de servidores do sexo feminino, sendo que 48% são professoras. Na sequência, em quantidade, a presença feminina é significativa na Saúde e na Polícia Militar.

Os números gerais já revelam uma importante participação feminina no funcionamento do Estado, mas ao analisar as informações de algumas pastas os dados são potencializados.

Na Secretaria da Administração e da Previdência, por exemplo, das oito diretorias, seis são geridas por mulheres, além da chefia do Gabinete. As divisões internas também são comandadas em sua maioria por funcionárias. “O comum é termos reuniões onde a maioria dos participantes é mulher. Isso para nós é um motivo diário de celebração, pois é um cenário que muitos ainda enxergam como distante. Sendo uma pasta tão estratégica para o Governo do Paraná, ser uma secretaria com cargos de decisão comandados por mulheres, demonstra toda a força e competência feminina”, celebra a diretora-geral, Luciana Carla da Silva Azevedo.

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Na Secretaria do Desenvolvimento Social e Família, 70% do quadro de funcionários é formado por mulheres. Além da diretora-geral, a secretaria tem cinco coordenadorias, sendo quatro lideradas por coordenadoras.

É o caso de Juliana Sabbag, coordenadora da Política de Defesa dos Direitos das Crianças e Adolescentes, servidora há 16 anos. “Antes a gente via muitas mulheres em cargos técnicos ou de apoio, mas poucas mulheres em cargos de chefia. Com o passar do tempo fomos garantindo esse espaço para as diferentes representações das mulheres na sociedade. É um motivo de orgulho, para dizermos para as nossas filhas e para as meninas que estão vindo, que lugar de mulher é onde ela quiser”, frisa.

Após a reforma do secretariado, todas as coordenações vinculadas à nova Secretaria da Justiça e Cidadania (Seju) estão atualmente chefiados por mulheres. São elas: Adriana Oliveira, coordenadora de Políticas Públicas para a Pessoa Idosa, Cláudia Silvano, coordenadora de Defesa dos Direitos do Consumidor (Procon-PR), Lídia Ivone Ribas, coordenadora de Gestão do Sistema Socioeducativo, e Sílvia Xavier, coordenadora de Cidadania e Direitos Humanos.

“Assumir essa coordenação representa um desafio enorme porque ela trata de direitos humanos, que é uma pauta seriíssima, e o Estado conta com diversas políticas públicas com ênfase em direitos humanos, realizado em parceria com os munícipios”, afirma Sílvia. “Eu acho muito especial as mulheres serem protagonistas nessas funções, agora nós estamos tendo voz, acredito que estamos vivendo no Paraná um momento muito feliz de reconhecimento das mulheres como profissionais competentes”.

Luciana Carla da Silva Azevedo, Diretora-geral da SEAP | Foto: SEAP

Na área internacional, a vice-presidente do Conselho Estadual de Desenvolvimento Econômico Social (Cedes) e superintendente-geral de Desenvolvimento Econômico e Social (SGDES) no Paraná, Keli Cristina Guimarães, ajuda o Estado a implementar a Agenda 2030 da ONU. O Paraná é signatário do plano global para melhorar o planeta em diversas áreas seguindo as metas dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Por sua atuação, a superintendente da SGDES foi homenageada pela World Family Organization – WFO, no aniversário de 70 anos da entidade. Keli foi também nomeada, em 2022, pela organização como embaixadora da Boa Vontade da WFO no Brasil (Goodwill Ambassador) para representar a Organização em todo o território nacional.

“O Paraná adotou a utilização da Agenda 2030 da ONU para que os paranaenses tenham uma qualidade de vida melhor hoje e no futuro. As mulheres são grandes aliadas neste trabalho e o Estado conta com a força, a alegria e a competência de cada uma de suas servidoras”, afirma.

Na Segurança Pública, delegadas comandam alguns dos cargos mais importantes da Polícia Civil: a Divisão Policia da Capital, a Divisão Estadual de Narcóticos e a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa, por exemplo.

Marcia Rebonato do Valle, diretora do Orçamento Estadual | Foto: Jonathan Campos

PRIMEIRO ESCALÃO

Além de ocuparem cargos importantes, há muitas mulheres em lugares estratégicos no Governo do Paraná. São secretárias, superintendentes, diretoras (12) e diretoras-gerais (7). Nessa gestão, o Estado criou a Secretaria da Mulher e Igualdade Racial, sob o comando de Leandre Dal Ponte, para articular as políticas públicas em execução voltadas às mulheres e criar novos programas.

A Secretaria da Cultura também é comandada por uma mulher: Luciana Casagrande Pereira. Quatro museus estaduais também têm DNA feminino: Museu Oscar Niemeyer, Museu Paranaense, Museu de Arte Contemporânea e Museu da Imagem e do Som.

Na Secretaria da Fazenda, as planilhas das contas públicas passam pelas mãos de duas mulheres: a diretora-geral Márcia Cristina Rebonato do Valle, que também é a diretora do Orçamento Estadual, e a contadora geral do Estado, Cristiane Berriel Lima da Silveira. “Para ser uma mulher diretora, temos que ser fortes. Nós barramos muitas coisas, decidimos coisas, conversamos com vários lados, sofremos muita pressão. Eu sempre vou decidir pelo certo”, afirma Marcia.

Quinta mulher – em uma lista de 40 homens – a ocupar o cargo de procuradora-geral do Estado, Leticia Ferreira da Silva também é uma das mulheres no primeiro escalão do Governo do Paraná. Indicada pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior em 2019, é ela que tem a “caneta” para garantir a legalidade de todas as ações do Estado.

“Sou honrada em ser uma das mulheres que ocuparam uma cadeira tão importante para o funcionamento do Estado e sei o quanto isso pode motivar e inspirar outras mulheres. Por isso, faço questão de atuar de maneira séria, comprometida e me fazendo ouvir. Acredito em um futuro em que as listas com nomes de mulheres em cargos de liderança sejam iguais ou até maiores”, arremata.