Ele foi jogador e no momento, contador de histórias. Jair da Silva, o craque “Kiko”’, faz parte da trajetória da Associação Atlética Iguaçu e agora, resgata grandes momentos do time de União da Vitória.
O esporte nasceu com ele. Kiko conta que desde pequeno tinha “intimidade com a redonda”’.
“Dormia com uma bola, como era de família humilde tinha que fazer uma de meia, e saia para os campos”, diz.
Kiko era presença frequente nos campinhos de futebol da região onde morava – próximo do estádio do Ferroviário – e desde cedo, já demonstrava muito talento, dando um indicativo de uma boa trajetória no futuro.
Assim, foi natural o surgimento das primeiras oportunidades no time juvenil do Ferroviário Esporte Clube. O atleta foi se destacando, até que surgiu uma das grandes chances de chegar ao time adulto do Ferroviário. O destaque foi tanto, que o amador estava sendo pouco para o então defensor. Surgia ali o início de uma identificação.
O Iguaçu
Durante um dos treinamentos do Ferroviário Esporte Clube, o então técnico do Iguaçu, Paulo Alves, acompanhava das arquibancadas. Em determinado momento, chamou sua atenção o posicionamento e a habilidade de um “certo defensor”.
Terminando o treino, Alves procurou Kiko e lhe perguntou o porque não estava jogando no Iguaçu. Surpreso, o atleta foi objetivo. “Jogo aqui no Ferroviário”.
Pouco depois, o técnico se desligou do Iguaçu e o ingresso no time profissional foi adiado, mas, por pouco tempo. O novo comandante, Juvenal Hupell, também foi à um dos treinos do Ferroviário para ‘garimpar’ talentos.
E quem se destacou? Sim, Kiko. O roteiro se repetiu e Hupell o convidou para integrar o time do Iguaçu.
“Devo muito ao senhor Juvenal Huppel, se mobilizou para que tivesse a oportunidade de vestir a camisa do Iguaçu”, disse.
A trajetória de Kiko no futebol profissional do Iguaçu durou pouco. As decepções, segundo ele, acabaram sendo determinantes para o fim da relação.
“Cheguei ao Iguaçu ganhando quatro vezes mais do que como cobrador, foi uma mudança incrível, entrei em campo meses depois, mas, em determinado momento fiquei nove meses sem receber, além de outras coisas que não foram cumpridas. Fiquei desiludido com o profissional e abandonei”.
Após se desligar do Iguaçu, Kiko se aventurou em equipes amadores de outras regiões do Paraná, retornando anos depois para o Vale do Iguaçu já com família constituída.
O contador de histórias
Além da cobertura esportiva de eventos da região, o ex-jogador sempre foi muito interessado na história. Com isso, começou a relembrar grandes momentos do futebol amador de todo o Vale do Iguaçu.
Nasceu assim o livro, ‘Bola de Capotão’, uma obra que retrata grandes momentos das histórias das equipes que marcaram época em União da Vitória e Porto União. Além de jogos, a publicação traz fatos de bastidores, com uma linguagem caraterística da época – uma verdadeira viagem no tempo.
O próximo passo, conforme Kiko, é escrever um livro sobre a história da Associação Atlética Iguaçu.
“Foram anos de pesquisas com ex-jogadores, familiares de atletas, torcedores, além de visitas a redações de importantes jornais que cobriram o futebol paranaense ao longo da história”, contou. Nessa lista, está O Comércio.
A obra ainda não tem data para ser publicada, porém, já gera grande expectativa ao contador de histórias. “Me envolvi muito para buscar todos os detalhes possíveis, minha família me apoiou bastante para isso, será uma grande realização”.
Uma paixão chamada Iguaçu
A história de Jair da Silva, o Craque Kiko, faz parte do projeto ‘Uma paixão chamada Iguaçu’, que foi ao ar em vídeo no portal Vvale, e reproduzida também na rádio CBN Vale do Iguaçu.
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