Diante das incertezas sobre a realização do carnaval de Salvador, um dos mais tradicionais do Brasil, por conta da covid-19 e da variante Ômicron, os cantores Bell Marques e Léo Santana – dois dos principais nomes da festa – se adiantam e retiraram os “blocos das ruas”. Nas redes sociais, os artistas anunciaram nesta terça-feira, 14, que não puxarão seus trios elétricos na capital baiana em 2022, caso a folia aconteça.
“Galera, ainda não chegou a nossa vez. Pois é, em função das indefinições sobre o carnaval de rua em Salvador e dos prazos necessários para a realização dos eventos, os nossos blocos terão que ser adiados para 2023”, explicou o ex-vocalista da banda Chiclete com Banana. Com abadás quase esgotados, os três projetos do cantor seriam o Camaleão, Vumbora e o Bloco da Quinta.
Pouco tempo depois, Léo Santana também foi anunciou que não participará da festa. Assim como Bell, o cantor afirmou que a decisão foi motivada devido às indefinições sobre o carnaval de rua em Salvador e dos prazos necessários para a realização dos eventos.
“Em 2023 estaremos juntos no nosso bloco com muito mais animação para fazer um carnaval daquele jeito que a gente gosta e que estamos acostumados! Vai ser lindão! Eu já estou aqui superanimado e não vejo a hora de 2023 chegar e a gente se reencontrar”, disse nas redes sociais.
O pagodeiro puxaria o Bloco do Nana, previsto para sair no circuito Barra-Ondina, na sexta-feira e no sábado de carnaval. O artista disse ainda que quem comprou o abadá neste ano terá o passe transferido para a folia em 2023.
Antes deles, Daniela Mercury, Banda Eva e Preta Gil já tinham cancelado suas participações no evento momesco deste ano. A produtora Flora Gil, esposa do Gilberto Gil, também anunciou que não produzirá o camarote Expresso 2222, um dos principais espaços do carnaval da capital baiana.
Assim como em diversas capitais do País, o carnaval em Salvador de 2022 segue indefinido. O governo do estado e a prefeitura ainda discutem sobre a conveniência de realizar o tradicional desfile de blocos e trios elétricos nos circuitos Barra-Ondina e Campo Grande, que atraem mais de um milhão de foliões.
Em conversa com a imprensa nesta terça-feira, 14, o prefeito Bruno Reis (DEM) afirmou que se tivesse que dar um parecer neste momento, seria pela não realização da festa.
“Muitos já anunciaram que não vão desfilar esse ano no carnaval, buscaram alternativas, plano B, também é uma avaliação a se fazer lá na frente, quando for possível tomar essa decisão, se vale a pena fazer o carnaval nos moldes tradicionais ou não. O fato é que se hoje tivéssemos que definir, seria pela não realização do carnaval”, disse. A decisão depende ainda de um parecer do governador Rui Costa (PT).
Contudo, festas privadas em camarotes seguem confirmadas na capital durante o período. Atrações, como os próprios Bell Marques e Léo Santana, além de Anitta, Claudia Leitte e Wesley Safadão, já confirmaram presença nesses espaços.
O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, recomendou não planejar festas de fim de ano e carnaval por conta da Ômicron. “O posicionamento do Ministério é conservador, como a gente ainda não sabe os efeitos da variante, a recomendação é que não se planeje festa de fim de ano e não se planeje ainda carnaval. É tudo muito cedo”, destacou em suas redes sociais.