A riqueza permanecia concentrada no País no pré-pandemia. Em 2019, oito municípios detinham cerca de um quarto (24,8%) da economia brasileira, de acordo com o Produto Interno Bruto (PIB) dos Municípios, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os maiores geradores de riqueza naquele ano foram: São Paulo (com 10,3% do PIB brasileiro), Rio de Janeiro (4,8%), Brasília (3,7%), Belo Horizonte (1,3%), Curitiba (1,3%), Manaus (1,1%) Porto Alegre (1,1%) e Osasco/SP (1,1%). Juntos, esses municípios representavam 14,7% da população brasileira.
Quando somados os 70 municípios brasileiros mais ricos em 2019, chegava-se praticamente à metade (49,8%) do PIB nacional. Ou seja, pouco mais de 1% dos 5.570 municípios brasileiros gerava 50% da riqueza do País.
Os 100 municípios mais ricos somavam 55,2% do PIB do Brasil em 2019. Por outro lado, os 1.345 municípios mais pobres responderam por apenas 1,0% do PIB nacional. Se consideradas as concentrações urbanas, regiões com mais de 100 mil habitantes que reúnem uma ou mais cidades com alto grau de integração, apenas duas delas detinham, juntas, um quarto do PIB brasileiro: São Paulo/SP (17,0%) e Rio de Janeiro/RJ (7,9%).
Na passagem de 2018 para 2019, os municípios que mais ganharam participação no PIB brasileiro foram São Paulo (SP), Maricá (RJ), Saquarema (RJ), Parauapebas (PA), Brasília (DF) e São José dos Pinhais (PR), com aumento de 0,1 ponto porcentual cada um.
Em São Paulo (SP), o ganho foi puxado pelas Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados. Em Maricá (RJ) e Saquarema (RJ), a maior participação foi impulsionada pela extração de petróleo, atividade beneficiada pelo aumento dos preços internacionais da commodity em 2019, enquanto Parauapebas (PA) foi alavancada pela extração de minério de ferro.
Em Brasília (DF) o ganho foi decorrente, principalmente, das atividades de Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas e Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados. Em São José dos Pinhais (PR), o destaque foi a fabricação de automóveis.
Na direção oposta, as maiores quedas de participação no PIB nacional ocorreram nos municípios do Rio de Janeiro (RJ), redução de 0,4 ponto porcentual, seguido de Vitória (ES), Campos dos Goytacazes (RJ) e Ouro Preto (MG), com decréscimo de 0,1 ponto porcentual cada um.
No Rio de Janeiro (RJ), a perda foi puxada pela indústria de transformação, especialmente a metalúrgica.
Em 2019, 31,4% do PIB nacional eram gerados pelas capitais, a menor participação da série histórica iniciada em 2002, quando essa fatia era de 36,1%.
De acordo com o IBGE, quase metade dos municípios brasileiros (48,9%, ou 2.726) tinha como principal atividade econômica a Administração, defesa, educação e saúde públicas e seguridade social no ano de 2019.
Nos Estados do Acre, Roraima, Amapá, Piauí e Paraíba, o porcentual de municípios dependentes da administração pública superou 90%. Por outro lado, o Estado de São Paulo teve apenas 9,9% dos municípios com a economia dependente da administração pública.
Dos 241 municípios que tinham a Indústria de Transformação como atividade principal em 2019, 197 estavam nas regiões Sudeste e Sul.
O Estado do Mato Grosso teve o maior porcentual de municípios dependentes da Agricultura (39,7%), seguido pelo Rio Grande do Sul (33,6%).
Em 2019, cerca de um quarto do valor adicionado bruto da Agropecuária teve origem em 149 municípios, sendo que 96 deles estavam no Sul e no Centro-Oeste, sustentados pela produção de soja e cana-de-açúcar.