O Iguaçu deu ontem (2) importante passo para seu acesso à primeira divisão 2024 do Campeonato Paranaense de Futebol. Com impressionante entrega de todos os jogadores que adentraram ao gramado do Antiocho Pereira, em União da Vitória, o Iguaçuzão venceu o Andraus Brasil por 1 a 0 com gol de Vandinho.
Poderia ter sido 2 a 0?
Poderia. Momentos antes da abertura do placar mínimo (aos 25min da segunda etapa), a bola, em um pênalti sofrido e cobrado pelo próprio Vandinho (9), caprichosamente passou pelo pé da trave e foi para fora. Algo que se lamenta, é verdade.
Porém, como saber se, depois dessa hipotética abertura, o desenho do jogo seria propício ao segundo gol naquele feliz arremate de fora da área? Matematicamente, se fosse 2 a 0, claro que teríamos o conforto do placar em dobro. Psicologicamente, no entanto, teríamos um placar “mais perigoso” que poderia até causar um clima equivocado por parte do Iguaçu para o decisivo jogo da volta. Algo como “está mais fácil”. Fácil? Que nada! Quem foi ao estádio – e foram 3.671 pessoas numa festa linda – ou mesmo assistiu pela TV Paraná Turismo, percebeu que o Andraus Brasil não chegou por acaso ao quadrangular final e como vice-líder da competição. Um time forte, muito obediente e bem armado taticamente que, inclusive, iniciou colocando muita pressão em cima da Pantera do Vale. Um quadrado defensivo bem postado com ligações de contragolpes nítidas e meticulosamente treinadas com destaque para as atuações de Felipe (5) Gabriel (10) e Hiago (11). Houve momento que até passe de costas ligou perigosa situação de gol para os visitantes. Ou seja: eles sabiam onde cada um estaria. Então, se alguém achou que seria fácil, esquece. Não foi, nem será, mas vamos lá!
O Andraus Brasil fez jus a seu apelido de “Gigante da Pedreira”. A “pedreira” é legítima. Felizmente, a Pantera do Vale também foi aplicada. Mostrou sua raça com disputas de cada milímetro do gramado surrado do nosso estádio, algo que na maioria das vezes deixou o jogo “feio”, truncado, principalmente na meia cancha. Mas não precisa ser bonito, precisa ser feliz. Até mesmo pela opção tática do Andraus, tudo foi muito difícil, mas com brilhantes atuações de todos iguaçuanos, como eu já disse e, bem por isso, mais valiosa. Mas, impossível não sublinhar a exuberante partida de Pablo (5).
Esse cenário de desafios e ritmo de pegada serão com certeza maiores no próximo sábado, 8, às 15h, na Vila Capanema, em Curitiba. Lá mesmo onde, em 2009, o Iguaçu jogou sua última partida na primeirona do Paranaense.
Antes mesmo dessa partida decisiva já se percebe que a pressão virá também de fora do gramado. Há insinuações até de atos de racismo, coisa que não se comprovou ou identificou até o momento da redação desta, às 12h20 desta segunda-feira.
Uma situação em que o esquadrão de Ageu Gonçalves e cada torcedor iguaçuano deve entender bem. Nada está definido, mas o Iguaçu tem todas condições de garantir seu retorno à primeirona se repetir a entrega de ontem e não cair em provocações. Alto lá! Para tudo! Deixa eu escrever de novo, como se eu fosse me beliscar. Estamos a um empate – ou à uma vitória – da primeira divisão! Uma conquista monstruosa para os currículos desses valentes jogadores e para esse projeto louvável de recuperação do nosso amado clube. Quem aí lembra daquela frase que pintada na fachada da sede? Aquela “Rumo à primeira divisão” dos tempos de ostracismo que, ufa, já ficaram para trás. Lembram? Pois é: a frase não está mais na fachada, mas está fixada na memória e no coração de cada iguaçuano de plantão. E, em sua prática, está bem perto. Que isso não se apague, pois a história recente de buscas, transparência, honestidade esportiva e luta comprova o quanto esse time do Sul do Paraná merece estar na Série A.
Vamos, Iguaçu! Eu confio!