O acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia, concluído nesta sexta-feira, 06, poderá ter impacto no Vale do Iguaçu. Ao menos é o que afirma Daniel Rittner, jornalista da CNN Brasil.
Entre os pontos da negociação está a restrição do uso de nomes registrados como Indicação Geográfica. Ou seja, países do Mercosul que produzem queijos como o Parmesão (italiano), por exemplo, poderão ser proibidos de utilizar a nomenclatura em seus produtos. O mesmo vale para produtores europeus que fabricam itens com indicação geográfica de países do Mercosul.
Mas como isso afeta a nossa região?
Nosso tradicional Steinhaeger também possui selo de indicação geográfica, pois a bebida tem origem na cidade alemã de Steinhagen e, em toda a Europa, apenas fabricantes daquela localidade podem denominar seus destilados a base de zimbro como Steinhaeger.
Daniel, que acompanha o acordo há mais de 20 anos, comentou o caso, citando, inclusive, que a Festa do Steinhaeger e do Xixo foi um ponto de impasse no acordo.
Confira:
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O jornal O Comércio, em 2022, já abordou o tema. Naquele ano, foi divulgada uma lista com nomes de Indicação Geográfica de queijos e bebidas para o Acordo Mercosul-UE. Também foi aberta uma consulta pública para que empresas que produzissem itens da lista declarassem ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) que utilizavam esses nomes em seus produtos antes da data de corte estabelecida no acordo.
A Doble W respondeu à consulta pública, e foi autorizada, pela Portaria Nº 2, de 24 de maio de 2022, a utilizar a nomenclatura Steinhaeger em suas bebidas, mesmo com o acordo entre os blocos econômicos em negociação.
O texto final do acordo entre Mercosul e União Europeia será divulgado nos próximos dias. E, segundo Daniel, será necessário esperar para conferir se Porto União poderá continuar a se chamar Capital Nacional do Steinhaeger, como determinada pela Lei nº 7.075-A, e a utilizar o nome da bebida na tradicional festa.