Dircelei Sander Weiss posa feliz para a foto exibindo um suculento pé de alface. Aquele que está em suas mãos não é o único, no quintal tem muito mais. O verde toma conta da plantação de hortaliças da moradora de Porto Vitória, que também é uma das integrantes do Projeto HF, de Hortifruti, iniciado em 2016 pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), escritório de União da Vitória.

Dircelei apostou no fortalecimento do cenário do hortifruti na região, que é vista por ela e demais agricultores, como parte importantíssima da economia e cotidiano de consumo da população em geral, mesmo durante a pandemia da Covid-19; pois o consumo das famílias se manteve e a resiliência do agronegócio também mostrou força e capacidade de crescimento, enquanto quase todos os outros setores foram gravemente afetados.

Um estudo da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em 2021, mostra que a região Sudeste foi responsável por 40,87% de toda produção de frutas e hortaliças no Brasil. Porém, para o Engenheiro Agrônomo Extensionista e Coordenador Regional de Projetos do IDR-Paraná, escritório de União da Vitória, José Eustáquio Pereira, o Vale do Iguaçu e as cidades vizinhas atendidas tem apresentado destaque na produção de hortaliças. Para ele, os agricultores familiares são os maiores produtores de legumes, verduras e frutas do Brasil. “Estamos trabalhando na profissionalização do setor e na garantia de clientela para o ano todo aos nossos produtores”.

Nas exportações, segundo dados da CNA, o setor, que antes representava 43%, já é responsável por mais de 50% do total. Atualmente, os agricultores familiares representam 67% dos 15 milhões de produtores rurais do país e ocupam 77% das fazendas brasileiras, segundo o último Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Vale ressaltar que a terra onde plantam é, ao mesmo tempo, a sua moradia e a principal fonte de renda e de alimentação. “Também apostamos (IDR-Paraná) na modernização das práticas agrícolas e na assistência técnica aos nossos produtores”, afirma José Eustáquio.

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Projeto HF

De acordo com José Eustáquio, que é o coordenador do Projeto HF, a iniciativa possibilitou que, em apenas quatro anos (2016-2020), hortifrutigranjeiros de dez municípios da região de União da Vitória saltassem na profissionalização do negócio e na garantia de clientela o ano todo. “Vale lembrar que na maioria dos casos a renda dos produtores aumentou, ou seja, passou dos R$ 400 para R$ 2 mil por semana”.

O HF contou com um levantamento de informações e envolvimento de instituições representantes de diversos segmentos da sociedade colaborando para o crescimento do uso de tecnologia nas lavouras, assim como a produção de alimentos agroecológicos e orgânicos. Desde o início do projeto, os técnicos do IDR-Paraná vem capacitando os produtores para melhorar a qualidade dos hortifrutis e na divulgação do trabalho realizado no campo.

Atualmente, conforme dados do escritório de União da Vitória, mais de 60 pessoas estão ativas no projeto e outras 100 estão cadastradas para participarem. Pelo lado do comércio o projeto reúne mais de 50 empresas comprometidas com a venda e com a divulgação da marca HF.

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Sistema de Plantio Direto em Hortaliças

Segundo José Eustáquio, o agro, assim como os demais setores no Brasil, vem retomando as suas atividades gradativamente após um hiato causado pela pandemia.

O IDR-Paraná em parceria com o Instituto Federal do Paraná (IFPR), Campus de União da Vitória, irá realizar nos dias 17, 18 e 19 deste mês, o curso sobre Sistema de Plantio Direto em Hortaliças. “Desde o surgimento do projeto o IFPR colabora com o IDR, que é a antiga Emater, por meio da elaboração de pesquisas realizadas pelos o assunto. O evento trará importantes informações sobre como manter os produtores no campo, que tem como função primordial a alimentação interna do País. O agro brasileiro hoje apresenta vantagens competitivas caracterizando-nos como líderes no processo do agronegócio brasileiro. A pretensão é transformar a cidade de União da Vitória em um centro de difusão de tecnologia de produção de alimentos saudáveis, especialmente na produção de hortaliças”, diz o coordenador do projeto.

O curso tem como foco o Sistema de Plantio Direto em Hortaliças para colaborar com o público que será formado por extensionistas, técnicos em agropecuária, engenheiros agrônomos das Casas Familiares Rurais e das prefeituras e também acadêmicos do Curso de Agronomia do IFPR de União da Vitória. “O setor de hortifruticultura na região de União da Vitória vem se destacando pela expansão nas áreas de produção. O SPDH é a principal ferramenta para que o setor possa ser mais sustentável e dentro dos princípios de produção de alimentos orgânicos. Existe uma demanda por alimentos saudáveis do mercado regional, institucional e privado. A olericultura é uma alternativa de alta densidade de renda por área, podendo ser grande alternativa para produtores de tabaco. Sendo assim, a atualização de tecnologias aos Extensionistas será o primeiro grande passo para que as ações de campo sejam efetivadas”, comenta José.

Para ele, ao longo das décadas, o agronegócio tem apresentado evolução no setor. “O cenário agro brasileiro hoje está em franca evolução, por diversos fatores, pois temos o homem no campo em quantidade razoável, tecnologias super modernas, algumas até consideradas as melhores do mundo e vantagem competitiva. Temos recursos naurais exuberantes no Brasil”, pontua.

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José Eustáquio acredita ainda que a expansão nacional tem haver com as políticas públicas de apoio ao agro. “As políticas públicas sempre serão bem-vindas e essenciais. O agronegócio assume o protagonismo econômico no País”.

Outra característica em destaque, segundo o extensionista, é que o Paraná obteve, em maio de 2021, o reconhecimento internacional como área livre de febre aftosa sem vacinação. A conquista do novo status sanitário foi oficializada na 88ª Assembleia Geral da Organização Mundial da Saúde (OIE), realizada em Paris, na França. O novo status abre caminho para que os produtos pecuários do Paraná possam acessar mercados mais exigentes.

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IDR-Paraná

O Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (Iapar/Emater) surgiu da incorporação do Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Companhia de Desenvolvimento Agropecuário do Paraná (Codapar), Centro Paranaense de Referência de Agroecologia (CPRA) e pelo Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), ou seja, uniu pesquisa e extensão rural. Os quatro órgãos deixaram de existir como instituições autônomas, formando uma única entidade/autarquia vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento.

Sua missão principal é promover o desenvolvimento rural e sustentável a partir do meio rural. Cabe a entidade, a promoção do desenvolvimento rural sustentável, coordenando, articulando e executando pesquisa, assistência técnica e extensão rural em benefício da sociedade paranaense.

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Impacto do coronavírus

De acordo com José Eustáquio a pandemia não afetou o meio rural, da mesma maneira que a área urbana, porque o trabalho aconteceu entre as famílias e as saídas à cidade aconteceram apenas mediante a necessidade. O convívio social ficou limitado e o IDR-PR adaptou o atendimento, com agendamento para evitar aglomeração de pessoas. As visitas no campo foram substituídas pelo uso das redes sociais. A maioria dos produtos mantiveram os preços estáveis e mantiveram o ritmo de produção. “A pandemia foi um problema  global, mas que não afetou o trabalho no campo. A produção do alimento não parou no período”.

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SERVIÇO

O curso sobre Sistema de Plantio Direto em Hortaliças acontece no Instituto Federal do Paraná, campus União da Vitória, na Avenida Paula Freitas, no Distrito de São Cristóvão. A abertura do evento acontece às 8 horas do dia 17 de maio.

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