Os táxis no tempo dos trens de passageiros da ferrovia
Já se vão bem mais de meio século e só mesmo os habitantes das gerações do século passado (sou um deles), principalmente das décadas de 50, 60, 70 e até mais ou menos a metade da década de 80, se lembram dos grandes movimentos de passageiros dos trens da Rede Viação Paraná Santa Catarina (RVPSC), com a Estação Ferroviária União, sendo o local de grande aglomeração, não só de passageiros, mas também de grande número de moradores que frequentavam um dos cafés e restaurantes mais concorridos que funcionava em uma das salas da Estação, ocupada atualmente pela Câmara de Vereadores de Porto União.
Lembro, também do Trem Internacional, diferente dos demais e em um deles – não sei exatamente quantos anos eu tinha, se 6 ou 7 – da plataforma da Estação – vi muito bem a glamourosa Evita Peron, que de Buenos Aires tinha como destino o Rio de Janeiro, ainda capital do Brasil. Era um trem especial, com muita segurança militar, tanto da Argentina quanto do Brasil.
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O grande movimento se concentrava no lado catarinense, na Praça Hercílio Luz. Do lado paranaense, uma praça e várias casas, a maioria ocupada por diretores e engenheiros da RVPSC. Atualmente na área, além da Praça Visconde de Nácar, o Terminal de Transporte Urbano e um Jardim de Infância. É, também, a entrada para a Secretaria da Cultura, Academia de Letras do Vale do Iguaçu (Alvi) e o futuro Museu Ferroviário.
Na imagem (realmente histórica) cerca de 10 táxis preparados para atender os viajantes que chegavam, principalmente da região Sul do País.
Os táxis, naquele período da nossa história, eram muito importantes para os que chagavam de longas distâncias, dos ramais da ferrovia de São Francisco do Sul (SC) ou do Rio Grande do Sul. Nossas principais vias públicas urbanas, apenas com algumas exceções, contavam com calçamento de paralelepípedos. Também não existia o sistema de transporte coletivo. E os táxis tiveram um período áureo, com a ferrovia e seus trens de passageiros.
Agora, já no início da terceira década do século 21, a realidade é bem diferente. O que restou da ferrovia, como a locomotiva 310 e a estrutura da Estação União, não como deveria ser, mas estão sendo preservados, pela exigência de historiadores e dedicação de grupos de pessoas da comunidade, notadamente dos ferroviários aposentados.
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Mesmo assim, os táxis ainda estão presentes, numa realidade diferente daquela do século passado, apesar do progresso célere de Porto União (SC) e União da Vitória (PR), com a população chegando próxima a 90 mil habitantes, com transporte coletivo, milhares de veículos, ruas (a maioria) asfaltadas e até o surgimento do denominado Huber.
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