Arquitetura: a profissão que ajuda a construir sonhos
O caminho até a casa dos sonhos, ou do seu próprio negócio do jeitinho que sempre quis pode ser longo e com percalços. Mas ele não precisa ser trilhado sozinho. Dentre os vários profissionais dispostos a ajudar, está o arquiteto. E eles não são poucos. O Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU) registrou, em agosto deste ano, 106.038 arquitetos e urbanistas ativos.
Bruno Cecchinato é um deles. Formado pelo Centro Universitário de União da Vitória (Uniuv), o arquiteto explica que o profissional desta área é apto para realizar projetos de edificação e de interiores. Esse último também pode ser feito por designers. A formação de um arquiteto leva em torno de cinco anos, enquanto que a de um designer pode ser feita em dois.
Para Bruno, a importância dos profissionais dessa área se deve pela capacidade de ajudar o público a realizar sonhos. “O sonho da casa própria, do negócio e assim por diante. E para que esse sonho seja pleno, um bom trabalho de arquitetura é fundamental, para que esse sonho não se torne um futuro pesadelo”.
Contratar um arquiteto cabe no meu bolso?
Obras podem não ser baratas, e entre todos os profissionais envolvidos, talvez um arquiteto não passe pela sua cabeça. Mas, para Bruno, envolver um arquiteto nos projetos pode significar uma economia. “Um projeto bem pensado faz com que o cliente não tenha gastos indesejados, sobra ou falta de produtos, atrasos. Um projeto facilita e muito a vida de todos, desde que seja bem feito”.
A mesma opinião é compartilhada pela arquiteta Layz Gaspar. Para ela, os projetos podem parecer caros à primeira vista, mas acabam valendo a pena no final. “Em um primeiro momento os projetos aparentam ser caros, mas com o nível de trabalho entregue ele recompensa o investimento. Sem um arquiteto responsável pelo projeto da sua obra, com certeza você terá gastos futuros inesperados. O valor que acha que economiza sem um profissional vai refletir lá na frente, com material desperdiçado, com retrabalhos e às vezes até sua obra pode ser interrompida”.
Bruno completa dizendo que, em sua opinião, um bom lugar para se viver não deve ser exclusivo apenas para quem tem maior poder aquisitivo, e que por essa razão busca deixar a arquitetura acessível para todos. “Tento mostrar sempre que o investimento que se faz em um bom projeto traz benefícios futuros. Sejam eles monetários, com a diminuição de custos durante a execução, sejam eles benefícios para o morador ou quem for utilizar o espaço. Costumo dizer que os meus projetos não possuem preço, possuem valor. Que são coisas distintas e que fazem diferença”.
Devo seguir tendências?
Tanto Bruno quanto Layz também trabalham com o design de interiores, um ramo altamente ligado às tendências de decoração. Layz indica que essas tendências mudam todos os anos, e que o que está em alta agora é o uso de plantas na decoração. “O que tem sido muito visto e acredito que vá ficar por tempos, são os espaços com vegetação, plantas grandes, paredes verdes, que trazem aquele ar de leveza pro ambiente. Os ambientes integrados para que a família consiga ficar mais unida em um único cômodo, e também como estamos na era digital, a modernização de ambientes com o uso de soluções tecnológicas, as casas inteligentes”.
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Contudo, mesmo com as tendências sendo um atrativo, Bruno indica que é importante ter cuidado ao decidir uma decoração apenas para se estar na moda, justamente pela volatilidade dessa área. “Penso que seja complicado você desenvolver um projeto pensando apenas nas tendências atuais. Por exemplo: eu compro uma calça hoje, que está na moda. Daqui quatro meses não está mais. Eu paro de usar a calça e compro outra. Com uma casa não. Com um móvel não. São itens de valores agregados que não se consegue, pelo menos com a grande maioria das pessoas, trocar sempre que outra coisa e/ou modelo estiver em voga. Acredito que o mais importante do projeto é ele ter a cara de quem vai utilizar, independente do que esteja em alta no mercado ou não. Mas é claro que nós, profissionais, utilizamos desse hype em outros aspectos. Uma cor que é bastante utilizada, um objeto de decoração, peças menores que podem ser facilmente substituídas. Não se pode ficar alheio a essas ideias nem tampouco se prender a elas. Equilíbrio é a palavra”.
Apostando nos móveis planejados
Uma das especialidades de Layz são os móveis planejados. O maior atrativo desse tipo de item, segundo a arquiteta, é a adaptação aos desejos e necessidades do cliente. “A vantagem de se fazer um projeto e inserir a marcenaria planejada é de você ter espaço para exatamente tudo que você quer guardar, ou deixar a mostra. Ou seja, não vai precisar de peças avulsas para suprir a necessidade de guardar algo, dando aquela sensação sufocante de vários tipos de móveis, com variações de puxadores e cores diferentes. Além disso, também conta com uma durabilidade maior, o que dispensa manutenções ou trocas a curto prazo”.
A arquiteta destaca, contudo, a necessidade de se ficar atento ao material e à mão-de-obra utilizada na confecção desse tipo de marcenaria. “Os cuidados na hora de produzir são: materiais de qualidade, distribuídos por empresas de confiança e mão-de-obra qualificada. Tendo esses dois quesitos não importa se a empresa é gigante ou se é apenas uma ‘marcenaria de fundo de quintal’. A mão-de-obra tem que ser impecável, isso faz com que além do cliente ficar satisfeito faça a propaganda gratuita da marcenaria. O móvel planejado agrega valor ao imóvel e facilita negócios com ele se um dia for a intenção do cliente fazer a venda daquela casa ou apartamento”, comenta.
Desafios da arquitetura
Bruno relata que o carro-chefe de seu estúdio de arquitetura são os projetos de interiores, e que ama pensar em todos os detalhes de um projeto, desde o mobiliário à iluminação e as cores que serão escolhidas. “Gosto também de elaborar projetos que sejam versáteis e práticos para que no dia a dia quem for utilizar dos espaços sinta essa versatilidade e veja o quanto um bom projeto pode ser seu aliado diário. Todo projeto é um desafio. Cada cliente tem um pensamento, uma forma de enxergar. Mas projetos que são de uso coletivo e em sociedade sempre trazem um desafio maior. É óbvio que o projeto não agradará todo mundo, ninguém consegue agradar gregos e troianos, mas precisamos sempre fazer o máximo, com estudos, pesquisa, pesquisa de campo que é fundamental, para compreender o desejo de uma maioria é assim elaborar algo que seja belo, funcional, prático e acessível. Reunindo esses quatro itens, a chance do projeto mais agradar do que desagradar, aumentará”.
Já Layz comenta que sempre leva em consideração as necessidades do cliente para desenvolver um projeto, e que o maior desafio é atender essas necessidades. “Quando iniciamos uma obra ou uma reforma, sempre levamos em consideração que o cliente precisa usufruir de aconchego e funcionalidade, então é muito importante que o projeto traga isso ao cliente. Levo muito em consideração a beleza e a sofisticação do ambiente, mas a funcionalidade dele é o meu ponto principal. Cada projeto é único, tem seu próprio desafio. Talvez o desafio maior seja entregar sempre algo a mais do que o cliente está esperando”.
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