Nova reitoria da Uniuv toma posse com intenção de “gerar oportunidades para todos”

A nova reitoria do Centro Universitário de União da Vitória (Uniuv) assumiu suas funções na quinta-feira, 26 de janeiro. Tomaram posse os professores Lúcio Kürten dos Passos e Alysson Frantz, como reitor e vice-reitor, respectivamente. A dupla já administra a instituição desde 2015, porém, nos dois últimos mandatos, os papéis estavam invertidos. Em entrevista à CBN Vale do Iguaçu, Lúcio falou sobre o trabalho realizado na instituição até agora e as expectativas para os próximos anos.

Nova reitoria da Uniuv toma posse com intenção de "gerar oportunidades para todos"


Confira a entrevista:

Jornal O Comércio (JOC): Como é para você assumir a reitoria de uma instituição de renome para o Vale do Iguaçu e região, como é a Uniuv?

Lúcio Kürten dos Passos (LKP): Sem dúvida nenhuma é uma responsabilidade muito grande. Nós vivemos um momento na educação superior no nosso país de expansão muito bom mas, ao mesmo tempo, muito delicado em função do uso excessivo de tecnologias e dos índices de aprendizado estarem sendo reduzidos em função disso.

Desde 2015 nós iniciamos um processo. Nós tínhamos um objetivo em comum com o professor Alysson e temos até hoje, que é justamente dar continuidade ao pioneirismo da instituição. Mesmo ela sendo uma instituição municipal, com as suas limitações, mas com as suas possibilidades de Instituição de Ensino Superior, por que um município que tem a sua própria universidade é um município que se desenvolve, e a Uniuv é a prova disso. Nós temos hoje líderes empresariais, líderes políticos, inclusive. Por exemplo, o nosso prefeito atual é formado na Uniuv em dois cursos de graduação. Nós temos aí o nosso líder, o deputado Hussein Bakri, formado pela Uniuv. Assim como temos outros prefeitos da região que também são formados pela Uniuv. Como empresários muito bem sucedidos que são formados pela Uniuv. Em todas as áreas nós temos profissionais que foram formados pela Uniuv e que nos ajudam a contar essa história de uma instituição que vai completar, no ano que vem, 50 anos de sua atuação.

Desde que a gente veio para a reitoria, em 2015, a gente iniciou um trabalho de pesquisa muito forte sobre a tendência do ensino, e a novidade que começamos a apresentar foi justamente o ensino híbrido, ou seja, nem 100% EAD, nem 100% presencial. Conseguimos, com muito trabalho ao longo dos anos, desenvolver um modelo que vem sendo muito elogiado.

Pessoalmente, eu posso dizer que me preparei muito para essa função ao longo desses anos todos. Me dediquei bastante na pesquisa desse novo modelo, dessa nova proposta de ensino, e esse é o ano de colher resultado. Tudo o que a gente faz atualmente, nada é mais no curto prazo, é tudo a médio e longo prazo. E as sementes plantadas lá atrás, quando do início da nossa gestão, agora começam a dar frutos muito interessantes. Estamos tendo um vestibular com uma procura excelente, muito próximo dos 1000 candidatos, o que é uma satisfação muito grande e que mostra que as estratégias estão dando certo.

JOC: Como foi sua preparação para assumir esse posto? Era algo que almejava desde que entrou na instituição? Como foi sua trajetória na Uniuv?

LKP: Eu me formei em jornalismo e vim para União da Vitória. Por alguma razão eu acabei chegando aqui novamente por trabalho e logo conheci a Uniuv. Comecei a ajudar no início, a convite do professor Isael Pastuch e do professor Jairo, o desenvolvimento dos cursos de comunicação, que já se almejava a implantação, e eu fui formado professor pela Uniuv. A Uniuv me proporcionou especializações, me proporcionou mestrado, me proporcionou doutorado, e eu entendo que preciso retribuir isso de alguma forma para a Uniuv, que vai retribuir isso de alguma forma para a nossa sociedade, para a nossa região toda.

A preparação, ela se dá por passar por vários setores. Tanto eu quanto o professor Alysson, nós tivemos a oportunidade de trabalhar com outros gestores, em outros setores da Uniuv e isso nos trouxe uma certa bagagem.

Quando a gente assumiu lá atrás, em 2015, o que que a gente fez? Foi conversar com as outras instituições do mesmo modelo, aprender com eles muita coisa. E isso foi uma iniciativa muito válida porque serviu para nos enriquecer, claro, como pessoas, como profissionais da área de educação, mas nos fez enxergar as possibilidades. E foi um processo de amadurecimento, de aprendizado, e eu espero poder devolver tudo isso para a Uniuv na forma de engajamento, na forma de dedicação.

Hoje eu me dedico quase que totalmente à docência e à gestão do ensino superior, e eu estou aqui para trabalhar. O professor Alysson também. A gente forma uma dupla muito coesa, a gente tem um pensamento muito comum em relação à Uniuv, e a gente quer que a sociedade venha com a gente porque a Uniuv é de União da Vitória. Ela ajudou a construir muito e a desenvolver a nossa região e a gente precisa acreditar em todos esses processos.

E vem aí um ano diferente, um ano que finalmente roda por completo depois da pandemia. Então a gente acredita demais, primeiro, no potencial da nossa região, e também no potencial que a instituição tem de contribuir para esse desenvolvimento, e é isso que a gente vai fazer. A gente vai gerar oportunidades para todos.

JOC: Quais são as expectativas para este novo mandato?

LKP: À medida em que as coisas vão voltando a sua normalidade em relação ao fim da pandemia, tivemos um ano bastante turbulento em relação a política também no nosso país, e o que a gente percebe é que as pessoas querem uma sociedade melhor, elas querem viver num mundo melhor, e eu acho que as universidades têm um papel fundamental para isso. Na formação de caráter, na formação profissional, na formação da mão-de-obra, no desenvolvimento de pesquisa, da cultura e extensão.

Nós temos um PDI que está sendo executado, o Projeto de Desenvolvimento Institucional, que eu tive a honra de presidir a comissão designada pelo professor Alysson em 2019 se não me engano, em 2020. O PDI veio a público em fevereiro de 2020, antes ainda da pandemia. Foram muitos meses, com muitas mãos desenvolvendo esse planejamento estratégico da Uniuv, que vem sendo executado. O prazo dele de implantação é até 2025, então muitas ações vêm sendo contempladas, e o que a gente vai fazer é planejar novamente para 2025 e mais, se adaptando ao mercado. A gente não pode deixar de olhar o mercado, mas também tem que cruzar essas informações do mercado do ensino superior também com o censo educacional, que nos aponta as direções para que vamos, como vamos, e atender as demandas da sociedade com oferta de cursos e outras possibilidades.

Nós estamos muito bem planejados, muito bem organizados, seguindo o nosso PDI e contando com a colaboração dos nossos servidores que hoje trabalham na Uniuv, que está aí há quase 50 anos. A gente quer ver a região crescer e vai trabalhar para isso.

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JOC: Como se dará a atuação da dupla Alysson Frantz e Lúcio Kürten dos Passos, agora em papéis invertidos?

LKP: O professor Alysson é um grande amigo, de muitos anos, e como eu disse antes, nós temos um objetivo comum que é ver a Uniuv estar no lugar que ela merece estar. Como instituição de ensino superior, nós temos um entendimento muito claro, diálogo muito franco. O professor Alysson é uma pessoa de caráter ilibado e claro, eu tenho certeza, não tenho dúvida nenhuma, de que ele vai retribuir, inclusive mais, toda a ajuda que eu dei a ele. Eu tenho certeza que ele vai devolver da mesma maneira e muito mais, porque ele é uma pessoa muito transparente, uma pessoa muito correta e sem dúvida nenhuma é uma pessoa que a instituição pode contar para qualquer situação.

Nós formamos uma dupla, as funções estão invertidas nesse momento e evidentemente nós estamos muito fortalecidos porque trilhamos um caminho juntos e vamos seguir juntos mais um trecho em prol da instituição.

JOC: O que esperar da Uniuv para 2023?

LKP: Nós vivemos um momento de retomada, então todos esses períodos, que nós citamos anteriormente, afetaram evidentemente o funcionamento de todas as instituições, não só as universidades, enfim, as empresas, todo mundo. Tudo aponta, e eu costumo dizer que em 2023 o gráfico aponta para cima para todo mundo. Então, obviamente, a gente vai se inserir nesse contexto.

Os professores iniciaram os trabalhos no dia 1º de fevereiro. Logo temos a semana pedagógica e seguimos o trâmite normal, se adaptando, se atualizando nas metodologias com a utilização de ferramentas, plataformas, porque esse ensino híbrido exige do professor uma certa habilidade de relacionamento, tanto digital quanto pessoal, porque não é nem 100% virtual nem 100% presencial.

O grande diferencial desse modelo híbrido que nós estamos trabalhando é justamente isso. O estudante tem contato com o professor, ele tem uma turma, e ele tem toda uma plataforma virtual em que ele pode receber, trabalhar e desenvolver conteúdos.

É um modelo bastante inovador. Nós passamos recentemente por um processo de recredenciamento do status de título de centro universitário e recebemos muitos elogios, de ex-reitores de universidades do Paraná que integraram a comissão de avaliação, justamente do modelo.

A gente participou de congressos, a gente foi visitar outras instituições e a palavra híbrido está em todos os lugares. Está na indústria automotiva, está na indústria madeireira, está no setor do comércio, do turismo, e obviamente a educação não ficaria atrás e evidentemente é onde vai se desenvolver com mais afim. A “professorada” está recebendo treinamento, imagino que estejam ansiosos para começar porque vem algumas novidades por aí.

JOC: Como você quer ser lembrado ao final do seu mandato?

LKP: Eu acho que toda contribuição que seja feita e que envolva desenvolvimento, progresso, eu acho que ela precisa ser lembrada como uma história de comprometimento.

É difícil falar porque existe um período longo pela frente, mas eu gostaria muito de ser lembrado como professor, porque é uma das profissões mais honrosas que existem. A gente poder dividir conhecimento com as outras pessoas, eu não diria que é um dom, mas é uma coisa incrível. Eu sou filho de professores, aprendi muitas coisas em casa, aprendi muito com professores do colégio, da universidade, e espero poder compartilhar o conhecimento adquirido na vida, com estudo e com a convivência, com outras pessoas.

Eu acho que a gente, durante a vida, adquire uma experiência muito intensa para levar ou guardar isso. Acho que todo mundo que pudesse ou quisesse deveria ser professor. É uma profissão apaixonante, sem dúvida nenhuma. Se lembrarem de mim como “psor” Lúcio já está bom.

Ouça a entrevista. 

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