Espaço Cultural: Semana da Pátria
Quando iniciamos setembro, a primeira semana sempre foi a de expectativa em relação às comemorações da Independência de nossa Pátria. Expectativa gerada aos eventos programados e, especialmente, ao grande desfile do dia sete, que faz parte do calendário cívico por aqui, onde todos das instituições militares, educacionais, filantrópicas, das associações culturais em geral e a própria população, se preparam com esmero para a data.
Explicar essas comemorações passa a ser incumbência dos dirigentes de cada setor, uma vez que nem sempre há quem entenda ser o Dia da Pátria, tal a importância que tem na vida da Nação.
Dia desses, em conversa num grupo que, como eu, já “dobrou o cabo da Boa Esperança” opinávamos que atualmente o vocábulo Pátria não era reconhecido… Lembramos que, quando nos bancos escolares, era com a expressão de Rui Barbosa, o Águia de Háia, assim conhecido desde 1907 por sua notável inteligência e eloquência, que a professora compactava: “Pátria somos todos nós”. Simplesmente essa a definição, ampla, para ensinar à gente miúda, mas que todos a entendiam como uma coisa grandiosa, magnífica, a qual se devia muito respeito.
A conversa foi se alongando aos dias de hoje, ponto em que concordamos: infelizmente, em relação ao vocábulo, tão em voga nesta semana, ele parece não mais contagiar a nossa população. Prova é o desânimo quanto ao hábito cultural das comemorações, especialmente ao grande desfile, as bandeiras içadas nas repartições em geral, as vitrines enfeitadas com tema alusivo… E pensar que, tempos atrás, até nas chegadas aos postos de combustível eram fornecidos lacinhos verde e amarelo para prender na roupa…
Será que é o desconhecimento dos valores contidos no vocábulo PÁTRIA? Aqueles que estão na vivência de cada um, em qualquer localidade do País?
Como profissionais que tivemos o norte na educação, pensamos estar na hora de ativar a memória para recrudescer o conjunto. Um conjunto que não se detém as correntes partidárias, mas ao amor e orgulho que supera obstáculos para, livremente, conceber:
“PÁTRIA é a língua que falamos, é o território brasileiro com suas riquezas, o Hino e a Bandeira Nacional, os Símbolos da República, a família que nos congrega, os filhos que amamos, a fé e a religião que professamos.”
No Colégio São José, desde 1944, tempo em que era misto, formado por meninas e meninos, os 110 alunos e seus professores realizavam eventos na Semana da Pátria.
Já em 1962 o corpo discente do Ginásio Túlio de França, com garbo, envergando orgulhosamente seu uniforme, desfilava pela Avenida Manoel Ribas.
No período auge do futebol amador em Porto União e União da Vitória até os jogadores uniformizados, conduzindo sua Bandeira e alguns troféus do seu acervo, acompanhavam o grande desfile da Pátria.
Porto União, cujo aniversário ocorre no dia 5 de setembro, incorpora-se ao grande desfile da Pátria, com a participação de seus educandários e associações. Em 1977 foram seus administradores que abriram o evento.
Era um tempo em que o 5º BEC, responsável pela organização do desfile, cedia seus integrantes e instrumentos para marcar a cadência da marcha. Atualmente, escolas capacitadas com suas próprias fanfarras e bandas, é que as representam no desfile. Os demais, alunos e professores, tantos, nem prestigiam o evento.
Voltar para matérias