Ary Carneiro Jr. (PSDB) apresenta propostas para saúde, Fumprevi e prevenção de enchentes

O candidato à prefeitura de União da Vitória, Ary Carneiro Jr. (PSDB) participou da sabatina promovida pelo jornal O Comércio.  A seguir, reproduzimos um trecho da entrevista com as propostas para a saúde, o Fumprevi e prevenção e contenção de enchentes.

Conteúdo na íntegra

Confira:
Jornal O Comércio (JOC): Quais são, na sua visão, os principais gargalos da área da saúde em União da Vitória?
Ary Carneiro Junior (ACJ): Nós sabemos que o maior distrito do município de União da Vitória, é o distrito de São Cristóvão, onde habitam milhares de pessoas, onde tem uma demanda bastante grande. Então, é de fundamental importância, isso nós já o fizemos quando fomos secretário municipal de saúde de União da Vitória no período da pandemia. Nós fizemos a extensão do atendimento da Unidade Básica de Saúde para o atendimento noturno, onde íamos até às 22 horas com atendimento. Então isso é fundamental para que se tenha a diminuição de acessos à UPA de uma forma desnecessária, ou seja, aquelas pessoas que eventualmente poderiam ter a resolutividade exclusivamente no ambulatório, eles à noite, eventualmente, se não tem o atendimento estendido nesses postos de saúde, eles vão vir parar na UPA, aí tirando a necessidade muitas vezes emergencial daquela pessoa que está procurando ou buscando a UPA pela real urgência.

Nós temos que ver a demanda de todos os bairros, para que a gente possa avaliar o que está sendo feito hoje no atendimento primário à saúde na unidade básica. Qual está sendo essa resolutividade? De que forma melhorar? Seja capacitando os funcionários, fazendo com que eles tenham o viés de um atendimento extremamente humanizado, não é? Não vamos abrir mão nunca da humanização do atendimento ao cidadão e a cidadã. Com isso, mas melhorando atendimento básico, nós vamos diminuir o acesso das pessoas à UPA deixando ela para estar com uma equipe capacitada para o atendimento de urgência e emergência, eles poderem estar com uma forma mais leve de poderem atender, ou seja, uma demanda menor para não ter uma sobrecarga como hoje existe dentro da UPA de União da Vitória.

Em função de há 47 anos eu ser médico, participei desde o início da formação, de como foi construído o Sistema Único de Saúde, então desde o seu início eu participei dos locais de discussão, dos fóruns de desenvolvimento para se criar o Sistema Único de Saúde. Ele ainda tem muitas falhas, é evidente. Mas ele é o melhor sistema de saúde pública do mundo. Mas tem situações para o cidadão ou cidadã que eventualmente está aqui em União da Vitória. Dia desses eu estava falando com uma senhora que estava sendo deslocada para fazer uma cirurgia de laqueadura em Campo Largo, porque é o estado quem faz o atendimento hospitalar cirúrgico. Mas poxa, é um procedimento de um baixíssimo custo, que você pode ter resolutividade aqui em União da Vitória. Então você tem que buscar alternativas, conversar com a Secretaria Estadual de Saúde, demonstrar a ela que o município de União da Vitória têm hospitais capacitados, tem profissionais capacitados que podem fazer essa resolutividade aqui, diminuindo a fila daqueles que eventualmente tem que ser feito essa cirurgias fora, em Campo Largo, Curitiba, que é o local onde são direcionados os nossos pacientes com atendimento secundário e terciário. Então, essa visão é que você tem que administrar, diminuindo o número de pessoas que vão. Continuarão indo? Continuarão indo sim, mas vão aqueles casos que aqui não tem resolutividade. Esse é o foco que o gestor municipal tem que ter a visão e tem que interferir junto ao governo do estado e junto ao governo federal para melhorar a resolutividade local ou regional até diria, porque o União da Vitória é um polo Regional.

JOC: Candidato, existe solução para o Fumprevi? Qual a sua proposta para amenizar ou solucionar a questão envolvendo o fundo de previdência do município?
ACJ: O Fumprevi, hoje, ele não existe, porque é um fundo que não tem recurso. Automaticamente, ele é um um ponto de interrogação, algo que está na nuvem. No nosso entendimento, a primeira coisa: direito adquirido é direito que tem que ser cumprido sempre. Então não se tem forma, de maneira nenhuma, nem se quer e não se deseja que ninguém que já esteve ou está dentro das regras que foram colocadas venham a perder seus direitos. Isso é uma coisa muito clara e muito muito aberta. No meu entender, há de se fazer uma auditoria com uma empresa que tenha capacitação na área previdenciária. Depois de feito isso, há de se buscar o retorno dos recursos que saíram do município. O nosso pensamento é que a gente busque então a causa, onde está o início, buscarmos junto pegando os atores principais que é, no caso, a prefeitura, que são as pessoas que são funcionários e aposentados da prefeitura. Pegar todos os interessados e buscar uma solução para que, de uma forma harmônica e orgânica, se consiga resolver o problema.

A gente sabe que não será resolvido por completo em quatro anos, nem em oito, nem em dez, nem em 15, nem em 20, mas terá que se ter uma maneira de se buscar uma solução enquanto futuro, tocando e mantendo as atuais responsabilidades do município. O município não pode deixar. E é um investimento. Uma pessoa disse assim: não estou investindo porque tenho que colocar dinheiro no fundo. Esse é um investimento. No ser humano, no cidadão, na cidadã, que tem o seu direito e esse direito não pode ser retirado.

Vamos ter que sentar à mesa. Nós já fomos atrás de escritórios que já lidaram com essa situação em outros municípios, e municípios maiores que União da Vitória que tiveram a mesma situação, com soluções bem plausíveis, sem haver quebra da harmonia dos entes que estão envolvidos. Eu acho que é por aí o encaminhamento que nós daremos.

Quem não tem culpa disso é o servidor. Como você vai penalizar o servidor? Ele aportou recursos para ter esse benefício. Como é que agora você vai simplesmente cortar esse benefício porque houve em alguns momentos formas não muito corretas no repasse do município para o fundo?

JOC: No caso de uma nova cheia nos próximos anos, a exemplo do que ocorreu no ano passado, o senhor tem algum plano de contingência? As possíveis cheias e novas enchentes estão na pauta do seu mandato?
ACJ: A questão das cheias, nós temos uma experiência muito grande porque vivemos como cidadão a enchente de 83, como médico, e a minha casa foi atingida. Vivi a enchente de 92 com minha casa atingida, sendo o prefeito do município de Porto União na oportunidade. E nesse momento que nós tivemos nós atuamos como profissional médico. Minha esposa trabalhou na casa de cozinha comunitária, e aquela enchente de 92 foi quase um metro maior que a enchente do ano passado aqui em União da Vitória. Então, nós sabemos da importância de você ter uma equipe administrativa que tenha um preparo constante para o enfrentamento das cheias. Uma coisa é verdadeira, ninguém pode vir e dizer que nunca mais haverão cheias em União da Vitória. Absolutamente. Haverão cheias sim em União da Vitória, em Porto União e em toda a nossa região porque o Iguaçu está aqui, graças a Deus. Além da beleza, ele nos traz a água, ele nos traz coisas muito boas. Agora, nosso pensamento, a ideia da Corpreri em 1992, foi do gestor de Porto União na reunião aqui na Câmara Municipal de União da Vitória. E esse gestor era eu. Então a comissão Corpreri, criada em 1992, foi ideia nossa, quando estavam presentes os governadores dos estados. Então essa visão de como fazer o enfrentamento das cheias nós temos. E vamos ter uma comissão permanente, nós vamos criar uma comissão para ter o acompanhamento com pessoas da comunidade, com pessoas das áreas atingidas para estarem acompanhando todo o processo para busca de soluções, mesmo que sejam pequenas, mas que se avance. O que nós vemos desde 1983, 1992 e até agora, o que foi feito? Nada. Você pode me responder. Foi feito alguma coisa? Nada. Então a comunidade tem que se organizar, ter uma comissão. O poder público tem que estar junto. Nós vamos estar juntos pra continuar, ser um pleito continuado. Graças a Deus tivemos agora o governador Ratinho Junior que parece que deu um alento em buscar um estudo para a gente tentar amenizar. Felizmente temos um governador sensível a essa situação, mas de qualquer maneira nós temos que avançar e ter uma forma constante de cobrança dos gestores estaduais e federais para se conseguir recursos e soluções para amenizar as cheias.

Possui alguma sugestão?

Clique aqui para conversar com a equipe de O Comércio no WhatsApp e siga nosso perfil no Instagram para não perder nenhuma notícia!

Voltar para matérias