Bachir Abbas (PP) apresenta propostas para saúde, Fumprevi e prevenção de enchentes
O candidato à prefeitura de União da Vitória, Bachir Abbas (PP) participou da sabatina promovida pelo jornal O Comércio. A seguir, reproduzimos um trecho da entrevista com as propostas para a saúde, o Fumprevi e prevenção e contenção de enchentes.
Conteúdo na íntegra
Confira:
Jornal O Comércio (JOC): Quais são, na sua visão, os principais gargalos da área da saúde em União da Vitória?
Bachir Abbas (BA): Aqui não cabe a gente achar justificativa, mas nós tivemos um represamento, tivemos a maior pandemia da história da humanidade. [Durante] dois anos não foram feitas cirurgias eletivas e isso representou. A gente conseguiu, na sequência, agilizar essa situação em parceria com a 6ª Regional de Saúde ou através do Opera Paraná, mas nós sabemos que o grande desafio é na área da saúde. E nós avançamos bastante. Quando nós assumimos havia oito médicos em todas as nossas UBS. Hoje nós temos 15. É suficiente 15? Não. Precisaria de 25. Mas nós quase dobramos o número de médicos. A nossa Unidade de Pronto Atendimento atendia 2,3 mil pessoas. Teve picos agora em que já chegou a atender 6 mil. E como nós conseguimos isso? Através da gestão compartilhada. Os pais algum tempo atrás tinham que pagar uma consulta de R$350, R$400 para um Pediatra. Hoje nós temos na UPA. Mas isso foi possível porque nós tivemos a visão de fazer a gestão compartilhada, se não nós nunca iríamos contratar um Pediatra.
Já temos que pensar pro Distrito de São Cristóvão também uma Unidade de Pronto Atendimento. Nós agora estendemos o horário no posto do Salete porque, com 6 mil atendimentos na UPA, o tempo de espera aumentou bastante. Nós estendemos o horário até às 22 horas, mas temos que pensar nos próximos anos uma Unidade de Pronto Atendimento. Conversamos com as nossas lideranças federais para construir uma nova UPA nos próximos quatro anos em São Cristóvão.
A saúde é um grande desafio, mas nós temos índices excelentes. As pessoas podem lembrar algum tempo atrás como era a Farmácia Municipal. (…) Nós descentralizamos a farmácia. Hoje as pessoas que moram no distrito de São Cristóvão não precisam vir para o centro. Hoje as pessoas têm dignidade quando vão pegar o seu medicamento. E os resultados vêm. (…) Nós temos aqui um índice que é o Previne Brasil que mede a satisfação da saúde a nível de Brasil e União da Vitória está como o segundo melhor município em cidades acima de 50 mil habitantes.
Mas nós sabemos que a saúde é um grande desafio e temos que continuar investindo. A saúde não pode esperar.
Temos uma grande conquista, o que é correto a gente tem que falar. Assumimos o compromisso, estávamos com uma dificuldade na construção do novo Cisvali. Com todos os prefeitos nós conseguimos operacionalizar e colocar em prática o SAMU que se mostrou extremamente eficiente. (…) Conseguimos na parceria com o governo do estado, e União da Vitória assumiu o compromisso, estava muito difícil fazer a licitação para o novo Ambulatório Médico de Especialidades que é o novo Cisvali. Nós assumimos esse compromisso. (…) O governo do estado passou um valor, nós entramos como contrapartida com o terreno, e isso vai ajudar muito. (…) Não vai zerar, tem algumas situações que vai ter que continuar indo para Curitiba, mas nós vamos diminuir muito. O tamanho do Cisvali vai triplicar. As pessoas não precisarão sair mais daqui duas, três horas da manhã e voltar no outro dia duas, três horas da manhã. São avanços que a gente conseguiu e a gente vai continuar. O que nós pretendemos fazer? Nós temos que aumentar o número de médicos. Saímos de oito para 15. A nossa abrangência dos nossos médicos da família era 60%, hoje é 100%. Nós aumentamos as equipes de médicos da família no Sagrada Família e na Salete. Então a gente avançou bastante, mas os desafios são muito grandes.
JOC: Candidato, existe solução para o Fumprevi? Qual a sua proposta para amenizar ou solucionar a questão envolvendo o fundo de previdência do município?
BA: A gente está fazendo um grande sacrifício para cumprir, que é algo sagrado que nós temos que cumprir para pagar a aposentadoria dos nossos aposentados que trabalharam a vida inteira, no seu suor ajudaram o município. Tem solução? Tem solução sim. (…) A principal pergunta que o eleitorado tem que fazer [aos candidatos] é o que vocês vão fazer com o fundo de previdência? (…) O fundo de previdência acaba inibindo os investimentos em infraestrutura, investimentos em todas as áreas. E, infelizmente, e tem que falar, aqui vai uma crítica pros gestores que passaram, o fundo de previdência não foi tratado de forma séria. Desde lá do começo, quando foi concebido, com as alíquotas que não eram necessárias. Depois dinheiro que foi pego do fundo de previdência dos funcionários, muitas vezes para pagar despesas da prefeitura e não foram retornados. Mesmo alguns assinando, alguns pegaram empréstimos, os outros assinaram que iam pagar, não pagaram. Teve alguns que passaram pela administração pública durante um tempo e não aportaram um centavo no fundo. Hoje há ação civil pública junto ao Ministério Público. Foram feitas diversas ações em cima do fundo achando que nunca ia acabar e acabou. No terceiro mês do nosso mandato acabou o dinheiro que tinha no fundo, que era um dinheiro considerável. Mas hoje o cálculo atuarial do fundo é de mais de R$700 milhões. Existe solução e nós não nos escondemos. No primeiro ano do nosso mandato, mesmo não sendo uma ação popular, nós mandamos uma reforma para previdência, mesmo recebendo as críticas nós mandamos. Mas a gente tem que respeitar. Nós vivemos no estado democrático de direito. E aqui não vai crítica, mas eu tenho que falar o que eu fiz. A câmara entendeu que não era pertinente a reforma da previdência. (…) A reforma que aconteceu a nível federal foi mais ou menos a reforma que nós replicamos a nível de município então, naquele momento, não foi aprovada a reforma da previdência. (…) Hoje o município coloca R$2,3 milhões por mês no fundo de previdência. Já colocamos R$72 milhões e vamos colocar até o final do nosso mandato quase R$100 milhões. Com R$100 milhões nós poderíamos pavimentar, e eu quero deixar bem claro que não é culpa dos funcionários, é culpa dos gestores que passaram e não tiveram responsabilidade, nós teríamos pavimentado 70% das ruas de União da Vitória com esse recurso. (…) É necessário uma reforma na Previdência. (…) O fundo precisa de dinheiro. (…) Nós temos um projeto para começar. É um projeto de médio e longo prazo para você recuperar o fundo, mas é possível. Se tratando com responsabilidade, não pensando em fazer politicagem, pensando em tratar de forma séria, porque isso inibe muito a questão dos investimentos na infraestrutura do município.
JOC: No caso de uma nova cheia nos próximos anos, a exemplo do que ocorreu no ano passado, o senhor tem algum plano de contingência? As possíveis cheias e novas enchentes estão na pauta do seu mandato?
BA: Quando chegam as cheias as pessoas muitas vezes se alvoroçam e com razão. (…) Em abril de 2023, quando não se falava em cheia, isso daí é mérito da Sec-Corpreri, o falecido Dago Woehl (…) com todos os técnicos da Sec-Corpreri, nos procurou e ele sempre trabalhou que o município tivesse um projeto. A grande diferença entre o sonho e a realidade são os projetos. E eles tinham diversos estudos a respeito das cheias do rio Iguaçu e nós, em abril de 2023, protocolamos no IAT um pedido para que o Governo do Estado financiasse esse projeto. Fomos diversas vezes lá, o IAT ficou de discutir, mas daí no período das cheias foi levantada essa questão, que hoje está bem encaminhada. É importante, a gente tem que pensar para frente, não vamos pensar para trás. Mas é necessário, e aqui cabe a nós falar que não adianta a gente ficar criando falsas ilusões. Tem projetos que podem amenizar a cheia do rio Iguaçu, mas nenhum processo vai acabar com as cheias. Mas se nós diminuirmos, como um dos estudos da Sec-Corpreri que baixa em 1,14m, são duas mil casas que não vão ser atingidas por uma nova enchente.
(…) Algo que os municípios muitas vezes não dão valor são os planos de contingência. Nós, pela primeira vez na história, não nos escondemos no período das cheias. Estivemos junto da população e isso serviu para a gente desenvolver esse plano de contingência junto com as forças policiais, junto com o Corpo de Bombeiros, porque nos planos de contingenciamento temos que pegar os exemplos que funcionam, como nos países modernos como Japão. Nós reescrevemos esse plano de contingência. Tínhamos um plano extremamente defasado e pela primeira vez na história nós utilizamos. E não é mérito nosso. É da Sec-Corpreri que ela tinha esse gerenciamento para avisar as pessoas que em 48h chegaria a água nas suas casas e nós utilizamos esse projeto que faz parte do plano de contingência para que as pessoas não perdessem os seus pertences, não perdessem seus móveis. Fizemos um trabalho nas nossas escolas que sempre perdiam [coisas], tiramos toda a parte de móveis das escolas. Mas o principal: a gente ter esse plano de contingência aumenta (…) [a chance] de que as pessoas saibam, quando houver uma cheia, pra onde que elas têm que ir, onde que são montadas as cozinhas comunitárias.
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