Juliano Hassan (PL) participa da sabatina O Comércio
Nesta edição, reproduzimos as propostas do candidato referentes à saúde e a prevenção e contenção de enchentes
O candidato à prefeitura de Porto União, Juliano Hassan (PL), participou da sabatina promovida pelo jornal O Comércio. Nesta página, reproduzimos um trecho da entrevista. O conteúdo na íntegra está disponível em https://www.youtube.com/@jornalocomercio.
Assista na íntegra
Confira:
Jornal O Comércio (JOC): Quais são, na sua visão, os principais gargalos da área da saúde em Porto União?
Juliano Hassan (JH): Eu fico indignado, eu fico revoltado. Como diretor técnico da saúde, nós zeramos a fila do SUS. E isso não é demagogia e não é promessa de campanha. É um absurdo. Semana passada uma senhora de 89 anos tendo que colocar um simples aparelhinho que controla a frequência cardíaca durante as 24 horas do dia, foi até Mafra, deslocando-se de Porto União, assumindo um risco. Nós temos hospitais de referência. Agora, por uma questão de ego o gestor não tem a mínima empatia ou humanização para sentar com o administrativo do hospital, com o Ministério Público, com o departamento jurídico de ambas instituições para poder resolver um problema. Nós iremos fazer um mutirão na saúde. Queremos uma saúde raiz. Aquela saúde que vai até os bairros. Na época do Renato [Stasiak] tinha prefeitura nos bairros. Na nossa época vai ser a prefeitura para o povo. Nós teremos ações diretas nos bairros, uma prefeitura itinerante. Nós queremos na prefeitura ambulâncias, farmácias, descentralizar a farmácia do SUS. A saúde mental dos funcionários da Secretaria de Saúde do município de Porto União está seriamente comprometida, porque todos os caminhos conduzem a Roma. Com quatro cargos comissionados, eu consigo manter três a quatro farmácias no interior. Isso é fato e podemos comprovar para vocês. Tudo que o Juliano fala o Juliano prova. Essa é a diferença aqui. Não é um ataque pessoal contra o gestor, não é um ataque pessoal contra nenhuma pessoa. Nós precisamos manter o que está bom ou que está bonito, o que está funcional e consertarmos, renovarmos, reconstruírmos aquilo que está errado.
Nós precisamos do munícipe de Porto União, do cidadão de Porto União, do amigo, da amiga, do idoso. Não é possível que chegue às 2 da manhã no pronto atendimento e tenham que passar por uma burocracia numa situação de emergência. Nós queremos portas abertas dentro dos hospitais de referência do município e formarmos parceria público-privada, que existe a jurisprudência sobre isso, com o nosso município, União da Vitória. Nós queremos que as pessoas tenham confiança na saúde local. A medicina não se confunde com a saúde. Assim como a educação não se confunde com ensino. Por que eu digo isso? Se a nossa atenção básica não funciona, e aqui não estou criticando nenhum colega da saúde, o qual eu defendo a minha classe, com todo respeito, sou o primeiro a defender a nossa bandeira. Que por sinal é um grupo muito desunido. Na pandemia passamos uma situação bem complexa e deveríamos estar mais unidos. Mas isso é uma opinião pessoal, nada contra nenhum colega, mas a nossa atenção básica precisa resolver. Precisamos urgente sanar essa ferida. O que acontece? Por que um morador, um funcionário da área industrial tem que perder um dia de serviço para se consultar no pronto atendimento central ou na Unidade Básica de Saúde daquela localidade? Nós temos um programa do governo federal, o UBS estendida, UBS 60. Nós queremos desonerar a folha de pagamento dos empresários, fazer com que os funcionários não percam vale alimentação, não percam o transporte, não percam um dia de serviço tendo que consultar durante o período laboral. É muito importante nós desburocratizarmos o sistema de Porto União, não somente na saúde.
O que nós queremos fazer, além de um mutirão para zerarmos essa fila de espera a nível de cirurgia. Nós não temos aqui somente o serviço de hemodinâmica. Nós estamos perdendo, arriscando a vida dos nossos munícipes indo para outros municípios. A nossa frota está sucateada. Isso é visível, notório. Tivemos a pouco um vereador na Câmara de Vereadores de Porto União que mostrou fotos das ambulâncias. Saiam nas ruas, procurem, é muito fácil. Nós falarmos é muito fácil atrás do microfone, ou numa salinha com ar condicionado passarmos uma realidade bonita que não corresponde com o dia a dia de Porto União. Eu conheço os bairros. Eu conheço o nosso interior. Eu conheço a maioria dos problemas. E com a Suelen trataremos de solucionar todos os problemas que dizem respeito não somente à saúde, mas ao funcionalismo público. Isso impacta onde? Em você, cidadão. Na população em geral. Nós queremos uma saúde raiz. Nós queremos uma saúde associada com a ação social, com o departamento de obras.
(…) Nós queremos contratar mais profissionais. Estamos com falta de profissionais. Hoje, atualmente, tem entre 35 ou 39 profissionais. Não temos mais. Não temos apoio porque os dois neurologistas, por opção própria, saíram do SUS. Nós não temos apoio na ala neurológica. Nós não temos apoio especializado. Estamos mandando nossos pacientes para Brusque, estamos mandando os pacientes fazer uma endoscopia em outros municípios, viajando 180km, 200km, 300km, arriscando perder a vida de vocês, que serão prioridade. Não tenham a menor dúvida.
JOC: No caso de uma nova cheia nos próximos anos, a exemplo do que ocorreu no ano passado, o senhor tem algum plano de contingência? As possíveis cheias e novas enchentes estão na pauta do seu mandato?
JH: Com certeza. Nós não podemos apresentar propostas mirabolantes. “Ah, vamos cortar a curva do rio. Vamos mudar a natureza”. Em 1997, o famoso e saudoso [Alexandre Passos] Puzyna apresentou um projeto de construir diques em Santa Rosa. Levou tanto, tanto… Ele apanhou tanto das cidades vizinhas, Irineópolis, Canoinhas, Mafra. Eu tenho esse diário. No ano de 1997, porque nós iríamos inundar União da Vitória e o leito do rio também as outras cidades que acabei de citar. Então o que que acontece? Nós iremos criar uma comissão permanente de enchentes. Nós iremos criar uma comissão de desastres climáticos, porque lamentavelmente a Defesa Civil de Porto União, só é Defesa Civil no nome porque eles demonstraram recentemente, no Covid e agora na enchente, a incapacidade de lidar com intempéries, com desastres climáticos. Nós conseguimos arrecadar em Porto União duas toneladas e 250kg de alimentos. Um grupo de voluntários, envolvendo igrejas, envolvendo amigos num restaurante da cidade. Nós não poderíamos distribuir em Porto União porque o único abrigo fechou as portas para as pessoas atingidas pela enchente. Porto União estava blindada. Nós trouxemos o governador para conhecer a realidade e eu provo. E quando eles dizem que trouxeram a governador, simples. Estivemos antes de ontem com o governador. Tenho todas as mensagens e tenho a disposição dos senhores. O governador esteve em Porto União pelo Doutor Juliano, pela nossa equipe, pelos nossos amigos, porque nós não dependemos de política para sobreviver pessoal. A nossa profissão, a nossa natureza é ajudar. Nós não iremos atacar, mas que fique claro isso: precisamos dessa criação dessa comissão permanente de enchente com os munícipes, aqueles que têm acesso aos programas. Nós precisamos medir a cota do rio. Nós precisamos saber quem são as pessoas atingidas. Quais são as consequências? Elas têm ou não tem um suporte para permanecerem. Se elas querem ou não ser retiradas. É obrigação nossa construímos moradia, infraestrutura, saneamento básico, e darmos um suporte, mas não é tirarmos as pessoas daquele cantinho que vivem há anos. Nós temos que fazer uma ação em conjunto. Uma comissão permanente, especializada, interestadual, envolvendo o governo do estado, empresários, cidadãos, a população atingida e a nossa vizinha União da Vitória. É isso que nós faremos e vocês serão convidados para participarem.