Espaço Cultural: Duetos Concertantes

Pela primeira vez tivemos em nossas cidades o Duetos Concertantes. Uma composição musical do violinista, compositor e tenor Gabriel Fernandes da Trindade. Sem medo de errar, constato que Duetos Concertantes seja conhecida somente por músicos e pesquisadores pois trata-se de uma obra que remonta ao Brasil do final do século XVIII.

Um evento gratuito para o público, na Igreja Evangélica Luterana de Porto União, em comemoração aos duzentos anos da imigração alemã, privilégio cultural e artístico que contou com o apoio da Academia de Letras do Vale do Iguaçu e do Instituto Joaquim Domit, mantenedor do casarão Domit, no vizinho Município de Irineópolis.

Espaço Cultural: Duetos Concertantes

Um dueto de violinos, que veio em turnê por Santa Catarina, pelos renomados concertistas: Rodolfo Richter, brasileiro vindo de Londres, que se destaca na Música Antiga e apresenta-se frequentemente pelos palcos do mundo; Matheus Prust, natural de Canoinhas, um nome já conhecido no Brasil como músico, mestre de oficinas e grande pesquisador.

Recrudescendo instrumentos de época, os músicos nos levaram à História de nossa Pátria, lá pelo ano de 1808, quando D. João VI, em sua chegada ao Brasil, foi surpreendido pela música do padre compositor José Maurício Nunes Garcia. Uma surpresa que não poderia ser melhor, pois o Monarca reconhece, aqui, a grandeza artística existente na terra que era apenas uma colônia de Portugal…

Certamente, surpresa que concorreu para incrementar o desenvolvimento sócio cultural operado, pois o padre José Maurício foi nomeado para dirigir a Capela da Catedral do Rio de Janeiro, depois Capela Imperial com Dom Pedro I.
Gabriel Fernandes da Trindade, segundo pesquisas feitas no século XX, compositor dos Duetos Concertantes que viveu nos anos 1790 até 1854, veio de Minas Gerais para o Rio de Janeiro na primeira metade do século XIX. Autor de modinhas, as primeiras editadas no País e de lundus, manifestação musical que surgiu no Brasil a partir da junção dos elementos africano e europeu.

Gabriel passa a integrar a orquestra e coro da Capela sendo tenor solista da obra prima Missa de Santa Cecília, do compositor José Maurício Nunes Garcia. Em 1814 compõe Duetos Concertantes.

Os duetos são obras instrumentais do Brasil de D. João VI e de Dom Pedro I, que tem sua importância sociológica na vida do Rio de Janeiro porque documentam o estilo cortesão.

Pesquisas sobre Gabriel Fernandes prosseguem para averiguar ainda coisas como local de seu nascimento e se descendente dos escravos vindos de Angola. Para documentar sua importância na história da música antiga no Brasil muitas são as partituras, projetos investigativos e apresentações públicas, como a realizada na Igreja Luterana de Porto União que inovou e trouxe conhecimentos sobre o compositor e os duetos de violinos.

Uma noite com temperatura agradável que proporcionou grande afluência de público para frenéticos aplausos, com direito a repetição.

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