Jornalistas exploram o Agronegócio na Amazônia: inovação e sustentabilidade em foco
Uma comitiva de 27 jornalistas de várias regiões e veículos de comunicação de todo o Brasil, incluindo Eduardo Carpinski, diretor de jornalismo do Grupo Verde Vale de Comunicação, embarcou em uma jornada a Belém do Pará para conhecer de perto o agronegócio praticado na floresta amazônica. A expedição teve como objetivo desmistificar mitos, explorar as potencialidades do setor agro na região e vivenciar iniciativas sustentáveis que aliam produção econômica com preservação ambiental.
O agronegócio amazônico, muitas vezes associado a questões de desmatamento, foi retratado sob uma nova ótica pelos jornalistas, que puderam ver de perto projetos que integram inovação, responsabilidade socioambiental e valorização das comunidades locais. A viagem incluiu visitas a fazendas que apostam em sistemas agroflorestais para a produção de cacau e açaí, técnicas que mantêm a floresta em pé ao mesmo tempo em que garantem uma fonte de renda para os produtores. Essas práticas comprovam que o desenvolvimento do setor pode coexistir com a proteção ambiental.
Durante a imersão, o grupo conheceu uma das principais cadeias produtivas do estado: a do óleo de palma. O Brasil produz aproximadamente 600 mil toneladas desse produto, utilizado em alimentos e cosméticos, como sabonetes. A cultura do óleo de palma na Amazônia tem sido conduzida com rigorosos padrões de sustentabilidade, demonstrando que o setor agropecuário local está cada vez mais comprometido com a preservação da biodiversidade.
Além do açaí e do cacau, os jornalistas também puderam observar a produção de tênis sustentáveis feitos com borracha natural e caroço de açaí, uma inovação da indústria paraense que visa unir a tradição amazônica ao consumo consciente. Essa iniciativa reflete a crescente preocupação da região em promover o uso sustentável dos recursos naturais, ao mesmo tempo em que desenvolve novos mercados e produtos de alto valor agregado.
Outro destaque da expedição foi o cacau produzido por comunidades indígenas Yanomami e Yekwana, no Pará, transformado em chocolate de qualidade premium. Este projeto mostra como o conhecimento tradicional e ancestral das comunidades indígenas pode ser aproveitado de forma sustentável, gerando produtos de alto valor no mercado e contribuindo para a preservação de suas terras e cultura.
Ao longo da viagem, os jornalistas tiveram a oportunidade de entrevistar especialistas locais e produtores, obtendo informações sobre os desafios e as oportunidades que o agronegócio na Amazônia enfrenta. Foram discutidos temas como o uso de tecnologias sustentáveis, a expansão do mercado agroexportador e a importância de fortalecer as cadeias produtivas regionais.
A imersão também revelou que o agronegócio na Amazônia vai além da simples produção de commodities. O setor tem investido em práticas inovadoras e sustentáveis, que permitem a conservação dos ecossistemas florestais e o desenvolvimento econômico da região. Essa visão ampla e renovada do agronegócio, que concilia a proteção ambiental com a produção responsável, aponta para um futuro em que a floresta em pé pode gerar ainda mais valor do que sua exploração tradicional.
Por fim, em Benevides, os jornalistas visitaram uma fábrica da Natura, onde conheceram o processo de fabricação de sabonetes. A Natura utiliza 4 mil toneladas de óleo de palma de dendê anualmente, o que resulta em 505 milhões de sabonetes em barra produzidos (dados de 2023).
Para Eduardo Carpinski, essa experiência foi uma oportunidade de quebrar preconceitos e levar ao público uma nova perspectiva sobre o agronegócio na Amazônia. “Existe um desconhecimento muito grande sobre o que realmente acontece na região. Muitas vezes, o agronegócio é visto como um vilão, mas o que presenciamos no Pará mostra que é possível produzir de forma sustentável e gerar desenvolvimento para as comunidades locais”, afirmou Carpinski ao final da viagem.
Os projetos visitados evidenciaram que a sustentabilidade não é uma palavra vazia no Pará. Fazendas que apostam em agroflorestas, empresas que inovam com materiais naturais, e comunidades indígenas que integram seus saberes tradicionais às cadeias produtivas são apenas alguns exemplos de como o agronegócio amazônico pode ser transformador.
Ao final da expedição, a comitiva de jornalistas retornou às suas respectivas regiões com uma visão mais clara e fundamentada sobre o papel do agronegócio no desenvolvimento da Amazônia. As reportagens e análises geradas a partir dessa experiência terão um impacto importante ao levar ao público uma perspectiva diferenciada, que promove a sustentabilidade como parte essencial do futuro econômico da Amazônia.
Essa imersão em Belém foi, portanto, um passo importante para aproximar a imprensa e o público das realidades vividas no coração da floresta, destacando as potencialidades e desafios de um dos setores mais promissores para o Brasil e para o mundo.
O “Programa Agronegócio em Perspectiva: Desconstruindo Mitos e Explorando Realidades” foi desenvolvido em parceria pela ABERT (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão, em conjunto com a ANJ (Associação Nacional de Jornais) e a ANER (Associação Nacional de Editores de Revistas), que viabilizaram uma parceria com a Fundação Dom Cabral, que desenhou o Programa, para capacitação de jornalistas no ambiente do agronegócio. Os encontros on-line ocorreram durante 3 meses e agora, como etapa final do Programa, o primeiro encontro presencial aconteceu nos dias 03, 04 e 05 de setembro em Belém (PA) e o próximo acontecerá em Rio Verde (GO) nos dias 16, 17 e 18 de outubro.
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