Morador do Vale do Iguaçu desenvolve prótese após acidente

Em outubro de 2023 a vida de José Leonilson dos Santos mudou completamente por causa de um acidente de trabalho. Após ficar com o pé direito preso no guincho de um trator, o homem teve o membro amputado e começou, então, a luta pela reabilitação.

Para voltar a ter uma mobilidade similar a que possuía antes do acidente, José necessitava do auxílio de uma prótese. Para isso, deu entrada na fila do Sistema Único de Saúde (SUS). Contudo, até o momento, ainda não recebeu o equipamento. Comprar uma prótese também não era opção, visto que uma, do modelo necessário para o caso de José, custa cerca de R$ 23 mil.

“Só de muleta e só em casa não dá pra ficar. Tem que se movimentar, só que sem o pé não conseguiria caminhar longe”, comenta José, explicando a razão de ter apelado para a criatividade. Impossibilitado de conseguir a prótese pelos meios tradicionais, o jovem, de 28 anos, construiu sua própria. “Fui moldando, adaptando. Vi uns vídeos na internet de como tirar molde e tirei o molde no gesso de material de construção e moldei ela na fibra de vidro”, conta.

Morador do Vale do Iguaçu desenvolve prótese após acidente

O uso da prótese caseira foi liberado pelo médico de José após inspeção. “Ela me atende 80%, e foi feita 100% por mim. A prótese normal de uma pessoa atende 80%. A 100% não chega, é só se eu tiver o pé de volta. Mas ela atende e estou conseguindo voltar aos poucos a trabalhar de novo”, relata o jovem que está utilizando a prótese há cerca de seis meses.

A confecção da peça, após toda a pesquisa e estudo, levou três dias. E, além de sua própria prótese, José relata ter feito uma personalizada para um homem de Irati. Tamanha criatividade chamou atenção de pessoas próximas ao jovem, entre elas a professora Giana Cabral da Luz Faccioni, que dá aula para José no Centro de Educação de Jovens e Adultos (Ceja) do Colégio Estadual Coronel Cid Gonzaga, e incentivou o inventor à expor sua criação na etapa regional da Feira Estadual de Ciência e Tecnologia de Santa Catarina (FECITEC) em Canoinhas, na intenção de fazer com que o público conheça o projeto. “Acho que as pessoas não estão dando o valor que esse projeto merece. Isso pode ajudar muitas pessoas, se você for analisar”.

Funcionamento

O mecanismo que faz com que a prótese fique presa à perna de José é estruturado por um anel de borracha de silicone que fica sobre a pele do jovem e que, quando a prótese é vestida, cria-se um vácuo, permitindo que ela fique no lugar. Para criar o equipamento, José gastou cerca de R$ 200,00. “Eu acho que o mais difícil mesmo foi a moldagem dela. A adaptação foi super rápida. Eu me adaptei muito rápido à prótese”, explica.
Contudo, apesar de contar com a prótese feita com o fruto de sua criatividade, José relata o desejo de conquistar uma profissional. “Com certeza eu queria colocar outra prótese, feita por um profissional. Acho que vai ser bem melhor que a minha, que é feita 100% manual, sem um especialista”.

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