2021 se concretiza como ano das mulheres na OAB

Pela primeira vez, seccionais do Paraná e de Santa Catarina elegem uma mulher para a presidência da instituição


(Reprodução/Internet)

O ano de 2021 é histórico para a advocacia paranaense e catarinense. Em eleições realizadas no dia 25 de novembro, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de ambos os estados elegeu, pela primeira vez, uma mulher como presidente de sua seccional. A eleição na OAB/PR também foi marcante para União da Vitória, visto que a eleita, Marilena Winter, é natural do município.

A chapa XI de Agosto, encabeçada por Marilena, alcançou 59,68% dos votos válidos, em uma disputa que envolvia outras duas chapas.

“Ela teve uma votação expressiva no Paraná, mesmo tendo três chapas concorrentes, algo difícil de acontecer aqui no Estado. Ela teve uma votação de 59% dos votos válidos, e na nossa subseção de União da Vitória ela alcançou incríveis 78%. Um reconhecimento da classe homenageando o grupo ao qual a Drª Marilena participa”, relata Omar Eddine, que no dia 25 foi reeleito presidente da OAB Subseção de União da Vitória.

Marilena Winter (Reprodução/Internet)

Marilena atuou como Conselheira, membro de comissões, na diretoria e como vice-presidente da OAB/PR, e foi a primeira mulher a ser indicada à posição de presidente da seccional.

“É importantíssimo, a primeira mulher presidente da Ordem dos Advogados do Brasil da seccional do Paraná, uma das seccionais mais bem gerida, administrada do Brasil inteiro, é um fato histórico”, comenta Omar.

Em Santa Catarina, a advogada Claudia Prudêncio, representando a chapa Mais Avanços! Mais Futuro!, foi eleita com 47,51% dos votos válidos. A advogada é a atual presidente da Caixa de Assistência dos Advogados de Santa Catarina (CAASC) e atua há mais de 20 anos no Sistema OAB.

“Meu primeiro ato como presidente da OAB de Santa Catarina será aplicar o desconto de 50% da anuidade da jovem advocacia, sem escalonamento”, anunciou Claudia.

Claudia Prudêncio (Reprodução/Internet)


Eleições no Vale do Iguaçu

Além da eleição de Omar, em União da Vitória, a subseção de Porto União também definiu seu novo presidente no dia 25. O eleito foi o atual vice-presidente, Luciano Ribas Passos, com 92,22% dos votos válidos.

“Foi uma eleição tranquila, sem problemas. Foi a primeira eleição em que tivemos paridade de gêneros. Nas chapas deveriam haver 50% de homens e 50% de mulheres, bem como teriam 30% de cota racial. Foi uma eleição diferente, que deve prosseguir pelas eleições seguintes”, explica.

Participante há 15 anos da diretoria da OAB Porto União, Luciano tem boas expectativas para sua primeira gestão na presidência da subseção. Segundo ele, os planos são finalizar a sede administrativa e valorizar a prerrogativa profissional.

“Isso é importante porque acho que os advogados devem exigir os seus direitos, e assim como eles têm seus deveres também têm seus direitos. A prerrogativa profissional é de grande valia para nós, não vamos deixar de fazer jus a esse benefício. [Outro projeto] é o escritório compartilhado que a gente pretende fazer para os advogados que não têm mais condições de manter um escritório, então ele vai poder chegar na nossa subseção e ter um escritório à sua disposição”.

Para Omar, a expectativa é de poder fazer uma gestão livre da pandemia de Covid-19.

“Rezo e torço para que, em primeiro lugar, a gente possa fazer uma gestão livre da pandemia, porque além de toda a tristeza, de todo o sofrimento que ela causou, crise econômica, crise sanitária, mortes, além de todo esse fato, todas as gestões referentes à Ordem foram muito prejudicadas. Deixamos de acolher os advogados dentro da nossa casa, deixamos de fazer eventos presenciais, e isso de forma involuntária trouxe um afastamento dos advogados à sua própria casa”, aponta.

Ambos os eleitos relatam que a pandemia forçou a classe a se adaptar a um novo método de atuação. Também indicam que a queda no rendimento financeiro desses profissionais foi expressiva, visto que a maioria trabalha como autônomo.

“Todos passamos por dificuldades, não seria diferente no judiciário. E agora nós estamos tentando se adaptar à nova vida, audiência virtual, oitiva de testemunha por teleconferência. É uma situação bem peculiar mas não é só inerente à advocacia mas a todas as profissões”, indica Luciano.

Quanto aos planos para a gestão da OAB União da Vitória, Omar destaca a atenção aos advogados iniciantes, principalmente incentivando que esse grupo tenha contato com advogados com mais experiência. Omar também aponta a atuação da defensoria dativa.

“O estado do Paraná tem algo marcante, que vai se manter, obviamente, que é a defensoria dativa. Ela nada mais é do que a nomeação do advogado para atender aquele que necessita, que não pode constituir um defensor. Nessa política de defensoria dativa, a procuradoria do estado do Paraná vem pagando os honorários de forma regular. É também um projeto que ajuda muito a advocacia iniciante porque é uma fonte de renda que é proporcionada diretamente pela OAB Paraná com a parceria de União da Vitória”.

Omar pretende, ainda, que a próxima gestão seja marcada pela democratização da Ordem.

“O início de tudo é a base democrática. A OAB defende a democracia, então temos que ser democráticos também na nossa gestão. Eu acho que algo que será marcante, como foi na gestão passada, é a democratização da Ordem e um grande chamamento à advocacia de União da Vitória e região para que participem da gestão da OAB através das comissões temáticas”, indica.

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