União-vitoriense é 1ª mulher a assumir a Corregedoria-Geral do MPPR
A procuradora de Justiça Rosângela Gaspari tomou posse na segunda-feira, 13, no cargo de corregedora-geral do Ministério Público do Paraná. Ela é a primeira mulher a assumir a Corregedoria-Geral do MPPR, tendo sido eleita com 99 dos 108 votos do Colégio de Procuradores de Justiça.
A solenidade de posse foi presidida pelo procurador-geral de Justiça, Gilberto Giacoia, perante o referido colegiado, demais autoridades e convidados na sede da instituição, em Curitiba, com transmissão ao vivo pelo YouTube. Rosângela é natural de União da Vitória, filha do casal Leni Trentin Gaspari e José Leonidas Gaspari.
Após prestarem o compromisso legal, Rosângela Gaspari e Paulo Sergio Markowicz de Lima assinaram os termos de posse, respectivamente, como corregedora-geral e subcorregedor-geral da instituição.
Agradecimentos
Ao deixar o cargo, o procurador de Justiça Moacir Gonçalves Nogueira Neto, que foi corregedor-geral entre 2010 e 2013 e entre 2017 e 2021, agradeceu a Deus, aos colegas procuradores, à Administração Superior, à equipe da Corregedoria-Geral e aos familiares.
“Mais do que os atos realizados, as correições efetivadas e os estudos promovidos, guardarei na memória sobretudo as pessoas que foram colocadas ao meu lado e me ajudaram a superar as dificuldades deste período.”
Moacir declarou ainda que o Ministério Público e a sociedade paranaense têm muito a comemorar, dadas as qualidades pessoais e profissionais da nova corregedora e do novo subcorregedor.
“Estarei sempre na primeira fila, apoiando e aplaudindo vocês,” finalizou.
Olhar atento
Em homenagem à empossada, a ministra do Tribunal Superior do Trabalho, Morgana de Almeida Richa, relembrou a trajetória singular de Rosângela Gaspari na proteção das vítimas de crimes, “mostrando a face de um Ministério Público mais humano e também mais corajoso, destemido e sonhador”.
“Na condução da Corregedoria, seu olhar atento estará presente tanto na correição quanto no apoio, trazendo o sonho e a força que lhe são tão peculiares. A capacidade de inspiração e espelho de conduta encontram poderoso instrumento na nova corregedora”, afirmou a ministra.
Representatividade
Em seu discurso de posse, Rosângela Gaspari salientou a caminhada do reconhecimento feminino na esfera jurídica e os obstáculos que ainda devem ser superados.
“Me honra ser a primeira corregedora-geral do MPPR, pois é um paradigma não só para as agentes ministeriais mas também para todo o universo feminino, que historicamente já sofreu tantos revezes e merece representatividade.”
Sobre a responsabilidade da atribuição de fiscalizar e orientar a atividade funcional, a nova corregedora-geral afirmou que primará pela eficiência do serviço público e pela efetividade das nobres atribuições ministeriais.
“Temos instrumentos legais que permitem a melhoria na vida das pessoas. Aliadas a isso, a sensibilidade diante da dor e a disposição para o trabalho devem ser a mola propulsora da atuação ministerial. Que o sofrimento alheio não nos seja indiferente”, postulou.
Momento histórico
A cerimônia foi encerrada com as palavras do procurador-geral de Justiça sobre o momento histórico representado pela posse da primeira mulher como corregedora-geral da instituição.
“Palavras que adjetivem notáveis qualidades são ainda pouco para expressarem o significado da dimensão pessoal e funcional da Procuradora de Justiça Rosangela Gaspari, tanto no aspecto de preparo científico como de comportamento ético. Hoje, o MPPR está em festa pela reafirmação do valor e da força das mulheres em seus quadros”, declarou Gilberto Giacoia.
Presenças
Também compuseram a mesa solene: Marcos Aurélio Souza Pereira, representando o governo do Estado; a corregedora-geral da Defensoria Pública do Paraná, Josiane Fruet Bettini Lupion; a coordenadora da Procuradoria Especial da Mulher da Assembleia Legislativa do Paraná, Alessandra Abraão; o subprocurador-geral de Justiça para Assuntos Jurídicos, Mauro Sérgio Rocha; o ouvidor-geral do MPPR, Antonio Cesar Cioffi de Moura; o procurador de Justiça Hélio Airton Lewin; e o presidente da Associação Paranaense do Ministério Público, André Glitz.
Carreira
Rosângela Gaspari ingressou no Ministério Público do Paraná em 12 de junho de 1990, iniciando a carreira como promotora substituta em Paranaguá. Depois, como promotora de Justiça titular, passou pelas comarcas de Campina da Lagoa, Mallet, Palmas e Curitiba. Na capital, foi uma das idealizadoras da Promotoria de Investigação Criminal (atualmente Gaeco), no ano de 1994, local em que permaneceu por sete anos.
Atuou no Setor de Recursos Criminais e no Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça Criminais, do Júri e de Execuções Penais e, após, integrou a equipe da Corregedoria-Geral.
Promovida à procuradora de Justiça, compôs Banca Examinadora do Concurso para Ingresso na Carreira do Ministério Público do Paraná. Desenvolveu, no ano de 2013, projeto que resultou na implantação do Núcleo de Apoio à Vítima de Estupro (Naves), onde permaneceu como coordenadora, cumulativamente com as atribuições junto à 4ª Procuradoria de Justiça Criminal, até a data de 24 de outubro.
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