ENTREVISTA: “Será um trabalho ainda maior que dará subsídios aos futuros governantes, além de abrirmos possibilidades para trabalharmos em conjunto por uma SC ainda melhor”

A Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc) já está preparando a quarta edição do projeto Voz Única, que busca unificar a voz da classe empresarial em torno das questões e bandeiras em prol do desenvolvimento econômico de Santa Catarina, que será apresentado aos candidatos nas eleições deste ano. O objetivo do projeto é levantar as reais necessidades e os entraves ao desenvolvimento econômico do estado, assegura o presidente da entidade, Sérgio Rodrigues Alves.

“Será um trabalho ainda maior que dará subsídios aos futuros governantes, além de abrirmos possibilidades para trabalharmos em conjunto por uma SC ainda melhor.”

Nesta entrevista exclusiva à coluna Pelo Estado, Sérgio Rodrigues Alves, além da economia catarinense, fala sobre o Marco das Ferrovias, que era aguardado pelo setor produtivo como um todo porque o Brasil tem um grande déficit em ferrovias. Confira:

Pelo Estado: O senhor participou recentemente da reunião do Conselho das Federações Empresariais (Confem) e apresentou os principais interesses das associações empresariais e empresários associados. Quais os temas apresentados e as prioridades?
A Facisc levou temas de interesse como os atestados de afastamento de trabalhadores em decorrência da Covid, a Ferroeste, o Manifesto pelo Oeste, o aumento ICMS do leite e a DIFAL. Muito do que vem acontecendo em Santa Catarina se deve ao engajamento da classe empresarial, e este é o caminho para que sejamos ouvidos.

Pelo Estado: A economia do Oeste catarinense sofre com os custos com a logística da nossa principal matéria prima, o milho, que sustenta toda a cadeia produtiva de carnes. Qual a visão da Facisc sobre o Novo Marco Legal (Lei 14.273/21) e as concessões ferroviárias?
O Marco das Ferrovias era bastante aguardado pelo setor produtivo como um todo porque o Brasil tem um grande déficit em ferrovias. Tem uma baixa participação no modal ferroviário de apenas 20%. O Governo Federal estima que com os investimentos que estão previstos e daqui uns 15 anos, a participação das ferrovias aumente para 35%. Isso vai acontecer com a entrada cada vez mais forte do capital privado nos investimentos em ferrovias. A União e os Estados têm uma capacidade muito baixa de investimentos. Não se consegue nem manter a estrutura atual que dirá fazer novos investimentos e a solução é fazer esses investimentos através do capital privado. O modelo antes do Marco exigia que a União construísse a ferrovia para que depois pudesse conceder para uma empresa privada explorar e dar a devida manutenção, e pagasse a outorga para a União. Com a dificuldade da União fazer este investimento, a solução é autorizar a iniciativa privada a fazer e explorar a infraestrutura.

Pelo Estado: A pandemia da Covid-19 afetou toda a economia mundial. Como a Facisc trabalha a retomada econômica catarinense?
A Federação atua em muitas frentes, desde representatividade, levando os anseios da classe produtiva e dos nossos associados aos poderes executivos, legislativo e judiciário, até o incentivo ao empreendedorismo, capacitação e fortalecimento da economia. O desenvolvimento econômico é nossa principal bandeira porque através dele conseguimos gerar empregos e renda e assim fazer com que o nosso estado se destaque ainda mais.

Pelo Estado: A Federação tem há muitos anos o Projeto Voz Única. Estamos em ano eleitoral, a Federação tem planos para viabilizar um novo projeto?
Sim. Já estamos em fase de planejamento da quarta edição do Voz Única 2022. Além do raio-x do que SC precisa, vamos avançar e conseguir acompanhar a evolução de cada item levantado. Vamos fazer rodadas de apresentação em todo estado com a participação dos empresários, da sociedade e dos pretensos candidatos de cada região. Será um trabalho ainda maior que dará subsídios aos futuros governantes, além de abrirmos possibilidades para trabalharmos em conjunto por uma SC ainda melhor.


“Estamos em fase de planejamento da quarta edição do Voz Única”

Foto: Divulgação

Pelo Estado: Santa Catarina tem destaque em vários setores empresariais e os avanços tecnológicos vêm conquistando cada vez mais espaço. Como a tecnologia nos negócios está beneficiando a nossa economia? Cite exemplos atuais de sucesso.
A tecnologia trouxe muitos avanços à economia. É a bola da vez. Através dela é possível ter melhores resultados, com menor esforço e custo. Conseguimos ter mais desenvolvimento muito mais aprofundado no produto final. Na agroindústria, por exemplo, temos vários exemplos como controle do plantio, no controle de engorda do gado, monitoramento de pragas. Nós também estamos promovendo o incentivo à tecnologia através dos centros de inovação em todo o estado. Aprendemos muito com a pandemia e vemos no comércio e na área de serviços grandes avanços.

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