Novo ato contra reforma da previdência é realizado por servidores públicos de União da Vitória
Servidores públicos de União da Vitória realizaram na sexta-feira, 18, uma nova manifestação contra o projeto que altera a previdência social da categoria com base na emenda constitucional nº 103, de novembro de 2019. Na oportunidade, o grupo percorreu a rua Dr. Cruz Machado com destino à sede da prefeitura do município. Esse foi o terceiro ato realizado pela categoria neste mês.
Os servidores têm se manifestado, segundo um porta-voz, para que possam abrir diálogo com os vereadores e com o prefeito, Bachir Abbas. O presidente do Magistério Municipal, Márcio Fernando Utzig, liderou o ato mais recente. Na oportunidade, utilizou o espaço para se posicionar contra a reforma da previdência. “Servimos com orgulho, com amor, com dedicação e agora nós queremos o nosso merecido respeito. Como li em uma faixa: ontem herói, agora palhaço. Essa conta não é nossa, não vamos aceitar, é isso, nós vamos lutar legitimamente. Vivemos num país democrático em que é legítima a manifestação para garantir aquilo que é o nosso direito. Não podemos dormir em berço esplêndido, temos que levar à cabo a letra do Hino Nacional de que ‘verás que um filho teu não foge à luta’”.
Segundo o prefeito Bachir, União da Vitória tem, desde outubro do ano passado, realizado conversas com os sindicatos para pontuar situações referentes à mudança da previdência. “A reforma que está sendo feita não foi o Bachir que inventou, não foi União da Vitória que inventou. Ela foi aprovada em 2019 na Constituição Federal. Foi aprovada a nível federal, depois sofreu também a nível estadual. Agora os municípios têm que se adequar a reforma que foi feita a nível federal, então, basicamente, o que consta na Constituição Federal a gente está fazendo a nível Municipal”, explica.
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Bachir indica que o projeto passará por votação na Câmara de Vereadores antes de ser implementado, e que os vereadores têm liberdade para aprovar ou rejeitar a proposta. “A gente vive num estado democrático de direito. A Câmara tem a liberdade de aprovar ou desaprovar, mas a gente tá fazendo o que a gente entende que é correto para todas as classes, a classe do magistério, as classe dos servidores gerais, mas a gente sempre tem que pontuar, a gente tem que falar uma realidade: todos os trabalhadores a nível de Brasil foram atingidos pela previdência. Eu tenho que trabalhar mais quatro anos e meio para me aposentar. Infelizmente não é culpa dos servidores, não é culpa de repente de quem está governando, é culpa do sistema previdenciário a nível nacional que faliu, o sistema previdenciário nacional faliu e os municípios, o estado e a União estão tentando achar alguma solução”.
De acordo com o prefeito, o projeto da nova previdência deve ser encaminhado à Câmara nesta semana. “Eu vejo as manifestações, falei, extremamente democráticas manifestações, mas o projeto nem entrou na Câmera ainda. Nós estamos discutindo com os sindicatos. Tivemos uma reunião nesta semana, eles trouxeram algumas demandas, nós vamos encaminhar para a empresa. Contratamos uma das melhores empresas previdenciárias a nível nacional e estaremos discutindo, vendo o que é possível, de forma clara, de forma correta ‘isso é possível, isso não é’ então a gente ainda está em discussão e durante a semana, se chegar um acordo ou que não chegue ao acordo, será encaminhado o projeto. Mas o projeto não foi encaminhado porque nós abrimos essa discussão com os dois sindicatos, com toda a classe para ver as demandas, o que é possível e o que não é possível”, relata.
Outra questão levantada pelos manifestantes e abordada por Bachir é a situação do Fundo Municipal de Previdência do Município de União da Vitória (Fumprevi). Segundo o prefeito, no ano passado os estoques do fundo zeraram, sendo necessária a realização de um aporte de R$ 20 milhões para que as aposentadorias dos usuários do fundo pudessem ser pagas. “Um volume inimaginável em toda a história do fundo. Então a gente tem que achar uma solução para resolver essa situação. A gente tem o compromisso, são 700 famílias que dependem do fundo, pessoas que trabalharam a vida inteira e dependem desse recurso para o seu sustento. A gente tem que olhar esse lado e tem que olhar também o lado da população. Esses 20 milhões que a gente aportou, se eu fosse pensar politicamente, por isso que eu falo não se pode politizar essa reforma da previdência, se eu fosse pensar politicamente teria feito 20 km de asfalto, teria asfaltado praticamente 70% do Distrito de São Cristóvão, mas não nós temos a responsabilidade, nós estamos tendo a responsabilidade de fazer os aportes no Fundo. Então é importante que essa discussão seja feita por que em algum momento, se não for feito nada, o município entra na sua insolvência, as pessoas não vão receber esse dinheiro. Para o Fundo é algo muito sério, por isso que eu falo da não politização de algo tão tão grave que é a questão do fundo que chegou em União da Vitória”, comenta.
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