O passado, inevitavelmente, está ligado ao futuro
Já se escreveu muito, inclusive com destaque no Jornal O Comércio, sobre os deslizamentos que estão ocorrendo, agora com mais intensidade, no morro da cabeceira de entrada da PR-476 à Ponte dos Arcos, ou Ponte Nova, como muitos ainda definem, principalmente os integrantes das gerações das décadas de 40 e 50 do século passado.
Esconder da população os erros por questões de falta de visão e dos ‘desacertos’ políticos ideológicos de gestores públicos de dezenas de anos atrás, como o ‘histórico’ entre o prefeito Coronel Amazonas e o Interventor Manoel Ribas com relação à definição do local adequado para a construção da ponte, com todo respeito à memória deles e de seus descendentes, é ser incoerente e, até mesmo, desonesto com a verdade.
A foto, publicada recentemente, mostra que o problema começou a existir já em 1953, menos de 10 anos após a inauguração da ponte.
Assunto também desta coluna, foi destacado em matérias publicadas atualmente e em anos anteriores, mostrando que obras importantes realizadas sem os estudos necessários, sobretudo sem visão de futuro, e até por questões de desentendimentos políticos e pessoais de gestores, podem acabar sendo prejudiciais, com consequências que acabam causando grandes transtornos. E o mais grave, desafiando a natureza e suas metamorfoses, que muitas vezes nem mesmo a moderna ciência consegue explicar.
Um longo período de estiagem que castigou o Paraná em 2020 e 2021, o que também foi registrado aqui no Vale do Iguaçu, levou o governo do Estado a decretar Estado de Emergência Hídrica, com a vegetação do grande morro da cabeceira da ponte e do trecho da rodovia PR-476 ficando vulnerável a possíveis incêndios e, lamentavelmente, se acidentalmente ou provocado, grande parte da vegetação, que serve como proteção contra possíveis desmoronamentos, foi afetada por um incêndio, apesar do trabalho heroico dos bombeiros locais e de empresas na contenção do fogo. Com o solo, sem a vegetação, destruída pelo fogo, ficando vulnerável a deslizamentos quando chove.
+ Histórias do Vale do Iguaçu na coluna Uma Visita ao Passado
Talvez os engenheiros da época da construção da ponte, se vivos estivessem, pudessem explicar tecnicamente porque construíram a ponte naquele local, com um extenso aterro nas margem de Rio Iguaçu e a cabeceira de entrada em cima de um grande morro.
Mas não estão aí e não é mais possível ficar esperando que aconteça o pior, a não ser que, com urgência, o Governo do Estado, através do DER, vinculado à Secretaria de Infraestrutura Logística e Transportes, resolva o problema.
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É possível! Sim! Com obras de contenção, caríssimas com certeza, mas que devem ser realizadas, sem visitas e anúncios de providências, principalmente agora em período eleitoral. Mas, com ações e obras efetivas.
Porque, apesar da gravidade do problema, não podemos prescindir da ponte e principalmente de parte da PR-476 (Via Wenceslau Vaz), que dá acesso a uma área com centenas de residências e até grande indústrias e acesso à BR-153.
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