História dos nomes das ruas de União da Vitória ganhará livro
É curioso saber que o carioca Aristides Leo Pardo não escolheu a cidade maravilhosa do Rio de Janeiro para contar a história do seu povo, mas sim a cidade – que também é querida pela sua gente – União da Vitória. Caminhante do Vale do Iguaçu, dia sim e dia também, Aristides pretende lançar no próximo ano, ou se possível ainda em 2022, um livro sobre a história dos nomes das ruas de União da Vitória.
Aristides Leo Pardo em entrevista a Aluizio Witiuk. Foto: reprodução
O professor de História que é especialista em Geografia, História e Meio Ambiente; História: Cultura, Memória e Patrimônio, também jornalista e escritor, já publicou os livros “No país do futebol, cidade sem memória: A História futebolística de Campos dos Goytacazes e “Ferroviário Esporte Clube: Nos Trilhos da Bola, Nos Trilhos da história”. “Também pesquiso o futebol brasileiro e as transformações da sociedade com a publicação de diversos trabalhos sobre o tema. Tenho interesse pela História do Brasil, da Imprensa Nacional, por questões de gênero e história local/ regional”, acrescenta.
Conhecido no Vale do Iguaçu por Tide Carioca, o também pesquisador é um entusiasta em analisar os nomes das ruas em União da Vitória. “Estou desenvolvendo um trabalho sobre isso; a ideia é saber quem pisou ali antes da gente. Além do do Rio de Janeiro, eu já morei em Belo Horizonte e Curitiba e penso que em todo um novo lugar que a gente chegue é importante conhecer a sua história. Quando eu estudava jornalismo também puxava essas histórias. Em Campos dos Goytacazes, por exemplo, a minha dissertação no curso de comunicação foi sobre a história da cidade. Quando eu morava em Campos eu conheci um livro que se chamava Gente Que é Nome De Rua, do escritor Waldir Carvalho, e que me chamou a atenção”.
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Para Tide, a existência das cidades está diretamente ligada aos aspectos humanos e aos aspectos físicos, como a região, ruas, arquiteturas, entre outros. Segundo Tide, as pessoas sempre comentam que é difícil gravar os nomes das ruas. “Além disso, penso que é importante saber quem foram essas pessoas homenageadas pelo povo e pelo poder público e a sua importância para a cidade. Aí veio um estalo e pensei em contar a história daqui também”, diz.
A pesquisa de Tide vem sendo realizada há quatro anos. “Tem muitos nomes que conhecemos a história da pessoa, como o Getúlio Vargas, ou seja, nomes de figuras nacionais ou estaduais. O próprio Coronel Amazonas em União da Vitória é uma figura estadual, entre outros nomes. Eu pretendo focar também naquela pessoa que teve certa contribuição no seu bairro. É um trabalho de formiguinha viu!”
Segundo ele, União da Vitória contempla 699 ruas. “Por enquanto estou pesquisando apenas as ruas de União da Vitória, mas pretendo atravessar a linha férrea e contar a história de Porto União. Eu estou apenas na metade do trabalho. Também pretendo contar a história das profissões que estão, de certa forma, desaparecidas, como é o caso do sapateiro, do alfaiate”.
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As histórias dos moradores de suas cidades muitas vezes se confundem com a história da rua onde residem. A rua é o local onde várias gerações estão presentes nas histórias do presente e do passado. O passado ficou registrado nas ruas, através da arquitetura e da memória das pessoas mais velhas que viveram há muito tempo naquele lugar. As ruas das cidades brasileiras sempre receberam nomes relacionados a pessoas ou acontecimentos que são considerados significativos para a história do país.
Tide mora há 12 anos em União da Vitória. Ele chegou na cidade a convite de um dos seus irmãos. A criança que nasceu na zona sul do Rio de Janeiro, filho de dona Rosa e do seu Carlos Alberto, se tornou um fã da história do Rio Iguaçu e seus arredores. “Penso que por conta da enchente muitos documentos foram perdidos ou jogados fora. Eu morei na Rua João Markevicz, em União da Vitória. Sabia que ele foi um balseiro? Já a Carlota Pioli foi uma parteira? Meu desejo é deixar registrada essa história”.
Pelo Brasil
No Brasil existem ruas com nomes de acontecimentos históricos, como 7 de Setembro, 15 de Novembro, ruas com nomes de personagens históricos, como Dom Pedro I, Barão do Rio Branco, Getúlio Vargas, entre outros. Existem também ruas que são numeradas, como rua 1, rua 10 e assim por diante. Os nomes de ruas mais utilizados são os alfanuméricos.
De acordo com a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, no Brasil existem aproximadamente 815 mil ruas em seus 5.564 municípios. Homenagem a santos, datas comemorativas e personalidades também são bastante utilizados para nomear ruas. São José em 19º lugar tem 638 logradouros; Santo Antônio em 25º lugar possui 554 ruas; Sete de Setembro ocupa a 37º posição com 428 ruas; e Tiradentes fica em 42º lugar com 384 ruas.
Serviço
Se você souber alguma curiosidades sobre o nome da sua rua pode colaborar com a pesquisa do Tide por meio do email tidejor@gmail.com ou no telefone (42) 9957-0770.
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