Morada Conexões: um espaço para encontrar o melhor de si
Para quem vive em centros urbanos, estar em contato consigo mesmo e com a natureza nem sempre é fácil. Por isso, pensando em proporcionar um ambiente que possa oportunizar a união entre o indivíduo e sua existência, nasceu a Morada Conexões, um centro que oferece aulas de equitação, yoga, práticas de meditação e outras experiências como roda de constelação familiar assistida por cavalos, trilhas e dança dos elementos.
Marcelly Grycajuk Agustini, uma das responsáveis, conta que a ideia do lugar surgiu durante um processo de autoconhecimento e cura física. Diagnosticada com fibromialgia, Marcelly descobriu no Yoga uma forma de amenizar os sintomas dessa doença que provoca fortes dores em todo o corpo. Foi durante esse processo de meditações que seu propósito se apresentou para ela: a vila sustentável e comunidade colaborativa Morada dos Macacos. Esse, contudo, é um projeto que ainda está ganhando forma.
Paralelamente, Marcelly sentiu a necessidade de voltar a ter contato com cavalos, um animal que a fez optar pela medicina veterinária, profissão em que é formada. Durante suas aulas, e após conversas sobre a Morada dos Macacos com seu instrutor de equitação, Caio de Britto, surgiu a oportunidade de começar a compartilhar o sonho com a comunidade em um outro ambiente, próximo à cidade. Dessa forma nasceu a Morada Conexões. “Eu voltei a andar à cavalo ano passado, principalmente também para questões de depressão e tudo mais. Eu voltei olhando nesse autoconhecimento, o que me fazia feliz, então voltei para os cavalos. Nisso dos cavalos eu conheci o Caio. A minha vida tinha mudado financeiramente por conta do meu trabalho e eu tinha a opção de comprar um cavalo. Caio me mostrou o cavalo, eu me apaixonei pelo cavalo, só que para ter esse cavalo eu tinha que fazer aulas, porque ele é um cavalo muito bom. Nisso eu construí uma relação com o Caio de professor e aluno, e aí a relação se expandiu para algo espiritual. Quando a gente conversava não era só a montaria, entrou muito de uma maneira terapêutica conversando sobre o que te faz feliz? Por que quando uma pessoa chega perto de um cavalo ela fica tranquila? Por que as pessoas chegam aqui elas ficam calmas? O que está acontecendo? O que deixou a gente tão longe disso? Eu fiquei doente porque fiquei longe da minha essência. Eu não sabia qual era a minha essência, a gente não sabe mais, a gente está dentro de um círculo vicioso de produtividade e de tudo que a gente achava que a gente tinha que ser. E aí vem a depressão, ansiedade, burnout, tem dinheiro mas não tá feliz, fica querendo ganhar mais dinheiro porque acha que essa é a resposta e cada vez se isolando mais do ser real que a gente realmente é aqui”, conta Marcelly.
Na Morada Conexões as aulas de equitação, que podem ser no modelo clássico ou livre – que é aquele em que não é utilizada uma sela – também servem a um propósito maior do que aprender a montar. A ideia é oportunizar a canalização de energias e uma proximidade à natureza. “Nossa geração é talvez a primeira geração que não tem um cavalo. No mínimo nossos avós tinham um cavalo para a lida e eu vejo muita gente chegando aqui e falando ‘nossa, eu estou tão bem, eu só preciso ficar perto porque tem algo muito ancestral ali dentro’. Eu não queria um lugar para montar fazendo esporte, eu não consigo ter essa relação com o cavalo. Eu gosto de estar perto dele, eu gosto de escovar, eu gosto de ler um livro enquanto ele está pastando ali perto, eu gosto dessa energia que ele dá. Ficar conversando assim com ele por perto é muito forte e eu falei: porque não proporcionar isso para mais pessoas? Aí veio o espaço. Eu vim conhecer e me encantei”.
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Atualmente, a Morada Conexões, situada no bairro Nossa Senhora das Graças, possui seis cavalos próprios, e também oferece o serviço de hotelaria para quem deseje ter um cavalo, mas não possua local adequado para deixar o animal. Além disso, futuramente, o local também pretende ofertar o serviço de equoterapia.
Um espaço para todos
Segundo Marcelly, o local foi pensado para atender qualquer pessoa, independente de crenças, religião e classe social, desde que essa vá à Morada Conexões com o coração aberto e sem preconceitos. “Eu acredito numa sociedade diferente e eu estou disposta a viver dentro dessa sociedade, nem que eu tenha que criar ela. E viver dentro disso para mim é o suficiente. Eu sou feliz aqui dentro e está aberto para pessoas que pensam da mesma maneira. E as pessoas estão vindo”.
O espaço também está disponível para quem deseje realizar seus próprios eventos, até mesmo empresariais. Em breve também será disponibilizada uma sala para quem precise realizar atendimentos ao público mas não possua espaço. “Uma pessoa que queira atender uma vez por semana, por exemplo, ela pode vir aqui, e aí já dá para conciliar com uma prática de equitação, trilhas, cavalgada”, explica Marcelly.
Fortalecendo a relação entre o cavalo e o ser humano
Explica Marcelly que um dos primeiros animais domesticados pelo ser humano foi o cavalo e que, por conta disso, temos memórias ancestrais que nos conectam com esse animal. A parte mística também é destacada por Marcelly. “Eu sou veterinária mas hoje eu sou instrutora de yoga. Então é um acreditar muito forte e muita coisa a ciência só explica o que está no limite da compreensão dela, da compreensão do homem que está falando. Se for um pouquinho mais complicado, claro que não explica, se você não expandir sua consciência a ciência vai estar limitada até ali. Falando em chakras, que são corpos energéticos que tem origens que são exatamente onde estão as nossas glândulas principais, os chakras dos cavalos são enormes. Eles têm um campo energético em volta deles lindo, faz toda diferença. Se você estiver triste, se não estiver se sentindo tão bem, vá para o lado de um cavalo. O que acontece é além da explicação”.
Futuro da Morada
Entre os planos futuros para a Morada dos Macacos está a implementação de uma horta comunitária e de uma escola de cultura, onde os interessados, inclusive crianças, possam ter aulas de yoga e cultivo, além de visar o desenvolvimento pessoal. “A morada é uma entidade já para mim. Ela tem vida própria porque eu não acredito hoje em coincidência, tudo tem sincronicidade, tudo tem algo maior e acontece. Quando eu me abri para essa possibilidade de entender, eu tenho muita fé e eu fui criada dentro do catolicismo rezando, pedindo e aí eu comecei a perceber na meditação que Deus está respondendo o tempo todo. O tempo todo Deus está mandando resposta e a gente não vê porque a gente está tão fechado dentro da nossa cabeça que a gente não percebe que Deus está na natureza, seja numa borboleta que passa na hora certa, seja numa conversa profunda que você tem exatamente na hora que você tinha que ter. Sabe esses encontros? Então a Morada veio disso e ela está continuando disso. O sonho acontece exatamente desse jeito, a porteira está aberta para a pessoa se permitir. Por isso que eu digo que pode vir aqui quem quiser, quem tiver aberto para uma nova experiência e para uma nova maneira de ver o mundo”.
Serviço
Localização: na rua Jaime Jacob, no bairro Nossa Senhora das Graças, em União da Vitória.
Instagram: @morada.conexões
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