Participação de mulheres na ciência merece ser ampliada
A ciência se faz mais necessária a cada dia que passa e a pandemia da Covid-19 só reforçou o assunto. Para Fábio Zabot Holthausen, presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc), em entrevista à CBN Vale do Iguaçu, a participação feminina na ciência
merece ser ampliada.
Para muitos, quando se fala em ciência, a primeira imagem que vem à cabeça raramente é de uma mulher. Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU) menos de 30% dos pesquisadores no mundo são mulheres e, para mudar esses indicadores, a organização lançou em 2015 o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, comemorado em 11 de fevereiro, com o objetivo de fortalecer o compromisso global com a igualdade de direitos entre homens e mulheres. “A Fapesc, por exemplo, destina 62% das bolsas de mestrado e doutorado às mulheres”, pontua Fábio.
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De acordo com o levantamento da Comissão de Estudos e Incentivo à Participação de Mulheres na Ciência, Tecnologia e Inovação de Santa Catarina, a participação feminina como coordenadoras de projetos de pesquisa apresenta uma porcentagem inferior à 40%. Já em relação à presença de mulheres comandando empresas na área, o número é de 25%. “É preciso diversidade, igualdade e participação de todos nos processos de CTI, ao mesmo tempo que necessitamos de dados concretos para atuarmos com isonomia”, disse Fábio em recente entrevista à Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom).
Lembra o presidente da Fapesc que das cinco gerências da Fundação, quatro são comandadas por mulheres, incluindo a gerente de Ciência e Pesquisa, Deborah Bernett, com pós-graduação na França, pesquisadora da área interdisciplinar, doutora em Engenharia e Gestão do Conhecimento (PPGEGC) pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
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Também em entrevista para a Secom, Deborah Bernett, reiterou sobre a importância de refletir sobre a participação de mulheres e meninas na ciência. “Diversos indicadores mostram que a participação feminina na ciência é mais baixa que a masculina. Nós, aqui na Fapesc, estamos pensando nisso e planejando ações para mudar este cenário. Mais participação de mulheres e meninas na ciência significa mais representatividade de gênero, mais inclusão, que vai se refletir na equidade social, na abrangência da ciência e da pesquisa para o avanço do universo científico”.
Mulheres na Ciência – Pesquisadoras vencedoras de 2021
Mulheres na Ciência, chega a sua 16ª edição promovendo importantes conexões e premiando com bolsas-auxílio projetos desenvolvidos por mulheres. A parceria entre a L’Oréal Brasil, Unesco e a Academia Brasileira de Ciências, se fortaleceu ainda mais nos últimos tempos, por conta das profundas mudanças sociais e de comportamento ocasionadas pela pandemia. Sete pesquisadoras das áreas de Ciências da Vida, Ciências Físicas, Ciências Químicas e Matemática foram premiadas em 2021 e ganharam, cada, uma bolsa-auxílio de R$ 50 mil.
LETÍCIA COUTO: bióloga e professora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), estuda como restaurar o bioma do Pantanal e seu entorno, levando em consideração sua importância ambiental e econômica e criando um equilíbrio entre as demandas da sociedade e a conservação dos ecossistemas.
LILIAN CATENACCI: professora da Universidade Federal do Piauí (UFPI), já percorreu diversas regiões do Brasil para fazer pesquisas com a abordagem da saúde única, pensando a saúde humana, animal e do ambiente de forma conectada.
MARTA GIOVANETTI: virologista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), trabalha na vigilância genômica de vírus como dengue, zika, chikungunya e febre amarela. Ela acredita que para aprimorar a atenção à saúde pública é fundamental entender a dinâmica de disseminação dos vírus causadores dessas doenças.
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THAÍSA MICHELAN: ecóloga e professora da Universidade Federal do Pará (UFPA), foi reconhecida pelo estudo das plantas aquáticas da Amazônia, em especial as presentes no Pará.
ANA CECÍLIA ALBERGARIA-BARBOSA: professora da Universidade Federal da Bahia (UFBA), investiga a presença de poluentes na Antártica. Antes da pandemia da Covid-19, ela viajou por cerca de dois meses à Antártica para coletar amostras de sedimentos e materiais que ficam suspensos na água.
INGRID BARCELOS: física do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), localizado em Campinas-SP, pesquisa a pedra-sabão e a luz dentro de estruturas muito pequenas, de apenas alguns nanômetros.
FERNANDA DE BASTIANI: professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), concentra suas pesquisas de matemática e estatística em torno da emergência de saúde pública enfrentada pelo mundo. Seu objetivo é ajudar na compreensão da variabilidade espacial da Covid-19 em Pernambuco, observando em cada localidade o número de casos, número de mortes, taxa de incidência e outras variáveis.
Fonte: Revista Marie Claire / 2021
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