COLUNA PELO ESTADO: No Planalto

Foto: Divulgação

Governador eleito Jorginho Mello (PL) encontrou-se com o presidente Jair Bolsonaro na manhã de ontem, durante café da manhã na residência oficial, o Palácio da Alvorada. Durante demorada conversa, Jorginho agradeceu o apoio durante as eleições e forneceu informações sobre as manifestações e os bloqueios nas estradas catarinenses. “Bolsonaro, além de ser nosso líder, é meu amigo. Estaremos juntos com o capitão”, afirma o senador Jorginho.

Santa Catarina virou epicentro das manifestações pró-Bolsonaro

Santa Catarina foi atingida em cheio pela reação à derrota eleitoral do presidente Jair Bolsonaro. Segundo levantamento da BBM Logística que leva em conta rodovias federais e estaduais, o Estado foi o mais afetado, chegou a concentrar 69 dos 233 bloqueios, seguido por São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás.

As manifestações são proporcionais à densidade eleitoral do bolsonarismo no Estado e aparentemente ordeiras. O problema é que é crime pedir intervenção federal e incitar a animosidade das Forças Armadas contra as instituições, contra os poderes constituídos e contra a democracia. Protesto público é direito básico em qualquer democracia, mas seu objetivo deve ser a defesa dos direitos e instituições, nunca a sua ruptura.

Até as federações empresariais, de comércio, indústria e agricultura, que no segundo turno fizeram manifestos de apoio ou pelo menos de simpatia à pauta liberal do presidente e então candidato à reeleição de Jair Bolsonaro, agora se posicionam contra a obstrução do direito das pessoas de ir e vir e das empresas de escoar a produção e de suprir a indústria com matéria-prima.

Em 2018, durante o governo Michel Temer, por exemplo, a greve dos caminhoneiros contra a alta do diesel fez a inflação triplicar de 0,40% em maio para 1,26% em junho, com perda de 0,7% no PIB daquele trimestre, quando o Brasil crescia 1%. Dessa vez, os atos políticos dos caminhoneiros também terão de esclarecer se foram financiados por empresários ou por recursos públicos, já que o Congresso Nacional destinou auxílio de R$ 5,4 bilhões do Orçamento da União à categoria para compensar a alta do diesel.

Estado reconhecido pela diversidade étnica, pelo valor dos pequenos agricultores e do cooperativismo, pela indústria inovadora, o empreendedorismo e o turismo amigável, Santa Catarina sempre contou com a solidariedade do Brasil e do mundo para enfrentar eventos climáticos extremos como as enchentes de 1983 e de 2008 e o ciclone Catarina em 2004. Estado colonizado por imigrantes europeus a partir do século 19, recebeu imigrantes e refugiados do Haiti e Venezuela e de mais 100 nacionalidades na última década, Santa Catarina não combina com intolerância e preconceito. Se não for por senso humanitário, que seja por preservação econômica e respeito à lei, já que o prejuízo da agroindústria de suínos e frangos, por exemplo, já teria superado os R$ 100 milhões.

Mutirão
Jorginho Mello vai honrar o discurso de campanha e, como primeiro ato de governo, instituirá o mutirão de saúde para zerar a fila de cirurgias eletivas formada durante a pandemia. Embora o governador Carlos Moisés tenha garantido que a fila seria reduzida até o final de dezembro, o governador eleito trabalha com estoque de 100 mil pacientes aguardando procedimentos.

Gás mantido
A SCGás acompanha com atenção a operação para desbloquear rodovias. Todas as medidas necessárias para o cumprimento dos contratos de fornecimento de gás natural em rede isolada com seus clientes estão sendo tomadas, garantiu em nota a concessionária. O fornecimento de gás natural para clientes que são atendidos pela RDGN – Rede de Gás Natural – não foi afetado.

Biometano
SCGás abriu chamadas públicas para suprimento de gás natural e biometano para diversificar o portfólio de supridores e estimular a competitividade. O edital de biometano contempla o recebimento de propostas de suprimento de gás renovável para atendimento ao mercado regulado da SCgás. As propostas podem ser enviadas até 16 de dezembro. Além da possibilidade de ser injetado na malha de distribuição, o biometano poderá ser vetor de interiorização do gás com o reaproveitamento de resíduos da agropecuária ou de aterros sanitários.

CRA-SC
Santa Catarina tem 100 mil administradores e 9,5 mil estão aptos a votar para o Conselho Regional de Administração. Para o candidato de oposição, Adriano Ribeiro, o CRA-SC tem papel relevante e não está conseguindo ocupar esse importante espaço no Estado. Por isso e para reaproximar o Conselho dos profissionais, a chapa 2 disputa as eleições em 22 de novembro com nominata de 12 administradores reconhecidos inclusive nacionalmente. Inclui, além de Adriano que atuou na Embrapa, no Comdes, entidades hospitalares e MPSC, Ester Macedo, fundadora da Frangos Macedo, e Adir Faccio, referência em atuação nas agências de regulação em saneamento. “Nossa equipe reúne juventude, cabelo branco e quem está no meio do caminho. É plural, formada por 12 conselheiros dispostos a dar um pouco do seu tempo, de forma gratuita, para fazer a defesa profissional com altivez, orgulho e comunicação efetiva”, afirma Adriano Ribeiro.

Produção e edição
Adriana Baldissarelli (MTb 6153) para APJ/SC e ADI/SC, com colaboração de Cláudia Carpes. Contato peloestado@gmail.com

Voltar para matérias