Ano letivo de 2022 deve ter início presencial no Vale do Iguaçu

Comprovante de vacinação não será exigência, tanto em âmbito municipal quanto estadual


(Reprodução/Internet)

Com a chegada de fevereiro, na próxima terça-feira, estados e municípios se preparam para o início do ano letivo de 2022. O ano passado terminou com a esperança de uma possível normalidade para o futuro próximo, mas a realidade se mostrou diferente. Com a chegada da variante Ômicron do coronavírus, viu-se uma explosão no número de casos.

União da Vitória e Porto União possuíam em conjunto, até a quinta-feira, 27, 1.619 casos ativos da doença. Essa nova onda de Covid-19 traz um questionamento: as aulas terão início de forma presencial ou veremos o retorno das aulas remotas já nos próximos dias?

Tanto em Porto União quanto em União da Vitória, a previsão é de que, por ora, o retorno seja presencial. Segundo a secretária de Educação do município catarinense, Aldair Wengerkiewicz Muncinelli, as escolas estão prontas para receber os alunos com segurança.

“Os nossos professores todos estão vacinados. Agora a vacinação com as crianças, claro que isso é com os senhores pais, mas as nossas escolas todas estão muito bem higienizadas, temos álcool a vontade, temos termômetro, temos o cuidado na entrada e saída e eu acredito que nós vamos começar no dia 1º de fevereiro com todos os alunos nas escolas e que Deus vai nos proteger, porque os cuidados nós estamos tomando”, comenta.

A indicação, segundo Aldair, é de que a secretaria de Saúde de Porto União manterá a atenção e a testagem de professores. No ano passado, o município iniciou o ano letivo em 08 de fevereiro, de forma híbrida, ou seja, com parte dos alunos tendo aula remota e o restante em sala de aula. Em agosto todos os alunos da rede municipal retornaram presencialmente, exceto em casos em que o aluno era amparado por um atestado médico, por exemplo.

O secretário de saúde de Porto União, Ruan Wolf, reforça que o retorno presencial deve ser feito com cautela, e que todos, tanto alunos quanto professores, precisam seguir os protocolos sanitários vigentes. Quanto à manutenção das aulas presenciais, Ruan indica que o município seguirá as orientações do Estado.

“Apesar do aumento de casos não só no município mas em todo o território brasileiro, sabemos que os casos de Covid-19 estão com a sintomatologia mais branda comparada com o ano anterior devido a vacinação, por esse motivo a possibilidade de não ocorrer a volta às aulas presenciais é nula”.

Já em União da Vitória, o retorno está previsto para a segunda-feira, 07. De acordo com o secretário de Educação, Ricardo Brugnago, o início presencial do ano letivo foi decidido após reunião entre sua pasta, a secretaria de Saúde e demais secretarias.

“Nós já estaremos aguardando as nossas crianças junto aos nossos centros municipais de educação infantil, junto também às nossas escolas, para estar acolhendo os mesmos e buscando prestar um serviço de excelência com todos os cuidados com relação à prevenção ao coronavírus”, completa.

De acordo com a diretora de Saúde de União da Vitória, Andreia Duarte, a situação da pandemia no município será analisada para balizar a continuidade das aulas presenciais. Andreia indica, ainda, que todos os professores da rede municipal serão testados mediante a presença de qualquer sintoma. Serão mantidos, ainda, os protocolos de segurança, como o uso de máscaras.

“Com qualquer sintoma a criança tem que ser isolada. Se qualquer pessoal da educação apresentar sintoma automaticamente a gente já testa e se for o caso também já isola. Mas a nível sanitário a gente já está estabelecendo algumas situações para que dê uma seguridade no ambiente escolar tanto para os alunos quanto para os nossos servidores da educação”, explica.


Vacinação não será obrigatoriedade

No início de 2022, a vacinação para crianças de 5 a 11 anos passou a ser uma possibilidade. As doses, contudo, ainda não são suficientes para vacinar todos dessa faixa etária. Em União da Vitória, que começou a imunizar crianças com comorbidades no dia 18. Na quarta-feira, 26, a imunização foi estendida para crianças de 11 anos, sem comorbidades.

“É importante ressaltarmos aqui com relação a não exigência da vacinação do Covid para as nossas crianças. Não há como se discutir essa exigência, essa comprovação, num momento onde ainda o número de vacinas disponíveis para essa faixa etária é muito pequeno”, ressalta Fernando Ferencz, secretário de Saúde de União da Vitória.

Porto União, também na quarta-feira, começou a vacinar crianças de 8 anos. Os adolescentes de 12 a 17 anos já puderam ser vacinados no ano passado em todo o país.

A exigência de comprovante de imunização, contudo, não será solicitada. A Secretaria da Educação e do Esporte (Seed) do Paraná considera a imunização opcional e, por tanto, não obrigará os alunos a buscarem o imunizante. Santa Catarina também não exigirá a vacinação dos alunos.


O que pensam os pais

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Em enquete realizada nas redes sociais de O Comércio, 63% (103) se disseram favoráveis ao retorno presencial mesmo sem que as crianças estejam vacinadas. Adriana de Almeida Queiroz é mãe de uma criança de um ano de idade e uma de cinco anos. Ela apoia o retorno presencial pois acredita que elas oferecem melhor interação entre o aluno, os professores e os colegas.

“O desenvolvimento é o ambiente escolar, é um espaço de evolução para todos os alunos”, comenta.

Adriana acredita que as escolas estão preparadas para receber os alunos com segurança, seguindo os protocolos.

“Já voltamos ano passado ao presencial e os casos não subiram. E como podemos perceber, o aumento de casos que estamos tendo não há pessoas hospitalizadas, o que é um ponto positivo para que nossas crianças voltem a rotina”.

Jaqueline Aparecida Tonki Buzzi, que é mãe de uma criança de seis anos, também acredita que as escolas estejam preparadas para o retorno presencial, entretanto, se diz receosa com relação ao comportamento de outros pais.

“Infelizmente tem mães que mesmo que a criança esteja doentinha acaba mandando a criança pra escola, onde pode estar transmitindo qualquer vírus que ela esteja, seja gripe ou algo mais transmissível”.

Se pudesse escolher, Jaqueline relata que preferiria manter sua filha no ensino remoto até que todas as crianças estivessem vacinadas.

“Estou desde o início da pandemia em especial quando fechou tudo, sempre ensinando minha filha em casa com as atividades enviadas pela creche. Optaria, sem sombra de dúvidas, em aulas remotas, para preservar no momento a saúde da minha filha”, relata.

Como, no momento, o retorno presencial é uma exigência para a maioria das crianças, Jaqueline ensinou à sua pequena os itens de segurança necessários durante a pandemia.

“Sempre estou falando com ela sobre, e se chegamos em qualquer lugar se ela vê o álcool em gel, ela sozinha vai passando nas mãos. Itens que podem ajudar é sempre ter mais de uma máscara para ser feito a troca, e álcool em gel, seus pertences individuais. Sem compartilhar com os colegas”.


Normativas estaduais

Tanto na rede estadual de ensino do Paraná quanto de Santa Catarina, o retorno está previsto também para o dia 07 de fevereiro, de forma presencial, com exceção de alunos com comorbidades.

“O protocolo sanitário nas escolas tem funcionado bem, então vamos trabalhar com essa meta de manter as atividades a partir de fevereiro, mas respeitando a autonomia dos municípios. Aquele município que desejar tomar uma medida diferente, tem liberdade para isso. Mas vamos continuar caminhando dentro do esperado”, indica o secretário de Educação do Paraná, Renato Feder.

Em Santa Catarina, um decreto publicado em 11 de janeiro, indica a manutenção da exigência de uso de máscaras, instalação de dispensers com álcool 70%, intensificação da higienização de superfícies e necessidade de garantia da eficácia da boa circulação de ar.

Até o fechamento desta edição, o início do ano letivo de forma presencial estava mantido no Paraná, Santa Catarina e nas escolas municipais do Vale do Iguaçu.

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