Gabi Bakri (PSD) apresenta propostas para saúde, Fumprevi e prevenção de enchentes

A candidata à prefeitura de União da Vitória, Gabi Bakri (PSD) participou da sabatina promovida pelo jornal O Comércio.  A seguir, reproduzimos um trecho da entrevista com as propostas para a saúde, o Fumprevi e prevenção e contenção de enchentes.

Conteúdo na íntegra

 

Confira:

Jornal O Comércio (JOC): Quais são, na sua visão, os principais gargalos da área da saúde em União da Vitória?
Gabi Bakri (GB): A saúde é prioridade absoluta. É para mim, é para você, é para todos os seres humanos. E não vai ser diferente na nossa gestão. No nosso plano de governo a gente se compromete que a saúde será uma super secretaria por conta disso. Nós temos o apoio do deputado federal Beto Preto, que logo retorna para a secretaria de estado de saúde, e esse apoio vai ser fundamental.

O principal gargalo hoje é a gestão, ou a falta dela. Não é culpa da equipe, nós temos uma equipe boa, mas ela precisa de direcionamento. Costumo falar que a saúde de União da Vitória precisa ser resetada, tem que ser reconstruída, tem que começar do zero, porque hoje ela está enxugando gelo.

(…) Terceirizar o serviço da saúde é terceirizar a responsabilidade. Então a gente quer chamar essa responsabilidade para nós. A terceirização hoje acontece na contratação dos médicos e na UPA. Na contratação dos médicos eu vejo que acabando com essa terceirização, você gasta menos, porque a empresa também ganha, e você consegue contratar mais. Então eu vejo que é muito inteligente a gente trazer para nós de novo esse serviço de contratação de médicos. E da mesma forma a UPA. (…) Então a gente chama para a gente responsabilidade de novo. A gente tem condições de gerir e melhorar esse serviço.

Outro gargalo que eu vejo e que está cada vez aumentando é a questão da saúde mental. Ela é muito falada mas a gente não vê muita ação. O número de psicólogos é insuficiente. Tem que aumentar urgentemente. A gente precisa que toda a equipe da saúde esteja preparada para receber esse tipo de demanda, desde a recepção até os médicos, seja na UBS, seja na UPA. A gente precisa e vai lutar muito para um CAPS 24h, com psicólogos atendendo 100% do tempo. Isso é algo também que é prioridade e a gente vai buscar junto ao Governo do Estado

(…) Mais um gargalo está na gestão das filas. O que também é uma consequência da má gestão, na minha opinião. E tem uma coisa que eu tenho escutado muito nos bairros que é a questão das fichas. (…) O pessoal sai de casa de madrugada, às vezes está no frio, tem gente de idade, têm mães com crianças que ficam para disputar essas fichas e isso está errado. A contratação do médico é feita por horas e não por atendimentos. Então se o médico está contratado para atender 4h ou 6h ele tem que entender quantas pessoas forem necessárias ali naquele tempo.
(…) Farmácia é outra coisa. Hoje nós temos duas, podemos ampliar para três, mas também podemos, em alguns casos, claro que dependendo de uma avaliação, que os remédios sejam entregues em casa. Tem muita gente que tem dificuldade. Pessoas de idade, pessoas que têm alguma deficiência. Por que não?

(…) Outra questão que acho que tem que ser vista com muito carinho e tem que funcionar de forma efetiva é a estratégia de saúde da família. A gente quer ter, de verdade, um diagnóstico de toda a população de União da Vitória, é assim que a estratégia de saúde da família tem que funcionar. Se você tem um problema de saúde, você só vai ter sucesso no tratamento se tiver diagnóstico. Então como vamos ter sucesso na saúde da nossa cidade se a gente não tem um diagnóstico da verdade dela? Isso eu acho que é a base de tudo.

Precisa sim de concurso para aumentar o quadro. Queremos buscar junto ao governo do estado uma maior oferta de cirurgias e recursos para custeio. Queremos aumentar o número de ambulâncias do SAMU. Mas isso tudo a gente vai ter que primeiro fazer uma avaliação para não errar, ver onde precisa ser investido antes, onde pode esperar um pouquinho. Saúde tem que ser constante.

JOC: Candidata, existe solução para o Fumprevi? Qual a sua proposta para amenizar ou solucionar a questão envolvendo o fundo de previdência do município?
GB: É uma solução que tem que ser construída a muitas mãos. Governo federal, estadual e municipal. Tem que ser um pacto federativo. Eu não posso ser demagoga e dizer que eu vou resolver em quatro anos um problema que vem acontecendo há 30. Mas o que a gente quer fazer é juntar todos os envolvidos. A gente precisa conversar. A gente precisa chegar a algumas conclusões juntos. Servidores, efetivos, aposentados, sindicatos. É muito importante o sindicato ser ouvido, a câmara de vereadores, são diversos segmentos que vão precisar sentar juntos e debater o tema.

(…) A gente precisa encontrar soluções para que esse problema seja diminuído. É uma responsabilidade gigantesca, mas a gente precisa trabalhar, tomar uma atitude, e tentar captar recursos com o governo federal e com o governo estadual. Mas tem uma notícia bem animadora. Agora em agosto foi aprovada uma PEC sobre dívidas com previdência e de precatórios, então isso dá um ânimo, um respiro. Essa PEC visa reabrir o prazo para que os municípios parcelem as dívidas com a previdência em até 300 parcelas, tanto no regime geral quanto no regime próprio da previdência, e a taxa de juros será a taxa SELIC. Para ter direito, o município que dispõe do regime próprio deverá comprovar a realização de reformas para adequar as alterações já realizadas na previdência dos servidores da União. É uma luz no fim do túnel. (…) Esse é um assunto que precisa ter cautela, uma ampla discussão e uma democrática construção, porque envolve vidas de pessoas que dedicaram tantos anos para nossa cidade e também não podem ser deixadas para trás. Elas têm que ser olhadas.

JOC: No caso de uma nova cheia nos próximos anos, a exemplo do que ocorreu no ano passado, a senhora tem algum plano de contingência? As possíveis cheias e novas enchentes estão na pauta do seu mandato?
GB: Para mim é uma questão de honra e eu não sossego enquanto a gente não achar uma solução, uma maneira de amenizar as enchentes. O governador esteve aqui assinando a intenção da contratação do projeto. (…) Eu acredito muito nesse projeto, a empresa é uma empresa especializada nisso, porque também a gente está falando da natureza, e com a natureza a gente não brinca. É um projeto de muita responsabilidade. Então eu tenho certeza que ele vai ser sério e ele vai dizer “é preciso tantos milhões para amenizar tanto” e, a partir daí, a gente buscar as soluções. A gente vê o que compensa ou que não compensa, o que deve ser feito urgente e isso pode ser discutido com a população também.

Sobre a minha participação na enchente, eu estava representando o governo do estado naquele momento. A gente ficou com QG na Polícia Militar. Tivemos o posto da defesa civil do estado junto conosco, repassando todos os donativos do governo do estado para o município. Foi uma atuação bastante intensa do governo do estado. Eu acho que nunca antes tinha acontecido dessa forma aqui nas outras enchentes. E o que que eu senti naquele momento: em União da Vitória, a cada dez anos, 12 ou oito, enfim, tem uma enchente. Aquele prefeito que passou por uma enchente já não é mais o mesmo que vai passar pela próxima e nem aquela equipe. E eu, a cada dia que ia passando e eu trabalhando com isso eu pensava “gente do céu, mas não pode ser assim”. Precisa existir um plano de ação do município, como se fosse uma cartilha elaborada a muitas mãos, com várias entidades, com o Corpo de Bombeiros, com o IAT, com a Defesa Civil do estado, do município, enfim. A gente tem que criar um plano de ação para todo mundo já saber como agir. O rio chegou a tantos metros? Faz isso isso, faz aquilo, para as pessoas não sofrerem tanto. A gente colocou os colégios estaduais à disposição para ser abrigo, alojamento para as pessoas, porque tem um suporte diferente de banheiro, de conforto. Um ginásio encana vento, chove dentro. Isso tinha que ser uma regra. Bem como a questão dos animais. Tem que existir um plano do que fazer com os animais. São tantas questões, e se isso já foi estudado antes, e aí quando vem uma enchente um prefeito novo já tem aquela cartilha a seguir, eu penso que as pessoas iam sofrer muito menos. Isso é algo que eu queria fazer e penso que a Defesa Civil do município, a pessoa responsável tem que ser uma pessoa qualificada, eu penso até em um bombeiro. Que não fosse um cargo comissionado, que não mudasse constantemente porque isso também importa muito.

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