Economia e sustentabilidade tornam-se alicerces da arquitetura ecológica
A arquitetura ecológica está cada vez mais em evidência no Brasil. Segundo o United States Green Building Council (USGBC), em 2022 o país tornou-se o quinto com mais construções sustentáveis no mundo. O ranking, que leva em conta 180 países, é formado a partir de uma análise que envolve desde projetos em estágios iniciais até a operação de empreendimentos imobiliários.
Flaviany Boeing é arquiteta e descreve esse estilo arquitetônico como um movimento que busca minimizar o impacto ambiental das construções, tanto durante a sua construção quanto durante o seu uso. “Ele utiliza materiais sustentáveis, como madeira certificada, e busca incorporar soluções que reduzam o consumo de energia, como o uso de energias renováveis, melhor isolamento térmico e aproveitamento da luz natural. Além disso, a arquitetura ecológica também considera o impacto da construção no entorno, buscando preservar a paisagem e a biodiversidade”, explicou.
Projeto de arquitetura sustentável. Foto: reprodução
Os elementos que compõem a arquitetura ecológica, segundo a arquiteta, incluem o uso de materiais sustentáveis e de baixo impacto ambiental, como madeira certificada, bambu, vidro reciclado, entre outros. Além disso, a utilização de tecnologias para redução do consumo de energia, como painéis solares, sistemas de captação de água da chuva, e o aproveitamento da luz natural também são elementos fundamentais. “A integração da construção com o entorno natural, buscando preservar a vegetação e a biodiversidade local”, reiterou.
O custo-benefício da arquitetura ecológica pode variar dependendo do contexto e das escolhas feitas durante o processo de construção. Flaviany comenta que, inicialmente, o custo pode ser um pouco mais elevado devido ao uso de materiais sustentáveis e tecnologias ambientalmente amigáveis. No entanto, a longo prazo, os benefícios podem superar esse custo inicial.
“Em termos de benefícios, as construções ecológicas tendem a ter menor consumo de energia, o que se reflete em contas de luz mais baixas. Além disso, muitas vezes essas construções requerem menos manutenção, o que, também, pode reduzir os custos a longo prazo. Há benefícios para o meio ambiente, como a redução do impacto ambiental e a preservação dos recursos naturais”, pontuou.
O tempo de construção de uma casa sustentável, segundo a arquiteta, pode variar dependendo de diversos fatores, incluindo o tamanho da casa, a complexidade do projeto, os materiais utilizados e as condições locais. Em muitos casos, o tempo de construção de uma casa sustentável pode ser similar ao de uma casa convencional, especialmente se a equipe de construção estiver familiarizada com práticas sustentáveis e materiais ecológicos. “No entanto, em alguns casos, a integração de tecnologias sustentáveis ou técnicas de construção inovadoras pode demandar um tempo adicional. Em geral, é importante que o processo de construção seja cuidadosamente planejado para garantir que os princípios da sustentabilidade sejam incorporados em todas as etapas”, afirmou.
A arquitetura ecológica é um ramo promissor?
“Sim”, garantiu a arquiteta. Segundo a profissional, o grande estimulador desse ramo arquitetônico está ligado com a crescente preocupação pela sustentabilidade e pelo meio ambiente. “Com o aumento da conscientização sobre as mudanças climáticas e a necessidade de reduzir o impacto ambiental das atividades humanas, a demanda por construções ecológicas tem crescido. Além disso, avanços tecnológicos têm permitido o desenvolvimento de novos materiais e soluções sustentáveis, tornando a arquitetura ecológica uma área de grande potencial para inovação e crescimento”, destacou.
Das edificações sustentáveis ao espaço interior
Outro segmento que segue em crescimento, estimulado pela concepção de conscientização, é a busca por materiais de decorações sustentáveis. Saul Peliano e a esposa Lislie Rockenbach são proprietários do espaço Lar Sustentável, em União da Vitória, e destacam a busca, por seus clientes, de itens decorativos que trazem aconchego e conforto para os lares, produtos que possuam utilidade no dia a dia e que transmitam um pouco de suas personalidades na decoração.
Saul Peliano e a esposa Lislie Rockenbach são proprietários do espaço Lar Sustentável, em União da Vitória. Foto: Acervo
“Eles procuram bastante opções de tapeçaria feitas com algodão natural em tear manual: tapetes, mantas e toalhas de mesa. Buscam, também, opções de cestarias: cestos, cachepots, sousplats, bandejas, organizadores, entre outros. Assim como velas decorativas e aromáticas, com queima limpa e ingredientes naturais. Itens que são muito versáteis para a organização e decoração de ambientes”, contou Lislie. Saul lembra que optou por direcionar o L.A.R. para um caminho sustentável, na perspectiva de alinhar seu negócio com seu próprio estilo de vida.
“Ao longo dos anos, antes mesmo de termos a loja, nós aprendemos e amadurecemos muito, principalmente, em relação à consciência de que escolhas individuais geram impactos coletivos. Quando sentimos a necessidade de mudar, várias dúvidas foram aparecendo e, aos poucos, descobrimos que mudar nossos hábitos diários além de possível, era mais fácil do que imaginávamos. Por isso, a loja apresenta soluções sustentáveis para nossas escolhas do dia a dia, sempre buscando opções mais saudáveis para nosso corpo e mais sustentáveis para a natureza. Dessa forma, foi realmente fácil escolher essa estrada, pois ela vai ao encontro de tudo em que acreditamos e almejamos: ser a transformação do nosso mundo”, descreveu o empresário.
Opções de decoração sustentável
Lislie garante que os arranjos florais desidratados são os queridinhos do L.A.R. “Eles são lindos, elegantes, com durabilidade prolongada e quase não precisam de manutenção”, destacou. Outro ponto positivo, de acordo com Saul, é a possibilidade de aromatizar o arranjo de flores com aromatizadores naturais em spray e, assim, agregar propriedades terapêuticas ao ambiente, trazendo sensações de calma, paz, relaxamento, foco e concentração, dependendo do óleo essencial escolhido. Segundo o empresário, as composições de parede ganharam bastante visibilidade nos últimos tempos, pois trazem personalidade ao ambiente e podem ser montadas de diversas formas diferentes, com inúmeras combinações. “Uma verdadeira obra de arte que nos permite externalizar toda nossa criatividade interior”, acrescentou.
Outra dica interessante escolhida por Saul são os cestos de palha, super versáteis. “Um único cachepot, por exemplo, pode ser usado para vestir um vaso de planta, para organizar mantinhas próximo ao sofá ou os brinquedos das crianças, assim como pode ser usado como um pendente para iluminar a casa; opções não faltam”, complementou.
