ENTREVISTA: Sérgio Rodrigues Alves, presidente da Facisc
“Investir na infraestrutura é fazer com que SC cresça”
A Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc) lançou esta semana em Florianópolis a plataforma Voz Única, que vai levantar, integrar e monitorar o que o Estado precisa para crescer. É um instrumento que norteia os investimentos do Estado para o desenvolvimento catarinense, democratiza a informação e ao mesmo tempo valoriza o papel do setor produtivo. “Este é um grande momento para a nossa Federação, pois estamos lançando a 4a edição do Voz Única que em 16 anos já contribuiu para que muitos pleitos fossem concretizados e este ano, além do raio-x das necessidades, também iremos monitorar”, destaca o presidente Sérgio Rodrigues Alves.
O Voz Única traz da base as demandas regionais de forma relevante. É uma bússola para os representantes catarinenses. “São as demandas reais, necessidades que são vividas no dia-a-dia por quem vive nas cidades”, detalha Alves.
A definição das bandeiras e pleitos dentro de infraestrutura, política e gestão pública, ambiental, rural, tributária, trabalhista, educação e inovação, saúde, segurança, setorial e segmentos já começou nas 12 regionais da entidade. Os próximos passos serão o levantamento das demandas nas cidades, definição dos pleitos regionais e validação em conjunto dos pleitos.
Em julho a Facisc vai lançar a cartilha com os pleitos de cada uma das 149 associações empresariais presentes em mais de 220 municípios. Logo após será realizada a entrega aos presidentes dos partidos para dar subsídios aos planos de Governo. “Queremos que o Voz Única ajude os candidatos e que cada uma das associações seja ouvida”.
Há 16 anos, o Projeto Voz Única disponibiliza à sociedade uma ferramenta que orienta e informa sobre as demandas de SC do ponto de vista empresarial de forma sistematizada, acessível e participativa. Na prática a Facisc faz um levantamento de cada região do estado com as principais necessidades, publica uma cartilha com cada um desses pleitos, faz encontros de entrega das cartilhas aos candidatos e um debate sobre os temas abordados.
O Programa também é um meio de acompanhamento dessas demandas e traça um raio-x do que o estado precisa. Além disso, está alinhado com a agenda 2030 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
Nesta entrevista exclusiva à coluna Pelo Estado, Sérgio Rodrigues Alves detalha as ações do Voz Única e faz um balanço sobre o momento atual de Santa Catarina e do Brasil. Confira:
A Facisc apresentou o Voz Única, que disponibiliza à sociedade catarinense uma ferramenta que orienta e informa sobre as demandas, do ponto de vista empresarial. Qual a principal característica da 4ª edição deste documento?
Ser um instrumento de gestão tanto para a sociedade como para nossos futuros representantes, porque além de dar um raio-x das prioridades, poderemos e pretendemos monitorar a evolução dos pleitos, estar mais próximos da solução e do problema.
É um instrumento que norteia os investimentos do Estado para o desenvolvimento catarinense, democratiza a informação e ao mesmo tempo valoriza o papel do setor produtivo. É um grande momento para a nossa Federação, pois estamos lançando a quarta edição do Voz Única que em 16 anos já contribuiu para que muitos pleitos fossem concretizados e este ano, além do raio-x das necessidades, também iremos monitorar, como estão cada um desses pleitos.
Para a Federação, qual a maior carência de Santa Catarina que precisa ser enfrentada pelos novos governantes?
Sem dúvida, a área de infraestrutura é campeã de apelos. Investir na nossa infraestrutura é fazer com que nosso estado cresça, se desenvolva ainda mais e tenha maior destaque no contexto econômico nacional.
Qual a avaliação que a Facisc faz do governo de Carlos Moisés?
Realizou muito para uma gestão de dois anos. Também melhorou muito o diálogo e interação com a sociedade. Priorizou setores chaves como educação e infraestrutura.
A polarização tem sido a marca das narrativas políticas nos últimos anos. A Facisc entende que esta divisão pode prejudicar os rumos do Brasil e de Santa Catarina?
Nosso lema é: unidos somos mais fortes e vamos mais longe. A polarização enfraquece e dificulta o entendimento.
“Santa Catarina vai ser destaque e precisamos continuar investindo na qualificação da nossa mão-de-obra e fazer os investimentos de melhoria na infraestrutura”
Qual a perspectiva da Facisc para a retomada a economia, pós-covid? O que é necessário para que SC mantenha seu crescimento?
Somos um país que tem as melhores condições para investimentos, geramos riqueza muito rapidamente e somos privilegiados pelos recursos naturais. Alimentamos o mundo. Não tem como não dar certo. Acredito que vamos crescer muito nos próximos 10 anos. O risco é polarizarmos muito. Santa Catarina vai ser destaque e precisamos continuar investindo na qualificação da nossa mão-de-obra e fazer os investimentos de melhoria na infraestrutura.
Como vê os investimentos atuais em infraestrutura em SC e o que é necessário para atender às demandas do setor empresarial?
O nosso estado carece de uma série de investimentos em infraestrutura. Tanto, que o setor produtivo vem buscando ser aliado com a elaboração de projetos como a ponte sobre o Rio Uruguai, entre Barra do Guarita (RS) e Itapiranga (SC), e a Nova Ferroeste. No Planalto Norte, temos outro exemplo de ação forte do segmento empresarial em relação a BR-280 e o Hospital Infantil para a região. No Vale, temos a questão do Aeroporto de Navegantes. E tantas outras, que inclusive compõem o Voz Única. O Governo do Estado lançou o Plano 1000 que contempla várias obras, mas ainda precisamos de atenção forte do Governo Federal ao nosso estado.