“No momento certo nós teremos nomes para apresentar”, diz deputado Antídio Lunelli
O deputado estadual por Santa Catarina, Antídio Lunelli (MDB), visitou a região da Associação dos Municípios do Planalto Norte (Amplanorte), oportunidade em que destinou emendas parlamentares. Em Porto União, na quinta-feira, 14, destinou verbas para a infraestrutura e saúde do município. Também participou de reuniões de seu partido para definir o futuro da sigla nas eleições municipais deste ano em Porto União. Na sexta-feira, 15, esteve nas dependências do Grupo Verde Vale de Comunicação para uma entrevista exclusiva.
Confira:
Jornal O Comércio (JOC): Deputado, qual foi o motivo de sua visita à região da Amplanorte e, especialmente, ao município de Porto União?
Antídio Lunelli (AL): Nós estamos em um trabalho de reestruturação do nosso partido, de reorganização. Nós estamos trazendo novas lideranças, então nós tivemos uma visita ontem, uma reunião partidária. E, fora isso, também nós trouxemos aqui duas emendas: uma emenda de R$ 300 mil para a construção de um centro comunitário, uma reivindicação que nós recebemos lá no nosso gabinete; e também trouxemos mais uma emenda de R$ 100 mil para o hospital São Braz São Camilo. Entregamos ontem para o nosso vice-prefeito, o senhor Erico Rosenscheg, que veio também participar da nossa reunião.
JOC: Como que o senhor enxerga o município de Porto União no cenário catarinense? É uma cidade que tem se destacado em vários índices recentemente, recebendo premiações no quesito gestão, também no quesito saúde. Qual é a avaliação que o senhor faz do trabalho que é desenvolvido aqui?
AL: Porto União é um município muito importante no nosso estado de Santa Catarina. É uma cidade que vem se destacando. Uma cidade muito bem administrada. É um município que está bonito, a cidade está bonita. A gente sabe do empenho do prefeito que está aí, que também vem da iniciativa privada, como eu também. A minha vida toda eu venho da roça como colono, como operário, funcionário, depois mais tarde iniciamos a nossa empresa que já completou 42 anos, e aí sim fui fazer e dar o meu trabalho, a minha contribuição administrando o nosso município de Jaraguá do Sul. Fizemos um trabalho de gestão muito forte, necessário naquele momento, e isso nos rendeu a reeleição com mais de 70%. Primeiro prefeito reeleito no nosso município. Nosso pessoal lá é muito firme. Temos uma origem alemã muito forte, depois italianos, depois poloneses, enfim. E Porto União também vem nessa batida. Nós entendemos que o poder público, o Estado, ele tem que estar mais presente aqui para as reivindicações e as necessidades ainda que são necessárias neste momento, mas o município está de parabéns. O município bem administrado, a gente vê a cidade, uma cidade limpa, uma cidade organizada, um povo ordeiro e trabalhador, e nós estamos aqui dando a nossa participação, a nossa contribuição política também.
Eu sou de um partido mais de equilíbrio, partido mais de centro. Eu particularmente sou de centro-direita, e nós entendemos que os extremismos, eles prejudicam muito. Eu sempre comparo isso a uma grande enchente: quando nós temos uma enchente, tanto a margem direita quanto a margem esquerda do rio é prejudicada, então o ideal é que o rio corra nosso curso normal, e este é o grande trabalho que a gente vem fazendo. Eu não sou político de carreira, eu estou como político. Fui eleito o mais votado do nosso partido, o terceiro mais votado do estado de Santa Catarina, mas a nossa visão é sempre voltada mais para a gestão. Eu tenho uma facilidade muito grande com números, com gestão, até pela minha vida, de onde eu vim, o que eu construí. E eu sempre chego em todos os lugares e as pessoas que criticam muitas vezes, mas eles não participam, então eu conclamo sempre a população, as pessoas de bem que venham junto participar da política, só assim que nós vamos construir um município, um estado, um país muito melhor.
É importantíssimo, da mesma forma como que nós participamos nos nossos hospitais, nas nossas entidades, nas nossas escolas, nós precisamos participar e estar presente também na política, porque eu digo o seguinte, você não é obrigado a gostar de política, absolutamente, mas quem não gosta de política vai ser governado por quem gosta, então é importantíssimo para que as pessoas participem. Mas, mais uma vez, Porto União está de parabéns, e temos aqui grandes amigos, e vamos fazer aqui um grande trabalho também de reforço, de organização pelo nosso partido, e estarmos juntos, construindo para que nós possamos ainda fazer muito melhor do que tudo aquilo que já foi feito até hoje.
JOC: As eleições municipais aos poucos vão se aproximando. De que forma o senhor pretende atuar junto aos candidatos do seu partido, no estado de Santa Catarina, e especificamente em Porto União?
AL: Nós estamos em um momento de reconstrução. Eu sempre vejo a política de uma forma: nós não devemos ter estrelas. Eu sou muito participativo, e para mim todas as pessoas devem ter a oportunidade. Oportunidade pelo seu destaque no trabalho. Eu sempre digo a todos que estão junto conosco, faça o seu trabalho bem feito, se dedique e deixe a politicagem de lado, que vai chegar na hora H, sempre vai ter aqueles destaques, aquela pessoa que teve uma participação melhor, e certamente esse deverá ser o candidato do nosso partido, ou de uma composição. Essa é a linha, a forma como eu penso.
Eu entendo que a nível do estado de Santa Catarina, nós devemos ter grandes composições. O partido está se reforçando, se reestruturando. O nosso partido é o maior partido do estado de Santa Catarina, que completará agora, no próximo ano, 60 anos já. Ele é um partido muito grande. Nós temos muitas alas dentro. Nós temos tanto ala de esquerda, centro-esquerda, centro, centro-direita, até de direita. Eu, particularmente, sou centro-direita. Eu diria talvez até mais de direita do que de centro. Então ele é um partido grande, um partido amplo, e ele é um partido que discute muito, altamente democrático. Nos demais partidos, nós temos muitos partidos onde nós temos um coronel, alguém que manda, que vem de cima para baixo. O nosso partido é diferente.
Então aqui em Porto União, certamente nós deveremos ter candidatos aqui nossos também, que estarão colocando seus nomes à disposição. E naturalmente que eu sou um homem, como eu falei, de construção, eu sou uma pessoa do diálogo, e dentro disso construir aquilo que é melhor para os nossos municípios, é o meu entendimento e a forma que eu vejo. Não existe estrelismo de fulano A, B ou C. Não existe isso. Existe, sim, eu sempre digo, para você participar da vida pública, para você participar da política, a primeira coisa que você deve é vestir a sandália da humildade, porque as pessoas, para mim, no meu entendimento, todos são iguais, e nós precisamos do voto de cada cidadão, independentemente da sua classe social, seja quem for. O nosso trabalho sempre é voltado para as pessoas com mais dificuldade, as pessoas menos favorecidas. Essa é a política boa e o que nós precisamos construir para termos um país melhor. Naturalmente que sempre dentro de uma política liberal, seja do comércio, seja da indústria, seja da prestação de serviço, que nós precisamos. Alguns partidos criticam essa parte e acham que nós devemos viver num socialismo, e onde não tem dinheiro, onde não tem empresa, onde não tem quem gera emprego, renda, onde faça a economia funcionar, sem dinheiro nós não chegamos a lugar nenhum. Então nosso grande objetivo é atender as pessoas, melhorar a qualidade de vida das pessoas, mas sempre com aquela visão, minha particularmente, de centro, mas um centro direito dentro de uma política liberal.
JOC: O senhor já pode falar em nomes aqui para Porto União?
AL: Não, não. Eu não posso falar em nomes, porque nós temos diversos nomes, mas eu não posso, de repente, ou com o cidadão A ou B ou C, então isso é uma construção que no momento certo nós teremos nomes para apresentar e também para uma composição.
JOC: Um assunto que vem sendo muito discutido em Santa Catarina e no Brasil inteiro é a dengue. Como o senhor tem visto essa explosão de casos em Santa Catarina? De que forma esse assunto vem sendo tratado na Alesc?
AL: É um assunto extremamente preocupante neste momento que nós estamos vivendo. Mas o que acontece é o seguinte, eu sempre digo, as pessoas também, nós cidadãos, somos muito culpados por isso. Você veja o relaxamento que existe em certos terrenos baldios, o lixo, casas abandonadas. Nós temos piscinas abandonadas, verdadeiros focos de criação do mosquito da dengue. Eu entendo que nós precisamos ter uma política pública séria, uma política pública, eu diria, eficaz, que seja de certa forma mais rígida para o combate à dengue e para o controle neste momento tão difícil. Agora, eu quero dizer o seguinte, que o poder público, seja municipal, estadual ou federal, nunca vai dar conta de resolver o problema sozinhos. As pessoas, os nossos cidadãos, são extremamente importantíssimos nessa fase e o grande e principal problema disso tudo é o abandono, é o relaxamento que existe perante também as comunidades, as casas abandonadas, imóveis abandonados, o lixo jogado, e isso é um problema seríssimo. Eu diria até uma questão de falta de educação, de formação. Eu que venho por exemplo da roça, eu estive na roça até os 17 anos, depois eu fui empregado, fui funcionário, mais tarde iniciamos a nossa empresa, eu mesmo particularmente lá em casa com o nono, com a nona, com o pai, com a mãe, nós de família extremamente simples, mas o capricho, a formação que nós tivemos em casa, onde que nós aproveitávamos tudo e jamais um lixo jogado, cada coisa no seu lugar. Nós tivemos essa formação, e isso hoje falta muito para as pessoas. Nós perdemos muitos valores. Hoje nós temos a questão da educação, os valores da família, a cultura, a religião, então a nossa família hoje está sendo destruída, e aí é onde nós também temos esses problemas seríssimos. É a falta do pai de ensinar, de cobrar, da mãe, e as consequências elas vêm, elas aparecem, e você mesmo poderá ser vítima amanhã disso tudo que está acontecendo.
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