“Queremos apoiar alguém que realmente faça pela cidade”, diz deputada federal Geovânia de Sá

Em visita a Porto União na semana passada, a deputada federal por Santa Catarina, Geovânia de Sá conversou com a reportagem do Grupo Verde Vale de Comunicação sobre as eleições municipais, a importância do Planalto Norte para o estado de Santa Catarina e a situação da dengue, entre outros assuntos.

"Queremos apoiar alguém que realmente faça pela cidade", diz deputada federal Geovânia de Sá

Foto: Arquivo pessoal

Confira:

Rafael Peruzzo (RP): Deputada, sabemos que a senhora tem uma parceria, uma relação muito boa com o prefeito de Porto União, Eliseu Mibach. Qual é o objetivo, especificamente, de mais essa visita sua aqui à nossa região?

Geovania de Sá (GS): Nós viemos participar de um evento religioso na quinta-feira (22 de fevereiro) e nós vamos, com o prefeito, comunicar mais um recurso para a cidade de Porto União. É claro que a gente tem que trabalhar para todo o estado de Santa Catarina, mas como eu sempre digo, o prefeito Eliseu Mibach não precisa me ligar. Sempre que eu encontro um recurso, automaticamente a gente acaba destinando. Já foram R$3 milhões para a cidade de Porto União. A gente está nessa parceria há mais ou menos três anos. Então é mais ou menos um milhão/ano, por aí. E agora, com certeza, nós vamos cada vez mais ficar e estar parceira. Esse é o objetivo. E ouvir as demandas, porque é natural. Você vem na cidade, e pergunta: prefeito, como é que está? Qual é a área prioritária das políticas públicas existentes? O que é mais necessário? Então a gente sempre faz essa conversa. Lógico que tem bandeiras muito fortes, principalmente na questão da saúde e saúde é urgente, clama por urgência. A gente vai conversar com o prefeito. Nós vamos à prefeitura. E [o prefeito Eliseu] se tornou vovô. Então a gente também vai comemorar esse momento tão importante para o prefeito Eliseu.

RP: Deputada, a senhora tem uma representatividade muito grande aqui em Porto União e também no Planalto Norte. Esse ano nós teremos eleições. De que forma a senhora irá trabalhar nos bastidores?

GS: Porto União tem hoje um prefeito que é muito atuante. O Eliseu, além de amar a cidade, você vê que tudo que é feito na cidade é com muito capricho. E é difícil a gente encontrar uma cidade que tem tantas flores, a pavimentação é algo bem feito. Inclusive, ontem eu estava com um pessoal de igrejas, e eles falaram: olha, tudo é feito com muito carinho, tudo feito com muito capricho, com muita competência. É muito bom ouvir isso. E é difícil encontrar prefeitos com esse perfil. E, com certeza, Porto União vai querer dar continuidade a todo esse processo. O prefeito Eliseu não pode concorrer porque pela legislação eleitoral cumpriu dois mandatos. Mas, com certeza, temos aí ouvido falar que tem uma pré-candidatura, como o Célio Tucano, que eu acho importante exatamente para dar essa continuidade. E, com certeza, eu estarei participando desse processo eleitoral apoiando e dizendo, olha, Porto União continuará tendo, sim, em Brasília um gabinete para poder trazer esses recursos, levar as demandas. Por exemplo, as cheias, quando ocorreram aqui, que atingiram muito a cidade de Porto União, algumas comunidades em especial, na mesma hora o prefeito Eliseu já nos acionou. Aí tem toda aquela questão do decreto, situação de emergência, os recursos para poder reconstruir. Então é isso, as pessoas elegem um prefeito, elegem os seus vereadores, exatamente para servi-las, servindo através do seu mandato. Então é com esse objetivo que nós queremos estar apoiando. Apoiando alguém que realmente faça pela cidade, mas que dê essa continuidade. E com certeza o Célio Tucano, que ainda vai ter, dentro do período eleitoral, vai ter os momentos certos de lançamento de candidatura, hoje só se fala em pré-candidatura, mas é um grande homem, trabalhador, conhece o jeito do Eliseu de governar e com certeza vai dar continuidade, fazendo uma gestão a quatro mãos.

RP: Deputada, na sua visão, qual é a importância do Planalto Norte para o estado de Santa Catarina?

GS: O Planalto Norte, eu digo que o povo daqui é um povo muito trabalhador, é um povo muito aguerrido. E vejam, aqui, posso falar também de Irineópolis, o prefeito Lademir, o ex-prefeito Juliano, eles governam a quatro mãos também. E a agricultura é muito forte, o agronegócio na região é muito forte. Eu faço parte da diretoria da frente do cooperativismo no Brasil. E aqui também a gente anda e vê muitos nomes de cooperativa, porque a cooperativa tem uma essência muito grande, que é unir os pequenos para se tornar grande, e todos ganham. Então é uma essência que isso deveria ser levado inclusive para a iniciativa privada, que não há concorrência. A concorrência é saudável e esse é o espírito do cooperativista. E aqui, com o agro, com a agricultura familiar também. E nós temos, citando Irineópolis, o maior desfile de tratores do Brasil, já foi para Guinness, já bateu recorde, é aqui pela agricultura. A cidade de Porto União tem indústria, até porque estamos aqui numa divisa com outro estado pujante, que acaba se desenvolvendo. Mas a gente vê a diferença quando se tem gestão. O Planalto Norte tem grandes prefeitos. Eu posso citar aqui Monte Castelo também, com o Prefeito Jean, com uma seriedade, um trabalho, um comprometimento com a cidade. Então eu tenho um carinho muito grande pelo Planalto Norte, e vejo a necessidade do Planalto Norte de ter representantes. Tem uma dificuldade. Tem o deputado [estadual] Vicente Caropreso, que sempre atua muito aqui também, mas há uma necessidade de ter a sua representatividade. Por isso que eu escolhi também o Planalto Norte, para realmente ter um representante e estar à disposição. Por exemplo, eu estive em Papanduva inaugurando um heliponto para o hospital, que vai tornar o atendimento quando o centro cirúrgico estiver pronto, agilizar o atendimento de saúde em toda a região. Porque a gente sabe [que o transporte] terrestre, hoje, a gente tem um trânsito com muitas complexidades. A gente sabe que o atendimento aéreo é rápido. Entreguei com emendas minhas, e isso vai beneficiar não só a cidade de Papanduva ou o hospital, mas vai beneficiar toda a região. Lógico que tem outros hospitais que dão suporte. Então o Planalto Norte tem essa necessidade e é com esse objetivo que eu o adotei. E exatamente por ter prefeitos como Eliseu Mibach, que como o Lademir, o Juliano, o ex-prefeito Jean e outros prefeitos, que realmente fazem esse lugar. Que dão o seu coração pelo Planalto Norte, mas precisa de representantes em Brasília e também na Alesc.

RP: Deputada, um assunto que está sendo muito explorado ultimamente é a questão da dengue. O assunto é delicado. A senhora já foi secretária de saúde em Criciúma, já trabalhou nessa área. Qual é o tamanho da sua preocupação com a dengue no estado de Santa Catarina?

GS: É uma preocupação grande, alarmante. Eu digo que o Poder Público tem as suas obrigações, mas nós, enquanto cidadãos, temos uma obrigação muito maior. Cuidar, olhar. Tem água parada? Como é que está sendo cuidado? Estão chamando a vigilância? Estão chamando os meios possíveis? Porque o Poder Público vai ter que também dar suporte. Porque a dengue, eu acho que fazia muito tempo, é histórico, que nós não tínhamos, vamos dizer, uma epidemia que já está alcançando um nível preocupante. A gente tem falado com a secretária de saúde do estado, nós temos falado com o ministério. O próprio ministério está com uma campanha forte de não acumular água, cuidado onde tem muito mosquito, tudo isso para não atingir a saúde. E eu conheci muitas pessoas, inclusive essa semana, que foram atingidos, que foram mordidos pelo mosquito da dengue e realmente debilita. O cidadão não trabalha e isso implica em tantas outras questões, inclusive na economia. Então precisamos estar atentos e nós estamos trabalhando junto à Comissão de Saúde, com o Ministério da Saúde para também trazer a medicação para a população.

RP: Deputada, a senhora está no centro nervoso da política nacional em Brasília, onde as coisas acontecem. Recentemente tivemos uma polêmica com uma declaração do presidente Lula em relação ao conflito entre Israel e o Hamas. Como isso está repercutindo lá em Brasília?

GS: Primeiro, acho que é muito importante dizer que a gente não aceita mortes, independente da cor, raça, religião, a nação, se é palestino, se é judeu, não importa, são vidas. E nós não podemos aceitar que um nome como Hamas prejudique inclusive a Palestina. Lá tem pessoas excelentes, lá tem pessoas que trabalham como a gente, que não querem também a matança, que não querem mortes. Agora, a fala do presidente Lula foi muito delicada, inclusive gerou um processo de impeachment. Eu assinei lá no início e tenho trabalhado para buscar outras assinaturas, porque ele feriu a nossa lei do impeachment de 1950. Quando ele vem comparar a faixa de Gaza, os contra-ataques na faixa de Gaza e Hamas, não vamos dizer Palestina, é Hamas específico, ele não fala em nome dos palestinos. Comparar aquele ato com o Holocausto. O Holocausto que a gente acaba lembrando para não esquecer, porque foi uma triste realidade, um ataque de Adolf Hitler, matando mais de seis milhões de judeus. Então ele comparou, ele relativizou o Holocausto. Foi uma fala infeliz, mas que repercutiu no mundo. E isso está na Lei de Responsabilidade Fiscal, quando fala exatamente do que uma fala de um chefe do poder executivo pode causar danos na economia, nas questões sociais. Foi por isso que abriu um processo de impeachment e nós estamos trabalhando para ver se alcançamos as 171 assinaturas, porque nós não podemos ter um chefe do poder executivo, inclusive atacando e pode interferir sim nas relações que nós temos com outros países, e acaba interferindo. Eu digo sempre, o presidente Lula ele tem que voltar atrás, pedir desculpas pelo que ele fez, pelo que ele falou, porque ele não poderia ter falado algo tão delicado, interferir em algo tão delicado como foi o Holocausto. E hoje, o que está acontecendo infelizmente por ataques de Hamas na faixa de Gaza. Inclusive eu faço parte da Fundação Aliança de Israel, já há muitos anos. Tem uma questão que eu tenho uma grande admiração, uma defesa, isso vem do berço da nossa casa. Quando eu cheguei no Congresso, eu fui eleita em 2014 pela primeira vez para o Congresso Nacional, eu fui convidada para participar da Fundação Aliança de Israel. Tem toda uma questão de princípios, os valores sociais, econômicos de Israel, tudo que ele acaba envolvendo e contribuindo para o mundo na tecnologia. Quando no evento de Brumadinho, foi quem mais ajudou e trouxe ajuda humanitária, e trouxe militares para poder apoiar naquele momento triste da história brasileira. E eu fui convidada para estar lá, dia 1º de março. Eu estou indo para discutir exatamente o antisemitismo, e também boicotes que existem nas questões econômicas. A gente vai lá, eu vou todos os anos através desta Fundação, sem ônus para o Brasil, sem ônus para a Câmara Federal, porque também trabalho a distância, hoje tem essa facilidade, votações, discussões, isso é tranquilo, mas vou lá, exatamente para representar o Brasil nesse momento tão ruim e difícil, mas a gente vai passar, se Deus quiser.

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